quinta-feira, 29 de maio de 2008

Os responsáveis pelas energias da natureza na Umbanda – Saravá as Crianças!



Como todos sabem a Umbanda possui uma relação íntima e de dependência com a natureza. As energias dos sítios da natureza, ou chamados sítios dos Orixás, que são os espaços naturais onde há uma maior emanação energética dos Orixás, são a fonte da vida e de praticamente todo o axé da Umbanda.

São do mar, das cachoeiras, dos rios, das florestas, etc. que os filhos da Umbanda, que os guias vão buscar os elementos e compô-los com os demais elementos presentes no ambiente de um terreiro bem como os do ponto riscado, para atender aos pedidos dos consulentes, tratar uma obsessão, uma doença, etc.

Desta forma é mais do que lógico que todos devemos tratar a natureza como fonte “material” de Deus e assim ter estes sítios como sagrados (como de fato o são). Mas o ponto que quero trabalhar e discutir hoje é como vamos buscar essas energias, como as entidades benditas vão trazer esses elementos da natureza e manipulá-los em um terreiro, em um trabalho de Umbanda.

As energias da natureza, emanações dos Orixás, são próprias energias elementares. Como em toda a criação existirão seres, espíritos, que cuidarão e manipularão das energias Divinas; as energias elementares não fogem a esta regra.

Esses seres são os chamados espíritos elementais, ou seres elementares. A eles é dada a tarefa de manipular, cuidar, direcionar as energias elementares, as energias da natureza e assim as energias dos Orixás. São seres puros e que se encontram aos milhares em cada espaço da natureza.

Para acioná-los, para que esta energia venha até os terreiros e, assim os próprios espíritos elementares venham nos socorrer, as falanges de trabalho fazem como uma solicitação a uma das formas de apresentação da Umbanda, as crianças. Somente as crianças é que detém o caminho e o segredo de trazer e direcionar as energias e os espíritos elementais. A razão é clara, como as crianças da Umbanda são espíritos de muita luz, puros e simples podem acionar os espíritos elementais que também são puros.

Entretanto alguém poderá questionar: mas os outros espíritos não são de luz? Não podem acionar diretamente os elementais?

A resposta é não. Cada forma de apresentação, ou seja, pretos-velhos, caboclos e crianças, assim o são por uma razão e uma especialidade de trabalho. A especialidade, a razão de existir das crianças é justamente esta, acionar os espíritos elementais. E o fazem pela sua simplicidade, pela sua pureza, pela sua natureza enquanto espíritos.

Quando falamos em crianças da Umbanda muitos pensam que estes espíritos morreram quando ainda eram crianças. Todavia isto não é verdade, pois mesmo que tivessem desencarnado em sua última jornada quando ainda eram crianças, não podemos esquecer que esses espíritos já encarnaram outras vezes. A simbologia de serem crianças, e assim chegarem aos terreiros é pela simplicidade e pureza de toda a criança. Não é a toa que Jesus Cristo em diversos momentos se dirige as criancinhas e afirma que só entrará no Reino dos Céus aquele que se assemelhar a uma criança. (Mateus, capítulo 18, 1 a 5).

Isto nos quer dizer que pelo fato de se apresentarem como crianças, não quer dizer que não sejam espíritos de muito conhecimento, sabedoria, ou mesmo que seja crianças.

A inocência e a pureza que nos trazem as crianças são a razão e o motivo por que estes espíritos assim se apresentem. E esta é a razão pela qual as crianças da Umbanda acionam e conduzem os espíritos elementais e as energias elementares.

Inclusive esta é uma segurança, pois só poderemos acionar as energias da natureza na Umbanda pelas crianças e assim as energias nunca poderão ser utilizadas para outra coisa senão para o bem, para o amor e a caridade. O uso incorreto, ou para o mal, se faz de outra forma, com outros acionadores, e assim não faz parte da Umbanda, e isto é a prova cabal, final para o que sempre afirmamos na Umbanda só existe o amor e a caridade.

Para finalizar pode ser que ainda reste uma dúvida: os Exus e as Pombagiras quando necessitam dessas energias da natureza o fazem pelas crianças? SIM. Assim como todos os demais guias da Umbanda. Um baiano, um preto-velho, um caboclo, um boiadeiro, e assim por diante estarão sempre em contato com as crianças da Umbanda, pois sempre estaremos necessitando e manipulando de forma responsável as energias elementais da natureza.

Aliás, esta é a razão, muitas vezes velada, do porque que todos os terreiros no início de suas giras garantam a saudação e cantos para as crianças. Pois, em todos os momentos da gira necessitarão das energias que as crianças buscam e conduzem.

Saravá as crianças da Umbanda! Erê!

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Curas e magias da Umbanda - I


Recentemente recebi uma pergunta de um médium dizendo se no nosso Terreiro eram feitas cirurgias espirituais. A pergunta imediatamente em minha mente obteve uma resposta: "é claro que sim!".

Mas, na mesma velocidade uma forte onda de intuição me trouxe a seguinte dúvida:

- "Promover a cura dos males físicos, eliminar doenças, é o mesmo que cirurgias espirituais?"

Pode parecer até meio ridículo esta questão, mas possui um fundo cultural muito forte e arraigado. Estamos tão vinculados ao sistema da medicina ocidental que nos debruçamos sobre a expectativa de que, quando doentes, um espírito promova em nós a cirurgia espiritual. Como os povos antigos e sábios, indíginas, incas, maias, egípcios, os orientais (tibetanos, indianos, persas, etc.) entre tantos outros promoviam a cura?

Todos abriam seus pacientes em salas de cirurgias? Utilizavam de drogas anestésicas?

Os indígenas das Américas, em especial o tronco Tupi-guarani, enxergam a doença como a aproximação de certos tipos de "espíritos" que fazem o mal a pessoa. E sempre existe uma razão para que esta pessoa esteja acometida daquele mal físico. Chamam o Pajé que por meio de rezas, ervas, defumações e evocações dos espíritos protetores do próprio doente, além da própria manifestação do "espírito" que está causando o mal, e pronto aquele paciente pode continuar a sua vida.

Os orientais com seus conceitos holísticos, de meridianos energéticos, a estagnação de ki, de chue, entre outras terminologias que demosntram a interligação entre todos os órgãos e tecidos por meios de canais de energia, e que a doença em geral é uma deficiência ou excesso de determinado tipo de energia em determinado sistema.

A utilização de ervas medicinais por tantos povos, no mundo todo. A utilização de cristais, aromoterapia, florais, cromoterapia, o uso de terra, de águas sulforadas, a utilização de animais como parte importante da cura como a equoterapia, a terapia com os invertebrados como os sangue-sugas, enfim.

Mas, por que estou dizendo sobre tantas formas de cura? A pergunta era simples o terreiro faz cirurgias espirituais?

Nos terreiros de Umbanda a todo momento acorrem pessoas com males orgânicos, ou aparentemente orgânicos (as doenças e deficiências físicas). E muitos são os guias (entidades abençoadas que nos trazem a força e as bençãos dos Orixás) que vão proceder este tratamento. Cada um, ou melhor cada falange e cada forma de apresentação terá uma maneira peculiar de tratamento. Pode ser um aparente e simples "benzimento" de um preto-velho. Uma beberagem de uma preta-velha, banhos dos caboclos, limpezas astrais de inúmeras entidades, enfim, muitas formas para o mesmo fim: a melhora da qualidade de vida do consulente.

Entre estas inúmeras formas pode haver, existir, a cirurgia espiritual. Em determinado momento, por certas falanges de entidades, que assim trabalham, pode existir uma espécie de cirurgia, a chamada cirurgia espiritual.

Mas seja por cirurgia, seja por benzimentos, sacudidas, baforadas, beberagens, o que importa é que na Umbanda a magia, a utilização dos elementos da natureza, em composição com o ectoplasma mediúnico e as energias cósmicas e astrais dos guias e Orixás.

A materialização e desmaterialização que traduzem inúmeras curas, nada mais são que o processo de transmutação de matéria, de energia e assim de estados doentios, promovendo o bem estar e as curas, em outras palavras isto é a magia, a alquimia da Umbanda.

Com esta introdução ao sistema de cura, iniciamos mais uma série de nossas conversas: as curas e as doenças na ótica da Umbanda.

Saravá a todos, muita Luz, Paz e Amor!




terça-feira, 27 de maio de 2008

Frases que nos fazem refletir - 1


Só existem dois dias do ano em que nada pode ser feito . Um se chama Ontem e o outro Amanhã, portanto Hoje é o dia certo para AMAR, ACREDITAR, FAZER, e, principalmente Viver.
(DALAI LAMA)

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Umbanda de todos


Em conversa com um filho de nossa corrente escutei uma história muito interessante e inspiradora.
Dizia ele que esteve em visita em um terreiro em Londrina e que em conversa com um baiano incorporado na Mãe-de-santo e que esta entidade mostrava uma determinada peça, uma colcha de retalho, e dizia isto é a bandeira da Umbanda.
Continuava dizendo o porquê:
- " Você percebe que existem inúmeros pedaços de tecido, cada um de uma cor, de um tipo de tecido?" Falava o baiano.
- "Uns são tecidos finos, ricos, outros simples, pobres, uns são brancos, outros coloridos, mas todos do mesmo tamanho!" - continuava.
E por fim sentenciou de forma sábia:
- "A Umbanda é assim, não interessa se você é rico, pobre, de que cor, todos somos iguais, e é a nossa união que faz da Umbanda o que ela é!"

Frases simples, idéia simples, mas carregada de verdade, simbolismo e inspiração!

Saravá o povo Baiano, saravá a Umbanda!
Saravá o fim da intolerância e do preconceito!
Saravá a Paz e o amor da Umbanda!

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Vocabulário 2


Êpa Babá – saudação ao Orixá Oxalá significando: olá, com admiração e espanto, ao ancestral dos ancestrais;

Okê! Okê Arô! – saudação ao Orixá Oxossi significa Autoridade, rei, que fala mais alto, ou seja salve o Rei que é aquele que fala mais alto.

Ogum iê! – saudação ao Orixá Ogum, significando salve Ogum

Epa Hei – saudação a Orixá Iansã e significa falar com espanto Olá. Esse espanto de grandeza de admiração ao ver o Orixá e dizer a ele Olá Iansã, Olá Oiá.

Ora Aie Ie o – Aieieo – Saudação a Orixá Oxum e significa salve a benevolente mãezinha.

Odoia ou Odociaba – saudação a Orixá Yemanjá e significam Mãe das águas

Atotô – saudação para o Orixá Omolu, significando "Silêncio! Ele está aqui!"

Saluba Nanã– saudação a Orixá Nanã Buruquê, cujo significado é “nos refugiamos em Nana”

Babaê – saudação que fazemos aos Pretos-velhos, e significa salve nossos ancestrais, salve o nosso pai.

Kaô kabecilê! (ou Kaô kabecilê obá) – Saudação ao Orixá Xangô que significa - venham ver (admirar, saudar) o Rei (Alteza) da Casa

Mukuiu – é um pedido de bênçãos (para a nação Bantu) a resposta é Mukuiu NZambi (ou seja que Deus te abençoe); Neste mesmo sentido encontraremos entre os nagôs (língua yorubá) a palavra Motumbá, e a resposta é Motumba Axé. Para os Jeje o pedido de benção será Kolofé e a resposta Kolofé Olorum.

Laroiê, Exu! Exu é mojubá! - Mensageiro, Exu! Exu a vós meus respeitos!

Mojubá – significa respeito, os meu respeito. Uma saudação em que a pessoa externa seus respeitos a outra pessoa, orixá ou entidade.

Iná – Fogo, fogo que irradia luz. Por isso em alguns pontos cantados encontraremos este termo.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Fundamentos de Umbanda V - As guias


As guias ou colares que todos usam a começar da guia de Oxalá tem significado duplo. Primeiro de proteção, que aquele médium carrega consigo elementos que foram e são constantemente carregados pela energia dos Orixás, promovendo uma circulação de energias protetoras e de descarga não permitindo que energias deletérias se fixem no médium; que não haja a influência de espíritos trevosos nos trabalhos. Segundo significado é a própria ligação espiritual daquele filho com o Orixá ou entidade correspondente. Como uma insígnia demonstrando a todos que somos soldados, servos, membros desse exército. Subordinamo-nos e aceitamos aquele Orixá ou entidade como nosso Pai, e nosso comandante, por isso não agimos, não trabalhamos por nosso interesse exclusivo e sim pelo interesse maior da Luz e da Caridade.

Por essa razão ao entrarmos na Umbanda nos é permitido a utilização da guia de Oxalá e da guia de esquerda. Apenas após o Amaci é que podemos utilizar a guia do nosso Orixá ancestral, nosso Pai de Cabeça. Pois não é um ato mecânico e sem importância a utilização dessas guias.

As guias das entidades tem significado semelhante, mas acrescido de uma força mágica para auxiliar na condução, liberação e direcionamento das energias do médium para os trabalhos daquela entidade. Isso significa que apenas aqueles que já foram liberados para o toco (médiuns que podem dar consultas nas giras) poderão usar essas guias de entidades. Lembrado que na nossa Casa todas as guias devem ser fechadas pelo Pai de Santo.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Amor, palavra de ordem na gira!

"O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor." (Rom. 13,10)

"Chegado mais um dia para exercer minha mediunidade! Que bom amanhã é dia de gira!"
Todos os dias por todo o nosso país e por diversos outros países médiuns de Umbanda começam suas preparações para irem para as giras.

Fazem seus preceitos (dieta alimentar, banho de imantação, etc) e vão até seus terreiros. Assim como nós todas as sextas-feiras e algumas segundas-feiras.

E logo pensamos: "Hoje vou estar pronto para ajudar meu semelhante. Quero me doar, quero permitir que as entidades possam realmente passar sua luz e energia aos espíritos, encarnados e desencarnados, que estarã no terreiro."

Chegando no terreiro, olhamos a assistência e vamos nos trocar, conversar, etc.. Toca o adjá e nos deslocamos até o congá para mais um dia de gira. "Pronto agora vou me concentrar e me doar."

Muitas vezes sequer temos este pensmento, não é verdade? E vejam que este pensamento não basta! É sim um bom e grande início, fundamental até, mas não é tudo! Você imediatamente vai pensar: "O nosso Pai-de-santo endoidou! o que ele vai querer agora?"

Nossa postura enquanto umbandistas deve ser diária. Mas não é isso que quero falar hoje, quero falar de nossa postura antes e durante a gira. Devemos olhar para a assistência e agradecer a cada um que ali está. Olhar para todos os cantos e agradecer a todos os espíritos desencarnados e necessitados que ali estão. Entender que não somos nós que estamos ajudando eles. Que esta relaçao de nós ajudamos e eles (assistência) são ajudados. Pois isto é uma mentira!

Um terreiro só existe quando existe assistência, encarnada ou desencarnada! São os irmãos da assistência que darã a oportunidade sagrada para o nosso trabalho, para o nosso resgate kármico, para a abençoada tarefa de exercíco mediúnico. Ou seja, a assistência não pode e não deve ser encarada como pessoas que estão lá para receberem algo de nós. Porque nós é que vamos receber a oportunidade, nós é que estaremos recebendo esta dádiva. Quem dará aos irmãos da assistência e a nós, são os Orixás por meio dos guias e protetores.

Você poderá dizer que está dando o seu tempo, seu suor! É verdade, nós realmente estamos dando muita coisa, sacrficando outras. Ms sem neanhuma dúvida não estamos fazendo favor a ninguém! E este pensamento, o de fazer favor aos outros, é que devemos abolir completamente. Afinal ele é o irmão do orgulho, primo do egoísmo e marido da soberba. Nós não estamos fazendo favor a ninguém, senão a nós mesmos!!!

Estamos na gira para ajudar! Sem dúvida. Estamos na gira para nos doarmos! Sem dúvda. Estamos na gira para praticar a caridade e exercer o amor! Sem nenhuma sombra de dúvida. E tudo isto não significa em absolutamente nada que estamos fazendo um favor a quem quer que seja.

Amar de forma verdadeira e plena, e assim praticar a caridade, exercer a doação de mente, corpo e alma, e ajudar a todos que se deslocarem até um terreiro esta é a nossa tarefa! E devemos fazê-lo com humildade, e nunca nos sentindo superiores aos irmãos da assistência, pois de fato não o somos.

Seguindo esta lógica e esta postura como olhar para a assistência e não agradecer a cada um por ali estarem? Como não nos curvarmos diante de cada um ali e perceber como eles são importantes, e como a Umbanda é abençoada por me dar esta oportunidade? Como não tratar todos que vão ao nosso terreiro com muito respeito, com muito amor e devoção?

Com esta postura não podemos tratar ninguém com desdém, com superioridade, com arrogância como se fôssemos os salvadores! Olhar para cada um da assistência e nele enxergar Deus, e tratá-lo como se Deus fosse, como se fosse um ente que mais gostamos, esta será a nossa postura! Não só nas consultas, não só incorporados, mas antes da gira, na hora de chamar para as consultas, nos intervalos, enfim, demonstrar que o Amor é a palavra de ordem na gira!!!!

Deixar todos confortáveis, fazer com todos se sintam acolhidos, benvindos, e que aquele local (o terreiro) sempre estará de portas abertas para eles e que sempre serão recebidos com amor e felicidade, com alegria mesmo. É mais que uma postura, é um dever de cada um dos médiuns. E é o começo de nossa atividade enquanto umbandistas, é o início dos trabalhos de caridade da Umbanda, é o amor em exercício!

Tratem todos como gostariam de ser tratados! isto é o mandamento de Cristo: Amar o teu próximo como a ti mesmo!

Obrigado a todas as pessoas que vão até nosso terreiro, a todos os espíritos que até lá se locomovem, afinal vocês são a razão de existir de nossa casa! Que os Orixás abençoem a cada um de vocês, e a todos os médiuns de Umbanda para que possamos juntos fazer de nosso mundo um mundo de Amor e Paz e assim que seja pleno de luz.

Saravá!

segunda-feira, 19 de maio de 2008

As entregas e oferendas na Umbanda - Por que fazer??

Muitos que chegam para conhecer a Umbanda pela primeira vez estranham, não entendem e até acabam por emitir comentários negativos sobre a nossa Religião devido ao uso de matéria nos trabalhos.

A Umbanda faz uso aberto das energias e da matéria astral, ou seja a parte astralina da matéria. Por parte astralina, ou por matéria astral podemos entender o duplo etéreo de todas as coisas. Ou seja, a cópia da matéria em seus mínimos detalhes no astral, no "mundo espiritual". É uma matéria de menor densidade, mas ainda assim matéria.

Em livros espíritas, e em outros espiritualistas, encontraremos referência sobre os fenômenos de materialização e desmaterialização. Assim segundo estes estudos e relatos os espíritos especializados nestas práticas de materialização buscam nos sítios da natureza energias densas dos vegetais, dos animais e dos minerais para procederem o fenômeno de materialização ou desmaterialização. Livros como "Missionários da Luz" (André Luiz, psicografia de Francisco Xavier), "Nos domínios da mediunidade" (mesmo autor e mesmo médium) poderemos encontrar estas referências.

Na Umbanda esta busca de energias mais densas, ou materializadas, ou como preferimos chamar de matéria astralina acontecem diante dos olhos de todos. As entregas e oferendas, nada mais são do que um fornecimento de energias e matéria para que os espíritos possam manipular e produzir os efeitos desejados e ordenados pelos Orixás.

Alguns podem perguntar: "mas as entregas não são para os Orixás para as entidades?"
E eu responderei: NÃO, na minha concepção não!

As entregas são para nós, são para os espíritos que queremos ajudar. Ou seja, quando faço uma entrega para audar um parente doente, perdido, etc., a entrega é para este parente e não para a entidade, não é um sistema de troca ou de barganha, ou de pagamento para a entidade nos ajudar. O que fazemos é simplesmente fornecer as energias que nós mesmos precisamos, repito.

O que devemos entender é que para alterar a matéria, precisaremos de energias quase materias, precisaremos de energias que são fornecidas pela própria matéria. A começar pela energia dos médiuns, chamada ectoplasma, passando pelas energias da natureza e por fim a energia das entregas e oferendas (e aquelas presentes nos pontos das entidades).

Da mesma forma que somos matéria, que entendemos que os estados psicológicos/mentais de raiva, egoísmo, orgulho, etc., são de baixa vibração e assim quase materiais de tão densos, entenderemos que para alterar a matéria, alterar os estados densos, assim como para ajudar nossos irmãos desencarnados (mas ainda presos aos prazeres sensoriais e materiais) precisaremos de matéria astralina. Passaremos a compreender, assim, verdadeiramente, a razão das entregas e oferendas, ou melhor o uso de matéria pela Umbanda.

Certamente que a Umbanda não utiliza, de forma alguma, entregas com sangue animal, partes de animais e muito menos prega ou faz uso de sacrifícios, as entregas e oferendas da Umbanda vem de elementos de origem vegetal e mineral.

Certamente, também, pregamos a consciência ecológica e assim aconselhamos o uso de materiais biodegradáveis, e fazer as entregas com segurança ambiental. Ou que sejam feitas em espaços próprios para este fim como o Jardim dos Orixás que encontramos e alguns terreiros como o nosso, o do Pai Maneco, o do TUCA, o do Tio Antonio e o do Pai Mathias.

Da próxima vez que vir alguém fazendo a entrega, ou que você for fazer a entrega para você ou para alguém querido, lembre-se que aquilo que você está forncendo são as energias e materiais que as entidades usarão, compondo com outras, para atendê-lo, para ajudá-lo. Faça com respeito à natureza, com respeito aos Orixás e com dedicação, pois a magia começa na nossa determinação mental.

Muito axé e muita luz a todos!!

domingo, 18 de maio de 2008

Fundamentos de Umbanda IV – Defumador


Em todos os terreiros de umbanda iremos nos deparar com um momento chamado defumação. E como diz um de nossos pontos cantados "Filho quer se defuma, Umbanda tem fundamento, é preciso preparar..."

A defumação é a queima de algumas ervas e resinas e sua transformação em fumaça pela ação do fogo. Exalando e soltando suas essências. Assim a defumação vem trazer a força e a magia das ervas e assim dos Orixás. É bom lembrar que algumas ervas possuem propriedades terapêuticas e propriedades espirituais. Por exemplo, a guiné, a arruda e o alecrim, que também servem para banhos de descarrego, são utilizados nas defumações para afastar e dissolver e transmutar energias deletérias. Atrair energias positivas e eliminar miasmas e larvas astrais.

A defumação ao mesmo tempo em que serve como uma grande vassoura astral serve como um imã de boas energias, cabendo aos seres daquela localidade manter um padrão vibratório alto que a localidade permanecerá com muita energia positiva.

Além de suas propriedades astrais a defumação ajuda a mente do médium e da assistência, ou dos residentes daquele local, a entrarem em contato com os guias e protetores. Ou seja, o perfume da defumação estimula nossos centros nervosos (plexos) a captarem com mais qualidade as energias superiores, mantendo a mente da pessoa mais concentrada e propícia a esta percepção.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Entidades da Umbanda


Na Umbanda quem traz as mensagens, a vontade, a força dos Orixás e assim de Deus são os espíritos que chamamos de guias e protetores, ou seja entidades que são os emissários e mensageiros da Luz, do Amor e da Paz.

Muitos locais se fala linha de caboclos, linha de pretos-velhos, linha do povo d'água, linha do oriente, e assim por diante.

O que eu acredito é que há uma confusão sobre formas de apresentação, ou seja, como as entidades vão se manifestar, que roupagem fluídica se apresentarão e as linhas de Umbanda.

Por linhas entendemos as qualidades, a força de trabalho, as especialidades de trabalhos dos Orixás. Por formas de apresentação entendemos a maneira pela qual os espíritos irão se manifestar.

Esta maneira, ou forma, que é a roupagem fluídica e simbólica pela qual as entidades de luz irão se manifestar é fundamental na Umbanda. Para nós um espírito para se manifestar enquanto guia deverá abrir mão de sua individualidade. Serão falangeiros.

Sempre dizemos que a Umbanda é fundamentada em um tripé essencial, que são as formas de apresentação (essenciais), sem as quais não se pode falar em Umbanda, e isso é unânime.

Assim Pretos-Velhos, Caboclos e Crianças formam o essencial da Umbanda. Significando o desenvolvimento da vida, ou seja o início da vida, a pureza e a simplicidade, a descoberta (infância = crianças), o amadurecimento a virilidade o destemor, a vontade e o arrojo, a força (adulto = caboclo) e o amadurecimento, a sabedoria da vivência, a humildade de quem já viveu muito, a experiência e o conhecer das outras fases (velhice = pretos-velhos).

Assim as formas de apresentação significam a nossa vida, e dão conta de todos os problemas de nossas existências. Isso sem falar nos Exus e Pombagiras que são do reino da quimbanda que completam o que podemos chamar de formas de manifestação primordiais e essenciais de qualquer terreiro de Umbanda.

Mas por vários motivos com o passar do tempo outras formas de apresentação foram se formando na Umbanda, são o povo do Oriente, os baianos, os boiadeiros, os ciganos e os marinheiros. Estas formas de apresentação, muitas vezes chamadas de povos auxiliares, ou formas auxiliares de apresentação, tem funções e missões distintas, mas sempre subordinadas ao tripé essencial e assim aos Orixás.

Logo em breve falarei mais sobre as formas de apresentação.

Saravá a todos!! que todos os bons espíritos, todas as formas de apresentação da Umbanda nos tragam a esperança e a força para vencermos nossos vícios e erros, para assim nos libertarmos de todo e qualquer apego, para podermos viver, sentir e emitir o verdadeiro AMOR!

terça-feira, 13 de maio de 2008

Saravá os Pretos-velhos!!!


Em virtude do dia 13 de maio ter sido o dia em que a realeza brasileira, em 1888, assinou a lei Áurea que extinguiu oficialmente o regime de escravidão no Brasil, convencionou-se celebrar neste dia os nossos queridos Pretos-velhos.
Entidades que representam a ancestralidade, a sabedoria e a humildade. Entidades que são a própria manifestação da experiência, daquele que por tudo já passou e neste momento vem trazer esta sabedoria com muito amor e tolerância.
São os grandes "administradores" da Umbanda.
E falar desses espíritos tão abençoados e tão cheios de mansuetude e de paz, não é tarefa fácil.
Assim vou me socorrer de uma imagem que temos em nosso congá.
Bem na entrada do congá, onde a assisência passa para receber o passe e/ou para se consultar há uma imagem de um africano, ou afrodescendente (ganhamos de presente de uma família muito querida) que está sentado em um toco com suas mãos acorrentadas. Ou melhor, uma das mãos, pois quando recebemos a imagem a corrente estava quebrada!
Passado pouco tempo o Pai Tobias de Guiné, preto-velho chefe de nossa casa (cabana do Pai Tobias de Guiné) falou para mim: "Coloque esta imagem bem na entrada, no alto!" coloquei e depois ele me falou:
- "Que todos que aqui entrem possam ter as correntes que aprisionam seus espíritos quebradas! que a luz da Umbanda e o axé desta casa possam ajudar a libertar todos os espíritos, encarnados ou desencarnados que aqui chegarem!"
Logo pensei na escravidão, no cativeiro, mas rapidamente o Pai Tobias me respondeu:
- "A pior escravidão, a pior prisão e corrente, meu filho, é a que vocês carregam no coração e na alma. E esta só existe quando a gente quer. Aprisionaram meu corpo, minhas forças físicas, mas nunca mantiveram meu espírito preso, acorrentado, pois sabia que a Justiça divina, que Xangô me abencoaria, e que tudo no cativeiro era passageiro! Mas meu espírito este sim permanente! "
continou:
- "Para se libertar das correntes do sofrimento e das vidas sucessivas, basta gerar, plantar e cultivar o amor! Abolir, por completo, a raiva, o ódio, o ciúmes, o orgulho e o egoísmo! Trabalhe para isso e ai sim gozará da libertação, da verdadeira lei áurea!"

Que os Pretos-velhos possam nos abençoar e nos ajudar a libertar nossas almas, livrarmos do orgulho e da vaidade e assim quebrarmos as correntes do sofrimento e da tristeza!!
Que esses maravilhosos espíritos continuem a nos dar tantas lições, afeto, conforto e a nos abençoar!

Saravá os pretos-velhos! Babaê meu pai!
Saravá meu Pai Tobias de Guiné!

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Gestos cheios de sentido


Nós umbandistas possuímos uma série de gestos e cumprimentos que sempre são cheios de significados.
Desde o primeiro momento, desta vida, que entrei para a Umbanda me questionei e procurei saber por que se cumprimenta e se faz aqueles gestos. Como sempre falo, não existe nada em nosso ritual (ritual de nosso Terreiro) que não tenha um significado e que o mesmo seja desconhecido.
Talvez por minha formação, talvez por meu espírito excessivamente questionador, não costumo aceitar fazer e refazer ações sem saber o porque estou os fazendo. E isso passo para todos os membros de nossa casa e para todos que encontro.
Estes gestos e cumprimento passo a postar em nosso Blog apartir de hoje.
Para começar quero falar do Bate a Cabeça. No início de nossos trabalhos todos os médiuns batem a cabeça enquanto entoamos um ponto cantado:

"Bate a cabeça filho de Umbanda
Bate a cabeça filho de fé"

e em seguida:

"Para você que é filho de pemba,
Para você que é filho de Fé
Vamos bate essa cabeça
e peça a Deus o que quiser."


Assim os membros da corrente batem a cabeça em cima dos seus "panos de cabeça" ou diretamente no chão, enquanto a hierarquia passa saudando a todos com o adjá. Este gesto que acontece logo no início de todas as giras não pode e não deve ser um ato mecânico.
É um gesto de muito comprometimento e devoção. Afinal quando batemos a nossa cabeça é o mesmo que aceitarmos, nos subordinarmos à vontade Divina, à vontade dos Orixás, e assim à Lei da Umbanda. Bater a cabeça é aceitar e compreender que estamos todos subordinados à uma Lei Maior e com Ela concordamos. Também é um ato de submissão, uma demosntração de humildade em relação aos Orixás, aos Guias e à Umbanda.
Ainda é um ato de renovação de nosso compromisso com a Umbanda, um compromisso com a caridade e como esta religião é o caminho que escolhemos para a iluminação de nosso espírito e daqueles que nos circundam.
E diante deste ato em que nos postamos abaixados, temos um momento em que pedimos algo para os nossos Orixás, proteção, luz, enfim, um momento de comunhão com as emanações de Deus para nossos pedidos.
Como se pode ver não batemos a cabeça sem um sentido claro e muito profundo.

Em nosso Terreiro também batemos a cabeça toda vez que desincorporamos as entidades. Este ato também tem um significado parecido com o anterior, mas mais concentrado no guia que acabamos de receber. É assim um pedido de obrigado por podermos ter sido instrumentos naqueles momentos, e renovarmos nossa intenção de continuarmos sendo aparelhos dos guias e protetores da Umbanda. Ao mesmo tempo faz com que nossos chakras voltem a trabalhar na intensidade normal, comum ao nosso ser.

Como podemos ver todo gesto tem uma razão, e o bate a cabeça não foge a esta regra. Da próxima vez lembre-se de que batendo sua cabeça você está fazendo tudo o que colocamos, concorde com isso e faça-o com respeito e dedicação.

Saravá o bate a cabeça! Saravá o Orixá de cada um de vocês!

domingo, 11 de maio de 2008

Mãe


O espírito que se auto denominava André Luiz escreveu inúmeras obras pelas mãos caridosas e abençoadas do médium Francisco Xavier. Em uma dessas obras, "O espírito da Verdade, editora FEB, encontramos o seguinte trecho:

"MATERNIDADE
Vemos em cada manifestação da Vida determinada meta de desenvolvimento, qual anseio do próprio Deus a concretizar-se.
Na criação, o clímax da grandeza;
Na caridade, o vértice da virtude;
Na paz, a culminância da luta;
Nos filhos, a essência do amor;
No lar, a glória da união.
De igual modo, a maternidade é a plenitude do coração feminino que norteia o progresso.
Concepção, gravidez, parto e devoção afetiva representam estações difíceis e belas de um ministério sempre divino.
Láurea celeste na mulher de todas as condições, define o inderrogável recurso á existência humana, reclamando paciência e carinho, renúncia e entendimento.
...
Misto de júbilo e sofrimento, missão e prova, maternidade, em qualquer parte, traduz intercâmbio de amor incomensurável, em que desponta, sublime e sempre novo, o ensejo de burilamento das almas na ascensão dos destinos.
...
Mães da Terra! Mães anônimas!
Sois vasos eleitos para a luz da reencarnação!
..."

O que dizer de mãe. Mãe que nos deu a vida, mãe que nos educou, mãe que nos alertou de tantos erros e de tantos acertos! Mãe que nos dá, nos deu e sempre dará o colo! Mãe a figura de um espírito consolador, educador, de alguém que nos entende, nos compreende! Ou simplesmente uma mulher que na união com um homem carregou o início de uma nova vida por longos meses! Espírito muitas vezes inimigo em passado remoto, adversário, algoz, quem sabe vítima, mas por justiça divina, pela lei do amor recebe em seu seio, em seu ventre o antigo desafeto e pela ação da reencarnação neutraliza aquele veneno da raiva e do ódio, transformando aos poucos as trevas na luz do amor maternal!
Quão divina é a vida! Quão divina é a oportunidade de dar a vida! e quão divino é a oportunidade de resgatarmos laços, de quebrarmos correntes de tristeza e ódio! e como isso seria doloroso e até impossível se não fosse a reencarnação?
Pense que por mais difícil que seja sua relação com sua mãe ou com seus filhos, há sempre uma razão para que esta família carnal constituída seja composta por estes espíritos. Que maravilha é esta oportunidade. Valorize seus filhos, valorize ainda mais seus pais e em especial sua mãe. Pois com certeza é exatamente estes espíritos que farão do seu espírito um ser melhor e mais iluminado.
Maria, o espírito que recebeu a missão de receber o Senhor Jesus Cristo em seus braços enfrentou duras críticas, preconceitos e viu seu filho padecer e morrer em nome de um bem maior. Mas mesmo sabendo de tudo que iria acontecer não desviou o seu filho da missão Divina. Esteve ao seu lado, dando forças e abençoando-o. Que esta figura possa sempre iluminar o coração e a alma de todas as mulheres. Que nossa mãe Iemanjá, mamãe Oxum, Iansã e Nanã Buruquê possam sempre nos confortar, alentar, corrigir os passos e nos ungir com suas águas e ventos de purificação e paz!

Para a minha mãe carnal um grande abraço, a certeza de que muito do que sou (a parte boa) é devido a você. Devido ao seu amor, a sua dedicação e seu exemplo! Que Iemanjá te cubra com suas águas te abençoando e protegendo, permitindo que teu espírito flutue rumo aos Orixás! Obrigado por tudo! Onde quer que eu esteja, sempre levarei comigo o teu amor, e sempre estarei rogando aos Orixás e aos Guias que te abençoem e levem o meu amor a ti! Obrigado a Deus por ter me abençoado de ter nascido seu filho.

Que estas palavras finais sejam a minha homenagem, humilde, a todas as mães!

Feliz dias das Mães!

sábado, 10 de maio de 2008

Fundamentos de Umbanda III - O poder e a razão das velas


A Vela é o maior elemento e instrumento mágico presente na Umbanda. Praticamente nenhum trabalho é realizado sem a presença de pelo menos uma vela.

A vela sintetiza os quatro elementos com destaque para o fogo e a terra. Em geral as velas são produzidas pela parafina que é um derivado do petróleo, que nada mais é do que elementos orgânicos em milhares de anos acumulados e decompostos. Há algumas velas que são produzidas por cera, seja cera de carnaúba (uma árvore, palmeira, do Nordeste), seja pela de cera de abelha. As duas também são produtos orgânicos.

A principal intenção de uma vela é a iluminação, o caminho de luz. É a chama de uma vela que simboliza a presença da energia iluminada, a representação da energia que a entidade ou que nós estamos querendo trazer.

Além disso, a vela é um elo, uma ligação entre aquele que está pedindo, aquele a quem o pedido é destinado Orixá, Deus, entidade, e aquele para quem o pedido é, podendo ser a própria pessoa ou seu familiar, amigo, etc., ou seja o destinatário do pedido. Por isso a importância da atenção e da concentração no momento de acendermos uma vela.

A vela pela própria ação do fogo simboliza a magia: a terra sob a ação do fogo se transforma em ar e água.

O número das velas pode representar inúmeras situações. Desde a diferença entre questões matérias e espirituais, até a própria simbologia humana. Em geral utilizamos 7 velas, para que aquela ação, aquele pedido, aquele agradecimento entoem nas 7linhas, nas sete emanações de Deus-uno onde tudo está concentrado.

E assim por diante.

As cores das velas têm como significado principal a vibração original dos Oixás, assim verde para Oxossi, amarelo para Oxum, etc. Mas em determinados trabalhos as cores podem significar ouro, vida, paz, etc. E mesmo assim mantém em si a força do Oixá regente daquela cor.

Temos que lembrar também que a ação de uma vela poderá ser ainda a consumação de determinada energia, a transmutação daquele estado em luz e calor. A Vela poderá ainda ser uma força de encaminhamento, de fluxo energético para resgatar e encaminhar espíritos. Poderá, também, ofuscar, destruir, intimidar espíritos malfazejos para que percebam a energia do amor e da luz Dvina.

Isso estamos falando da vela, mas em geral há uma composição entre vela, fumo, comida, bebida, ponto riscado, etc. A união desses elementos produzirá uma variante de significados e de poderes amplos.

Vocabulário I


A pedidos começarei a escrever um glossário sobre alguns termos e palavras utilizados em nossos pontos cantados e no dia-a-dia, além das saudações, para que possamos nos familiarizar com as mesmas, ao mesmo tempo que quando pronunciarmos estas palavras saberemos o que significa. Algumas iremos colocar para conhecimento, mesmo que não seja muito utilizado.
Se você quer saber o significado de alguma dessas palavras escreva para nós.

Aruanda - o local onde as entidades de luz ficam. Como se fosse uma colônia espiritual de onde os guias da Umbanda vêm nos abençoar e incorporar nos terreiros. Aruanda é um termo de uso geral, mas tem mais relação com os pretos-velhos. Pois para os caboclos utilizamos Jurema, Aruanda de caboclo, ou ainda para os caboclos de Ogum, humaitá.

Cidade da Jurema ou cidade do Juremá- como se fosse a Aruanda dos caboclos.

Humaitá - o mesmo que Aruanda e Cidade da Jurema utilizados para os caboclos de Ogum

Atotô - saudação para o Orixá Omolu/Obaluaê, que significa "silêncio". No sentido de respeito, silêncio o Senhor Omolu está entre nós.

Babalorixá, ou babalaô - o mesmo que Pai-de-Santo, ou Zelador-de-Santo, ou seja o sacerdote o dirigente de uma casa, de um Terreiro.

Yalarorixá - o mesmo que Mãe-de-Santo, Zeladora-de-Santo, ou seja a Sacerdote ou dirigente de um Terreiro, de uma casa de Umbanda.

Abô - o termo é usado para nós como um banho preparado pelo Pai-de-Santo e só aplicado em determinados casos. Mas abô em outras casas pode significar as ervas maceradas e preparadas para os banhos, a água com as ervas que preenchem algumas quartinhas.

Agô - um pedido de licença.

Amalá - é uma entrega para os Orixás. Composto de velas, uma oferenda (comida), fitas, bebeida e flores. Este é o significado para nós. O termo original era uma entrega para Xangô (a que fazemos no nosso terreiro) composto de quiabo refogado, colocado em uma gamela redonda e com acaçás (bolinhos de fubá branco).

Cambone ou Cambona ou Cambono - médium que auxilia as entidades que estão dando consulta. Desde a preparação para que a entidade possa riscar o ponto, até entender e ajudar a boa comunicação entre o consulente e a entidade. Ao mesmo tempo que serve de testemunha de todos os atos praticados nas consultas.

Canzuá - o mesmo que Tenda, ou Terreiro. Mais especificamente pode significar o Congá.

Congá - Local em um terreiro onde a gira acontece. Onde os médiuns se reunem e processam a cerimônia da Umbanda, local onde atendem-se as pessoas e as entidades incorporam.

Gira - denominação do culto, da cerimônia de umbanda. é o período em que os médiuns recebem as entidades, há o pronunciamento dos pontos cantados, período onde as consultas acontecem.

Egum - o termo originalmente significa espírito de alguém que já esteve encarnado. Ou seja, todo aquele que uma vez habitou um corpo e naquele momento não está encarnado é um egum. O mesmo que espírito desencarnado. Em alguns terreiros e muitas vezes em conversas entre seguidores da Umbanda o termo acaba tomando um sentido pejorativo e passa a significar um espírito perdido, um obsessor, ou um kiumba.

Kiumba - entidade, espírito desencarnado, eivado, viciado no mal. O mesmo que espíritos obsessores, magos e sacerdotes do sub-mundo astral. São esses espíritos que compoem a Kiumbanda ou Quiumbanda, muitas vezes equivocadamenbte confundida com a quimbanda. mas este U a mais faz toda a diferença.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Como ler, escutar ou observar e saber se aquilo é certo?


Sempre que nos deparamos com a literatura umbandista, ou mesmo a espiritualista em geral, ficamos com aquela pergunta: será que isso é verdade? será que é assim mesmo?
Como falei na última postagem (Umbanda uma religião que é puro AMOR) não são poucos os livros, artigos e sites, infelizmente, que trazem informações muitas vezes equivocadas (ao meu humilde ver). Assim separar o que é bom e o que não é deve ser tarefa de todos os médiuns e simpatizantes que queiram se aprofundar no universo espiritualista.
Diante disto, e diante das sempre solictações de indicações de livros, resolvi repassar como eu faço quando leio.
Primeiro descubro se a literatura se trata de uma obra de autoria própria ou se é psicografada. Se de literatura própria, em geral, é objeto de estudos, o autor trará conclusões e interpretações de outros autores, de obras psicografadas, etc. Desta forma podemos ir até a fonte do autor e tirarmos nossas conclusões. Quando se trata de obra psicografada ou intuída ou inspirada a primeira coisa que faço é saber para quem vão os direitos autorais. Afinal quem escreveu o livro foi um espírito, e como nós não aceitamos a comercialização da faculdade mediúnica, quando descubro que não há a indicação no livro para onde vai o dinheiro dos direitos autoriais, já fico com um pé atrás. Quando a obra afirma que os direitos autorais vão para o Centro X, a obra de caridade Y, ou semelhante, acredito ser um excelente passo, mas ainda assim não o único.
De qualquer forma ler só trará para nós mais conhecimento e instigará nossa mente a entender e a pensar sobre o mundo dos espíritos e sua relação conosco.
Independente se a obra é psicografada, leio com um olhar crítico, seja o escritor espírito desencarnado ou encarnado, não podemos atribuir aquela escrita como verdadeira. Assim devemos ler nos questionando, procurando entender o por quê, se aquilo faz sentido, como o autor chegou àquela conclusão, e com isso ir anotando as dúvidas para que em outros livros ou em conversas com outros médiuns, e com o Pai-de-Santo, possamos fazer a verificação das informações que ficaram duvidosas em nossa cabeça. Pesquisar mais, até estarmos convencidos daquilo.
Sempre devemos questionar, buscar a fundo as informações para que uma mentira, ou um equívoco, uma falha do autor não crie raízes em nossa mente. Nós só deixaremos criar raízes quando aceitamos como verdadeira aquela informação.
Da mesma forma tudo que escrevo aqui ou no site deve seguir o mesmo processo. De onde ele tirou isto? por que é assim? e se fosse de outro jeito? Não sem razão abrimos um espaço de perguntas no site para tentarmos sempre deixar tudo o mais claro possível.
Desta forma sempre consolidadremos o nosso conhecimento com certezas quase inabaláveis, e assim a nossa fé terá um pilar que a segura e a sustenta cada vez mais sólido e firme.
Tem uma frase, uma afirmação, que me acompanha há quase 20 anos, e não canso de repetir, e com certeza é um resumo perfeito do que escrevi aqui:
"Antes recusar 10 (dez) verdades do que aceitar 1 (uma) mentira"

Boa leitura a todos! Saravá!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Umbanda uma religião que é puro AMOR


Infelizmente ainda nos deparamos com vasta literatura dita umbandista que ensina como fazer o mal. Pior ainda é enxergarmos literaturas que disseminam o preconceito entre nosso próprio meio.
Não são poucos os livros, os artigos e os sites da Internet que pregam que a Umbanda é boa, mas a Quimbanda é má. Ou seja, pessoas que afirmam categoricamente que os Exus e as Pombagiras são seres que podem fazer o mal, e que todos devem tomar cuidado com este ser!
Há alguns que chegam a afirmar quais linhas da Umbanda desmancham os trabalhos da Quimbanda, e sabem tratar dos Exus. Este preconceito e infeliz ignorância (no sentido real desta palavra, não conhecimento) só traz prejuízo à nossa religião.
Quem propagou esta estória de que Exu é o mal, ou o próprio capeta, foram os padres jesuítas na catequização forçada dos africanos escravos em nossa pátria. São 500 anos de preconceitos e de mentiras para que os povos não tivessem liberdade religiosa. O que pior do que afirmar que o seu culto é demoníaco, que fará mal a você a sua família e que por isso você será eternamente jogado no inferno? a propagação do medo, e da perseguição só existiu para que esses padres pudessem cumprir sua missão que era acabar com os cultos não católicos.
Entretanto muitos foram e são os pais e mães de santo que continuam a multiplicar esta idéia equivocada para seus fiéis.
Quem disse que Exu é o mal? foram os africanos, os umbandistas? não, foram aqueles que queriam ver as religiões afro-brasileiras acabarem. Se é assim por que os ditos Umbandistas ainda continuam a disseminar o preconceito?
Está na hora de darmos um basta a multiplicação dessas mentiras! No nosso site tem uma definição de Exu e Pombagira e assim da Quimbanda que esperamos poder contribuir para o fim do preconceito.
O sociólogo e estudioso do Candomblé Roger Batsite no seu livro "candomblés da Bahia" trata bem a questão histórica e equivocada do preconceito aos Exus. Quem quiser se aprofundar neste tema encontrará lá uma boa leitura sociológica.
Mas para demonstrar como isso é uma contra-cultura basta pegarmos a razão para que Exu é saudado primeiro. Aqueles que ainda sofrem influência do preconceito católico, falam que é para despachar exu, para o mesmo não atrapalhar a gira. Entretanto os negros das antilhas e caribe falam que exu tem que ser o primeiro por que assim mandou Deus (Olorum), e os dois se baseiam no mesmo brocado Iorubá. veja o que dizem os caribenhos:
"Uma vez Olorum adoeceu, os Orixás estavam tão preocupados com a criação do mundo que deixarão o Senhor dos Senhores de lado. Exu ao ver aquilo imediatamente pegou suas ervas e ferramentas e foi curar Olorum. Curado, Olorum chama todos os Orixás e dá a sentença:
Como foi Exu que me salvou a partir de hoje ele será sempre saldado primeiro, todas as entregas serão primeiro destinadas a ele."
Quanta diferença não acham????
Para acabar com o preconceito temos que lutar contra a contra-cultura, buscarmos conhecimento e alicerçarmos nossa fé para que possamos mostrar como nossa fé é rica e como a umbanda e a sua parte quimbanda, são uma Religião de AMOR, de PAZ e de LUZ.
Que uma religião que serve a Deus e aos Orixás não pode, e de fato não o faz, nenhum tipo de ação que não seja o amor e a compaixão entre todos os seres vivos. Na Umbanda, verdadeira, não são aceitos nenhum tipo de trabalho que não seja para beneficiar todos os interessados, pois como diz o nosso Hino "a Umbanda é Paz e Amor é um mundo cheio de Luz", quem prega isso prega o que o Senhor Jesus nos ensinou, e combate justamente o mal e o ódio. Ou seja a Umbanda e a Quimbanda são ações divinas para o amor e para o combate ao mal conhecido como quiUmbanda (este "u" faz toda a diferença).
Vamos propagar a Luz, o Amor e a Paz, nosso exemplo terá mais força que mil palavras, umbandista que é umbandista é discípulo dos Orixás e assim trabalhador da seara do bem e do amor.
Muito axé a todos!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

O poder das plantas - o Poder das Ervas I


Na Umbanda um dos principais elementos utilizados são as ervas. Ou seja parte de plantas, em especial folhas.
Assim as ervas estarão presentes nos banhos de descarrego e imantação, na defumação, no tabaco utilizado pelas entidades, nas receitas de chás, garrafadas, nos Amacis, na preparação e feitura de Pais e Mães-de-santo, nos assentamentos, enfim, estão por toda parte e em todas as etapas da Umbanda.
Serão usadas folhas, caules, flores, raízes, etc, secas e verdes e serão usadas, também, suas resinas.
A ciência material cada dia mais volta a buscar o poder das plantas na cura de enfermidades, tal qual nossos ancestrais faziam. Infelizmente, em nome da "ciência", este uso foi ficando de lado, e agora volta com toda a força. Essa ciência é a chamada fitoterapia.
Graças ao conhecimento popular e de algumas tribos esse conhecimento não foi perdido, e é por relato desses povos que os pesquisadores estão se debruçando.
Da mesma forma muitos são os estudos sobre a aromoterapia, ou seja o papel dos aromas no equilíbrio e na recuperação emocional e até física dos seres vivos.
Terapias já reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde como a fitoterapia e os florais demonstram que muito temos que descobrir do poder das plantas. Ou seja, por todo o mundo voltam-se as atenções para as ervas. E a Umbanda?
Tanto as tribos e povos africanos como ameríndios sempre fizeram uso das plantas. Seja para cura, seja para adornos, seja para alimentação ou seja para suas religiões. A Umbanda que herda muitas dessas práticas dá vida a esses ensinamentos diariamente em seu terreiros.
Para a Umbanda as plantas além de suas propriedades químicas e biológicas, ou seja materiais, possui propriedades etéricas, ou astrais. Assim de diversas formas as ervas são utilizadas para trazer paz, harmonia espiritual aos seres encarnados e desencarnados. Limpando nossos perispíritos (corpo etérico e corpo astral), equilibrando nossos chakras, permitindo uma aproximação maior de nossos guias ao passo que nos ajuda a elevar a vibração, etc.
Talvez um dia a ciência dos homens poderá explicar como um banho de arruda, alecrim e guiné (por exemplo) muda estados mentais e faz com as pessoas fiquem mais dispostas e abertas a receberem energias positivas. Talvez um dia a ciência poderá comprovar que a defumação de ambientes traz bons fluidos ao mesmo tempo que transmuta e afasta energias deletérias, e com isso descobrirá como um abiente carregado produz doenças mentais e físicas.
Ou seja, um dia a ciência dará a comprovação dela para o que todos os Umbandistas já têm certeza e têm provas diárias: o poder das ervas.
Quando for usar da próxima vez lembre-se que as ervas são como nós: criações dos Orixás, respeite-as e aproveite todo o axé desses vegetais.
Saravá a todos!


PS. A partir desse tópico começarei a trazer algumas ervas e seu uso ritualístico e medicinal.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

"O SENHOR é o meu pastor, nada me falta" Salmos 23:1


Muitos são os livros em que a Umbanda poderá extrair conhecimentos e inspirações. Certamente um dos que mais nos farão refletir e mudar nossas atitudes é a Bíblia.
Entre seus diversos livros, epístolas, cartas, evangelhos, provérbios, profecias, etc. O livro dos Salmos traaz algumas frases e alguns textos bastante interessantes.
Vejamos o Salmo 23, que em seu versículo 1° traz a frase que dá o título deste texto.
"O SENHOR é meu pastor, nada me falta" (algumas traduções o final da frase fica "nada me falatrá").
É uma afirmação forte em que aquele que profere a sentença diz claramente que aquele que guarda sua vida, guia seu caminho e que lhe mantém unido a todos é Deus. Ou seja, se coloca como rebanho divino, e aceita esta condição demonstrando a humildade de se portar aos pés, sob os cuidados de Deus. Logo em seguida afirma que nada lhe falta, ou seja tudo o que possui atualmente é o que lhe cabe, é o que lhe é de direito e aceita isto. Percebamos que a segunda afirmação é a explicação da primeira.
Se o Senhor é o meu pastor, logicamente nada me falta ou faltará. Aquele que profere este Salmo está claramente aceitando seu destino, e isto lhe dá a certeza de que por tudo que passar será merecedor, pois o meu Pastor é o Senhor.
Mas esta frase não é fruto do comodismo, do marasmo e assim da inércia. É sim uma frase para que deixemos de reclamar de nossos problemas, de nossos sofrimentos, e que possamos entender que se hoje estamos sofrendo é porque ontem plantamos a dor.
Mas memso tendo esta certeza nada nos impede de que lutemos sem parar para abreviarmos esta nossa expiação, e só faremos isso buscando servir, amando a todos.
Ou seja, ser espiritualista, compreender a lei do karma, não significa não lutar, não buscar a todo instante maneiras para cessar o nosso sofrimento e o sofrimento alheio. Aliás é justamente para isso que sofremos, para irmos atrás da cura, para trabalharmos pela cura. E a cura está na certeza de que o Senhor é meu Pastor, nada me falta, e Ele me guiará por verdes campos, me mostrará os locais de fonte de água limpa, e mesmo que eu ande pelo vale das sombras, nenhum mal me alcançará, pois temos a certeza de que Deus está conosco. Ou seja, mesmo que meu espírito acorde nos umbrais, não devo temer, ou me revoltar, mas sim devo perceber mais uma oportunidade de trabalho e serviço aos nossos Orixás.
Para encerrar trago aqui uma frase que demonstra a certeza deste texto, escrita pelo espírito do Pai João de Aruando pelas mãos mediúnicas de Robson Pinheiro no livro "Alforria"
"A pessoa mais feliz não é aquela que tem mais, é a que menos necessidade tem".


Domingo II - contemplar


Na maioria das vezes não paramos um minuto sequer. Trabalhar, cuidar da família, estudar, lavar roupa, limpar a casa, etc. Cada um com suas atribuições, mas quase ninguém consegue ter ou quer ter tempo para reflexões ou para não fazer nada.Quando as atribuladas tarefas do nosso dia-a-dia conseguem cessar, quando chega no domingo, o que fazemos?
Vamos assistir TV, jogar, ficar horas na frente do computador. Mas muitas vezes deveríamos parar, por pelo menos uma hora, e não fazermos nada, simplesmente contempalrmos a natureza, o céu, as pessoas que passam...
Enfim muitas vezes a simples observação nos fará aprender a contemplar a vida. Nos mostrará quanta diversidade, quantas cores, quantos sons, quantas pessoas e todas diferentes. Isto vai nos mostrando a grandeza e a compexidade e a perfeição da criação Divina.
Certemante não é para pararmos e ficarmos julgando os outros, mas sim, para apreciarmos. Enxergar em cada vida uma essência divina, uma parte do Todo e uma parte de nós.
Com certeza com alguns treinos estaremos aprendendo a amar a todos indistintamente, e perceber como os Orixás estão presentes no nosso dia-a-dia, em todos os momentos.

Boa reflexão, bom ócio!!

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Fundamentos - II - Pontos Riscados

Pemba – Lei de Pemba – Pontos Riscados

A Pemba, giz em forma oval, é o instrumento em que as entidades ou os médiuns traçam linhas, desenhos. Essa grafia, que alguns chamam de grafia dos orixás, são signos magísticos que abrem ou fecham portas, que trazem ou repelem energias, ativam ou desativam forças astrais e da natureza. Além disso, é a assinatura, é o emblema símbolo de determinada entidade.

É pela grafia, pela lei de pemba, que podemos afirmar se é um caboclo, um preto-velho, qual preto ou qual caboclo e assim por diante. É uma forma de identificação, mas também de força e ativação e facilitação dos trabalhos. Vejamos algumas coisas na história.

Em filmes de vampiros vemos que a cruz (crucifixo) afasta essa entidades malévolas, por quê? Pelo simples fato do crucifixo significar Jesus Cristo e seu martírio para salvar o homem, significa a vitória do bem contra o mal, da vitória da vida sobre a morte.

Nos budistas veremos uma série de mandalas que significaram diversas emanações, energias, deuses, etc.

Na Umbanda os Pontos Riscados, que são a manifestação lei de Pemba, trazem essa magia. Cada traço terá um significado e uma importância no ponto de determinada entidade.

Serve também como um capacitor de energias, um condensador de energias, ou um diluidor de energias. Além da pemba se utiliza o ponteiro. Uma espécie de adaga sem fio de corte, pontiagudo que é a fixação do ponto. É a fortaleza e a antena do ponto, é como um para-raio as energias vão para o ponto e do ponto saem conforme a necessidade.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Umbanda um pronto-socorro


Há algum tempo atrás escutei em uma entrevista um médico do Rio de Janeiro tecer alguns comentários sobre saúde pública. No meio da entrevista um dos jornalistas questiona sobre outras formas de tratar as pessoas, simpatias, benzedeiras, terreiros, etc., como ele via essa prática popular.
A resposta do estudioso foi a seguinte:
"Se não fossem os terreiros de Umbanda do Rio, seria um caos muito maior do que enfrentamos, estimamos que esses terreiros tratem quase tantas pessoas que o sistema de saúde convencional com muitos resultados positivos".
A Umbanda nasceu para prestar auxílio a todos os que a ela recorressem, seja pelos males físicos, seja pelos males espirituais ou psicológicos, mesmo porque dificilmente poderemos dizer que um desses males não tem relação com os outros.
Assim a Umbanda assume sua função de pronto-socorro, e como tal muitos serão as pessoas que receberão ajuda, tratamento, cura e nunca mais olharão a Umbanda!
E isso só demonstra como a Umbanda é diferente, pois não trabalha para aumentar seus fiéis, não ajuda para receber mais pessoas em suas correntes, a Umbanda simplesmente veio para ajudar, sem pedir nada em troca, sem querer nada em troca, é a manifestação plena do Amor, tal qual Cristo ensinou, tal qual Buda ensinou. Saravá a Umbanda, saravá nosso Pronto-socorro.