quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Criamos a nossa própria realidade!


Nos tempos antigos, era um costume Zen que um monge peregrino recebesse alojamento por uma noite em um templo Zen Budista, se ele conseguisse debater com um dos monges residentes ou discípulos daquele templo. Um dia, um monge peregrino chegou a um templo solicitando comida e alojamento por uma noite. Como era de costume, o monge superior escolheu um dos discípulos para o debate com ele. Acontece que este discípulo em particular só tinha um olho e recebeu ordem do superior que debatesse em silêncio.

Quando o monge peregrino foi mandado debater em silêncio, este concordou. Logo depois, ele agradeceu ao superior e disse que não passaria a noite porque tinha sido derrotado no debate em minúcias. O monge superior pediu para que lhe explicasse o debate. O peregrino disse que começou por segurar um dedo, significando Buda como “O Iluminado”. O discípulo respondeu segurando dois dedos, o que para o monge peregrino, significava dois conceitos: um, o Buda, e dois, seus ensinamentos. O monge peregrino segurou três dedos significando Buda, seus ensinamentos e seus seguidores. Finalmente, o discípulo sacudiu o pulso no ar significando “Tudo é Um”. Assim o monge peregrino aceitou haver perdido o debate e deixou a sala para agradecer ao monge e partir a noite.

Algum tempo depois, o discípulo foi falar com o monge superior ainda furioso a respeito do debate. O discípulo estava zangado com o monge peregrino, dizendo que este havia debochado dele durante o debate. O superior então pediu para o discípulo fazer o relato do debate. Segundo ele, o debate começou com o monge peregrino segurando um dedo, o que o discípulo tomou como um insulto já que este só tinha um olho. O discípulo respondeu segurando dois dedos dizendo ao monge peregrino que ele (o peregrino) tinha sorte de ter dois olhos. Então levantou três dedos. O discípulo interpretou os três dedos como significando que juntos possuíam três olhos. O discípulo disse ter ficado furioso por haver sido insultado e então levantou o punho e o chacoalhou no ar, raivosamente. O discípulo disse então que o monge peregrino ficou assustado e deixou a sala.

Como se pode notar, esta estória é um exemplo interessante de como uma mesma situação, pode ser vista e interpretada de maneiras diferentes. De que maneira estaremos olhando os desafios colocados em nossas vidas?

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