Iniciamos recentemente algumas postagens sobre a cultura. Resolvemos iniciar pelas músicas, e uma influência que a Umbanda recebe e que o samba, e outros gêneros sofrem é o tradicional jongo. Oriundo de Angola, muitos Quilombos mantém viva esta cultura ancestral. Entre estes quilombos o Quilombo de São José postou no Youtube algumas explicações que valem muito a pena observarmos, seguem os links:
http://www.youtube.com/watch?v=bSSEDq1yaw8 (Quilombo São José – Jongo Part. 1 / 3)
http://www.youtube.com/watch?v=StWVU-RVayo (Quilombo São José – Jongo Part. 2 / 3)
http://www.youtube.com/watch?v=BEl9r3Vqu1w (Quilombo São José – Jongo Part. 3 / 3)
Depois se alguém quiser apreciar a dança e a música acesse:
http://www.youtube.com/watch?v=D9QkzRXMzOg Quilombo São José – música jongo fui na mata)
saravá os nossos ancestrais, saravá a África, viva a resistência negra que nos permitiu viver a Umbanda
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
A Umbanda e o homossexualismo. Casamento entre pessoas do mesmo sexo e outros apontamentos
Antes quero lhe fazer um convite: toda vez que formos debater um tema polêmico dê uma lida no texto que explica estes temas polêmicos "temas polêmicos".
Recentemente, em alguns sites e em alguns encontros, pairou sobre a nossa comunidade umbandista o debate, já realizado diversas outras vezes, sobre o homossexualismo, em especial sobre a possibilidade da celebração do casamento entre pessoas do mesmo sexo na Umbanda, ou como preferem alguns se a Umbanda poderia, ou deveria, abençoar estes relacionamentos.
Antes de falarmos de casamento é preciso compreender, ou buscar entender, como a Umbanda vê as questões do homossexualismo. Logicamente não sou eu quem dirá como a Umbanda pensa, afinal nem que quisesse teria este direito ou a capacidade de fazê-lo. Mas, posso dizer como a Umbanda que pratico, a Umbanda de nosso terreiro - Cabana do Pai Tobias de Guiné - vê, entende e ensina sobre este tema.
Quando falamos de homossexualidade imediatamente as mentes reduzem a questão a seus aspectos sexuais, ou seja, pessoas do mesmo sexo realizando práticas sexuais. Mas, a questão da opção sexual vai muito além da simples relação sexual, do coito propriamente dito.
A questão envolve a afetividade, a relação de atração, de amor a outra pessoa com a qual queremos nos relacionar, queremos construir uma vida em conjunto. É o amor conjugal, a que estamos nos referindo.
A questão começa ao pensarmos como vemos os espíritos. O espírito tem sexo? Nascemos um espírito masculino ou feminino? Em nossas inúmeras reencarnações sempre vestimos a carne com o mesmo sexo biológico?
Eu penso que reencarnamos em diversas roupagens materiais, hora em uma roupa biologicamente masculina, hora em uma biologicamente feminina. Entretanto, temos uma maior tendência em reencarnarmos em determinada roupagem.
Então será que quando reencarnamos na roupagem adversa ao nosso costume acabamos por sentir atração pelo mesmo sexo? Será esta a razão da homossexualidade? Os muitos espíritas (kardecistas) que conheço, e assim fui ensinado quando espírita, entendem que a homossexualidade é, entre outras teorias, como uma inversão dolorosa do sexo, ou seja, aquele espírito que teve inúmeras reencarnações como homem, e hoje encontra-se em um corpo de mulher teria atrações por outras mulheres. Apesar de simplificar esta definição, acredito que a tenha feito de forma apropriada, caso contrário por favor sintam-se a vontade em questioná-la.
Hoje já não tenho esta convicção. Acredito que estas questões sexuais, de opção sexual, estão muito atreladas a nossa cultura, aos nossos costumes. Na Grécia antiga muitos afirmavam que o único amor verdadeiro era o praticado entre os homens, as mulheres eram apenas procriadoras. Neste cenário todos os homens eram espíritos de mulheres em inversões dolorosas sexuais? Acredito que não.
Quando as pessoas julgam e tecem comentários sobre o homossexualismo acabam por gerá-los em função da prática sexual, como dissemos acima. Ou seja, o homossexualismo é feio porque dois homens ou duas mulheres buscam trocar carícias, buscam o prazer entre si.
Vejamos então a seguinte sentença: O sexo é para a procriação? O sexo é para a geração de filhos exclusivamente?
A resposta será não! O sexo, a relação sexual, quando feita com respeito pelo parceiro ou parceira, com amor, é uma relação que busca a troca de energias, de carícias, de prazer e também de sentimentos. Se o sexo tem esta natureza qual a diferença em ter uma relação com uma pessoa do mesmo sexo ou de sexo oposto? Na minha opinião, a diferença está na opção da pessoa, na natureza daquele espírito reencarnado que sente atração por este ou por aquele sexo.
Não estamos aqui falando de promiscuidade, de bacanais, etc., pois isto, independente se homossexuais ou se heterossexuais é uma prática que diminui a vibração, que traz obsessores e nos prende aos prazeres materiais, enfim, nos fragiliza e nos prejudica. Estamos aqui falando das relações que envolvem o sentimento do amor conjugal.
Assim, o que eu entendo é que não importa a sua opção sexual, não importa se você é um heterossexual ou um homossexual, o que importa é a tua vontade em seguir os passos de Jesus, de praticar a caridade, de amar toda a forma de vida, de buscar o fim do seu egoísmo, do seu orgulho, de sua raiva e de seu ódio. Importa que seu espírito trabalhe incansavelmente para a libertação própria e a iluminação de todos que lhe rodeiam.
Se você ama (no sentido conjugal, matrimonial do verbo) uma pessoa do mesmo sexo, ou uma pessoa do sexo oposto, deve apreciar este sentimento, deve ter com ele ou com ela uma relação de companheirismo. Buscar nesta pessoa aquela que dividirá com você as angústias e as alegrias da vida. Deus nos permite o casamento para isto; para trilharmos um caminho com outro espírito.
Ou seja, para mim, a Umbanda realiza os matrimônios, abençoa as relações não com a exclusiva intenção de colocar um macho e uma fêmea para procriarem, mas o faz para que dois espíritos possam, a partir daquele momento, dividir um só caminho. Como disse o Caboclo Mata Virgem em recente casamento em nossa casa:
“Até aqui vocês caminharam por caminhos próprios, estes caminhos se aproximaram, e hoje se unem. O que eram dois caminhos se torne um, o que eram duas chamas se torne uma.”
O matrimônio é um ato de amor, de união de espíritos para a consecução de seus objetivos com companheirismo. E é assim independente de um casamento hetero ou homoafetivo.
Neste sentido o nosso querido Preto-velho, Pai Tobias de Guiné, em recente consulta teceu o seguinte comentário:
“Vocês não param de ficar apegados a forma, ficam sempre querendo julgar um rio pela sua superfície. Dois espíritos se amam e querem compartilhar um mesmo caminho de vida, chegam a este terreiro e pedem uma benção, pedem para que realizemos seu casamento. Qual será a resposta?
Respondemos pelos espíritos ali presentes, ou vamos responder de acordo com a roupa que estão usando naquele momento? Para nós, falangeiros da Umbanda, não interessa a roupa, ou seja o corpo físico, interessa se estes espíritos se amam de verdade. Quando percebo isto, o amor, fico grato a Zambi, aos Orixás, por poder presenciar e atuar na benção deste casal.”
A homofobia e o preconceito pela opção sexual só atrasam a vida de todos, só trazem desarmonia, vibrações de ódio, e não de amor e de caridade. Neste sentido peço a todos que leiam o texto Mais uma palavra sobre preconceito, o caso ali relatado é sobre o preconceito realizado a um homoafetivo.
Será que há qualquer justificativa espiritual para este tipo de preconceito?
Assim, a opção sexual, o fato de sermos homoafetivos (homossexuais), ou heteroafetivos (heterossexuais), não faz de nós diferentes, certos ou errados, pecadores ou não pecadores. O que nos torna melhores ou piores é o que fazemos em relação à vida, em relação às pessoas, em relação aos espíritos e a nós mesmos, ou seja, quão orgulhosos, quão egoístas, quão amorosos e caridosos nós somos. Isto é o que revela a nossa natureza e não as formas, e não as aparências.
Por fim quero fazer uma última reflexão:
Na época em que Jesus viveu encarnado o pior de todos os pecados era a da mulher adúltera, ou seja, a mulher que traia o homem. Para esta mulher a condenação era o apedrejamento em praça pública, e isto esta escrito na Bíblia (antigo testamento).
O que Jesus fez ao ver uma mulher adúltera sendo apedrejada? Levantou-a, e olhou para a multidão de julgadores e disse: “atire a primeira pedra aquele que nunca pecou”. Ou seja, mesmo diante do maior pecado para seu povo, Jesus afirmou que jamais devemos julgar o nosso irmão ou nossa irmã. Com isso quero dizer que não interessa como você pensa a questão, se você concorda comigo, com a Umbanda, com os espíritas, com os demais cristãos, importa que pense como pensar, jamais julgue o seu semelhante, jamais se preocupe com o argueiro no olho do teu vizinho, e sim com a trave que cega a sua visão.
Jesus nos ensinou a amar incondicionalmente, amar a todos, até nossos inimigos, nossos queridos guias também ensinam isto para nós diariamente, vamos então praticar o amor incondicional. Ou seja, convencido da naturalidade das relações homossexuais, ou não, o que não podemos aceitar é que os umbandistas julguem, discriminem.
A Umbanda, para mim, não julga e não vê de forma anormal a homossexualidade, ou a heterossexualidade. Se esta pessoa é homo ou heterossexual, pouco importa, pois, todos somos espíritos iguais, filhos do mesmo pai, com livre arbítrio.
Para mim a Umbanda está preocupada e focada na elevação espiritual, na prática da caridade e no exercício do amor. Assim, para mim e para a Umbanda que pratico, o casamento, o matrimônio, ou a benção de casais acontece em virtude do amor conjugal, da parceria e do companheirismo, por isto, seja ele um casamento de pessoas do mesmo sexo ou de sexos biológicos diferentes, acredito que a benção, o sacramento pode e deve ser realizado.
Saravá a Umbanda, saravá o respeito e o amor entre todos os seres.
Recentemente, em alguns sites e em alguns encontros, pairou sobre a nossa comunidade umbandista o debate, já realizado diversas outras vezes, sobre o homossexualismo, em especial sobre a possibilidade da celebração do casamento entre pessoas do mesmo sexo na Umbanda, ou como preferem alguns se a Umbanda poderia, ou deveria, abençoar estes relacionamentos.
Antes de falarmos de casamento é preciso compreender, ou buscar entender, como a Umbanda vê as questões do homossexualismo. Logicamente não sou eu quem dirá como a Umbanda pensa, afinal nem que quisesse teria este direito ou a capacidade de fazê-lo. Mas, posso dizer como a Umbanda que pratico, a Umbanda de nosso terreiro - Cabana do Pai Tobias de Guiné - vê, entende e ensina sobre este tema.
Quando falamos de homossexualidade imediatamente as mentes reduzem a questão a seus aspectos sexuais, ou seja, pessoas do mesmo sexo realizando práticas sexuais. Mas, a questão da opção sexual vai muito além da simples relação sexual, do coito propriamente dito.
A questão envolve a afetividade, a relação de atração, de amor a outra pessoa com a qual queremos nos relacionar, queremos construir uma vida em conjunto. É o amor conjugal, a que estamos nos referindo.
A questão começa ao pensarmos como vemos os espíritos. O espírito tem sexo? Nascemos um espírito masculino ou feminino? Em nossas inúmeras reencarnações sempre vestimos a carne com o mesmo sexo biológico?
Eu penso que reencarnamos em diversas roupagens materiais, hora em uma roupa biologicamente masculina, hora em uma biologicamente feminina. Entretanto, temos uma maior tendência em reencarnarmos em determinada roupagem.
Então será que quando reencarnamos na roupagem adversa ao nosso costume acabamos por sentir atração pelo mesmo sexo? Será esta a razão da homossexualidade? Os muitos espíritas (kardecistas) que conheço, e assim fui ensinado quando espírita, entendem que a homossexualidade é, entre outras teorias, como uma inversão dolorosa do sexo, ou seja, aquele espírito que teve inúmeras reencarnações como homem, e hoje encontra-se em um corpo de mulher teria atrações por outras mulheres. Apesar de simplificar esta definição, acredito que a tenha feito de forma apropriada, caso contrário por favor sintam-se a vontade em questioná-la.
Hoje já não tenho esta convicção. Acredito que estas questões sexuais, de opção sexual, estão muito atreladas a nossa cultura, aos nossos costumes. Na Grécia antiga muitos afirmavam que o único amor verdadeiro era o praticado entre os homens, as mulheres eram apenas procriadoras. Neste cenário todos os homens eram espíritos de mulheres em inversões dolorosas sexuais? Acredito que não.
Quando as pessoas julgam e tecem comentários sobre o homossexualismo acabam por gerá-los em função da prática sexual, como dissemos acima. Ou seja, o homossexualismo é feio porque dois homens ou duas mulheres buscam trocar carícias, buscam o prazer entre si.
Vejamos então a seguinte sentença: O sexo é para a procriação? O sexo é para a geração de filhos exclusivamente?
A resposta será não! O sexo, a relação sexual, quando feita com respeito pelo parceiro ou parceira, com amor, é uma relação que busca a troca de energias, de carícias, de prazer e também de sentimentos. Se o sexo tem esta natureza qual a diferença em ter uma relação com uma pessoa do mesmo sexo ou de sexo oposto? Na minha opinião, a diferença está na opção da pessoa, na natureza daquele espírito reencarnado que sente atração por este ou por aquele sexo.
Não estamos aqui falando de promiscuidade, de bacanais, etc., pois isto, independente se homossexuais ou se heterossexuais é uma prática que diminui a vibração, que traz obsessores e nos prende aos prazeres materiais, enfim, nos fragiliza e nos prejudica. Estamos aqui falando das relações que envolvem o sentimento do amor conjugal.
Assim, o que eu entendo é que não importa a sua opção sexual, não importa se você é um heterossexual ou um homossexual, o que importa é a tua vontade em seguir os passos de Jesus, de praticar a caridade, de amar toda a forma de vida, de buscar o fim do seu egoísmo, do seu orgulho, de sua raiva e de seu ódio. Importa que seu espírito trabalhe incansavelmente para a libertação própria e a iluminação de todos que lhe rodeiam.
Se você ama (no sentido conjugal, matrimonial do verbo) uma pessoa do mesmo sexo, ou uma pessoa do sexo oposto, deve apreciar este sentimento, deve ter com ele ou com ela uma relação de companheirismo. Buscar nesta pessoa aquela que dividirá com você as angústias e as alegrias da vida. Deus nos permite o casamento para isto; para trilharmos um caminho com outro espírito.
Ou seja, para mim, a Umbanda realiza os matrimônios, abençoa as relações não com a exclusiva intenção de colocar um macho e uma fêmea para procriarem, mas o faz para que dois espíritos possam, a partir daquele momento, dividir um só caminho. Como disse o Caboclo Mata Virgem em recente casamento em nossa casa:
“Até aqui vocês caminharam por caminhos próprios, estes caminhos se aproximaram, e hoje se unem. O que eram dois caminhos se torne um, o que eram duas chamas se torne uma.”
O matrimônio é um ato de amor, de união de espíritos para a consecução de seus objetivos com companheirismo. E é assim independente de um casamento hetero ou homoafetivo.
Neste sentido o nosso querido Preto-velho, Pai Tobias de Guiné, em recente consulta teceu o seguinte comentário:
“Vocês não param de ficar apegados a forma, ficam sempre querendo julgar um rio pela sua superfície. Dois espíritos se amam e querem compartilhar um mesmo caminho de vida, chegam a este terreiro e pedem uma benção, pedem para que realizemos seu casamento. Qual será a resposta?
Respondemos pelos espíritos ali presentes, ou vamos responder de acordo com a roupa que estão usando naquele momento? Para nós, falangeiros da Umbanda, não interessa a roupa, ou seja o corpo físico, interessa se estes espíritos se amam de verdade. Quando percebo isto, o amor, fico grato a Zambi, aos Orixás, por poder presenciar e atuar na benção deste casal.”
A homofobia e o preconceito pela opção sexual só atrasam a vida de todos, só trazem desarmonia, vibrações de ódio, e não de amor e de caridade. Neste sentido peço a todos que leiam o texto Mais uma palavra sobre preconceito, o caso ali relatado é sobre o preconceito realizado a um homoafetivo.
Será que há qualquer justificativa espiritual para este tipo de preconceito?
Assim, a opção sexual, o fato de sermos homoafetivos (homossexuais), ou heteroafetivos (heterossexuais), não faz de nós diferentes, certos ou errados, pecadores ou não pecadores. O que nos torna melhores ou piores é o que fazemos em relação à vida, em relação às pessoas, em relação aos espíritos e a nós mesmos, ou seja, quão orgulhosos, quão egoístas, quão amorosos e caridosos nós somos. Isto é o que revela a nossa natureza e não as formas, e não as aparências.
Por fim quero fazer uma última reflexão:
Na época em que Jesus viveu encarnado o pior de todos os pecados era a da mulher adúltera, ou seja, a mulher que traia o homem. Para esta mulher a condenação era o apedrejamento em praça pública, e isto esta escrito na Bíblia (antigo testamento).
O que Jesus fez ao ver uma mulher adúltera sendo apedrejada? Levantou-a, e olhou para a multidão de julgadores e disse: “atire a primeira pedra aquele que nunca pecou”. Ou seja, mesmo diante do maior pecado para seu povo, Jesus afirmou que jamais devemos julgar o nosso irmão ou nossa irmã. Com isso quero dizer que não interessa como você pensa a questão, se você concorda comigo, com a Umbanda, com os espíritas, com os demais cristãos, importa que pense como pensar, jamais julgue o seu semelhante, jamais se preocupe com o argueiro no olho do teu vizinho, e sim com a trave que cega a sua visão.
Jesus nos ensinou a amar incondicionalmente, amar a todos, até nossos inimigos, nossos queridos guias também ensinam isto para nós diariamente, vamos então praticar o amor incondicional. Ou seja, convencido da naturalidade das relações homossexuais, ou não, o que não podemos aceitar é que os umbandistas julguem, discriminem.
A Umbanda, para mim, não julga e não vê de forma anormal a homossexualidade, ou a heterossexualidade. Se esta pessoa é homo ou heterossexual, pouco importa, pois, todos somos espíritos iguais, filhos do mesmo pai, com livre arbítrio.
Para mim a Umbanda está preocupada e focada na elevação espiritual, na prática da caridade e no exercício do amor. Assim, para mim e para a Umbanda que pratico, o casamento, o matrimônio, ou a benção de casais acontece em virtude do amor conjugal, da parceria e do companheirismo, por isto, seja ele um casamento de pessoas do mesmo sexo ou de sexos biológicos diferentes, acredito que a benção, o sacramento pode e deve ser realizado.
Saravá a Umbanda, saravá o respeito e o amor entre todos os seres.
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Temas polêmicos
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Temas polêmicos - Introdução
Em recente enquete realizada por nosso site perguntávamos qual o tema que os internautas gostariam de ver debatido em nosso espaço na internet. As respostas se dividiram bastante, mas a que recebeu maior número de votos foi a dos temas polêmicos. Assim começamos a trazer estes temas para que possamos debater e aprofundar nosso conhecimento sobre os mesmos.
Antes, porém, quero ressaltar um ponto que é fundamental para todos nós umbandistas: o perdão, a chance de recomeçar, a ausência de penitência e a busca incessante de cada um de nós em nos libertar das sensações de culpa.
Muitos temas abordados em nosso site, em especial nestes tópicos, falarão de atos cometidos por nós, por nossos familiares ou amigos. Assim, antes de julgarmos qualquer pessoa, ou mesmo de nos julgarmos, é fundamental que saibamos que só depende de nós a construção de um futuro cheio de paz e amor. Buscar enfrentar estas situações sem culpa, e perceber que teremos muitos desafios a nossa frente em virtude de nossos erros, só nos fortalece. Por isso, antes de começarmos faço um pedido a todos: leiam o texto “Pecado, não! Umbanda uma fé que liberta”, o façam para que isto facilite a compreensão do que abordaremos a seguir.
Conduzir nossas vidas em nome da caridade e do amor desinteressado, da verdadeira compaixão, trará a nós a tranqüilidade e a evolução espiritual, independente de nossos erros. Por isto, mesmo aquele que foi o pior de todos que já viveram pode e irá se iluminar, e isto só dependerá de nosso esforço e dedicação.
Outros assuntos não tratam de erros, mas de situações de bioética, de ciência, de opções sexuais, etc. Nestes o que interessa é termos nossa mente desprovida de preconceito, termos em nossa mente e espírito a certeza de que só o caminho do amor é a fonte de libertaqção e de iluminação.
Começarei com textos a respeito das opções sexuais (heterosexuais e homesexuais), como a Umbanda entende, podemos celebrar casamentos entre homoafetivos?, entre outros apontamentos sobre o tema.
Logo em seguida abordarei a origem da vida humana material e como vemos o aborto.
Todos os temas estão abertos a discussão, e toda a dúvida, ou discordância, ou mesmo apontamentos serão sempre bem vindos.
Saravá
Antes, porém, quero ressaltar um ponto que é fundamental para todos nós umbandistas: o perdão, a chance de recomeçar, a ausência de penitência e a busca incessante de cada um de nós em nos libertar das sensações de culpa.
Muitos temas abordados em nosso site, em especial nestes tópicos, falarão de atos cometidos por nós, por nossos familiares ou amigos. Assim, antes de julgarmos qualquer pessoa, ou mesmo de nos julgarmos, é fundamental que saibamos que só depende de nós a construção de um futuro cheio de paz e amor. Buscar enfrentar estas situações sem culpa, e perceber que teremos muitos desafios a nossa frente em virtude de nossos erros, só nos fortalece. Por isso, antes de começarmos faço um pedido a todos: leiam o texto “Pecado, não! Umbanda uma fé que liberta”, o façam para que isto facilite a compreensão do que abordaremos a seguir.
Conduzir nossas vidas em nome da caridade e do amor desinteressado, da verdadeira compaixão, trará a nós a tranqüilidade e a evolução espiritual, independente de nossos erros. Por isto, mesmo aquele que foi o pior de todos que já viveram pode e irá se iluminar, e isto só dependerá de nosso esforço e dedicação.
Outros assuntos não tratam de erros, mas de situações de bioética, de ciência, de opções sexuais, etc. Nestes o que interessa é termos nossa mente desprovida de preconceito, termos em nossa mente e espírito a certeza de que só o caminho do amor é a fonte de libertaqção e de iluminação.
Começarei com textos a respeito das opções sexuais (heterosexuais e homesexuais), como a Umbanda entende, podemos celebrar casamentos entre homoafetivos?, entre outros apontamentos sobre o tema.
Logo em seguida abordarei a origem da vida humana material e como vemos o aborto.
Todos os temas estão abertos a discussão, e toda a dúvida, ou discordância, ou mesmo apontamentos serão sempre bem vindos.
Saravá
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Falando sobre cultura – 1ª parte – Músicas Zeca Pagodinho
Umbanda é uma religião, isto é ponto pacífico. A Umbanda é um modo de vida, uma filosofia, isto acredito de corpo, mente e alma. A Umbanda é um movimento cultural, um outro ponto de vista que resolvi abordar.
Quando digo um movimento cultural digo que influencia a forma das pessoas se vestirem, se portarem, pensarem, comerem, se entreterem, etc. O mais óbvio e de fácil percepção é a música, afinal são muitas as músicas que falam dos Orixás, falam das entidades, falam dos rituais da Umbanda. Mas, muitos são os filmes, os livros de literatura, as artes plásticas, a gastronomia entre outras manifestações populares e culturais que estão diretamente ecoando a nossa Umbanda.
Comecemos pela música, em especial o samba. Este gênero musical tem influência da Umbanda desde a sua harmonia, sua tocada até as suas letras. A origem do samba está intimamente ligada as macumbas cariocas, as casas das Tias (onde a roda de samba de choro e de macumba, candomblé ou cabula aconteciam, foram o berço do Samba, e de muitos terreiros).
Para falarmos de música, escolhi um cantor e compositor que me abriu a porta do samba, e deste universo: Zeca Pagodinho. Tanto em músicas de sua autoria como de diversos outros compositores Zeca Pagodinho em praticamente todos seus discos traz alguma referência sobre a nossa Umbanda. A mais recente é uma música em homenagem ao seu Orixá de cabeça, Ogum. Antes já havia homenageado São Jorge (“Pra São Jorge”), e nesta música apresentava ícones e símbolos umbandistas, bem como já havia composto e gravado “Lua de Ogum” junto com Ratinho, e “Minha fé” (Murilão e Direto), todas falando de Ogum.
O mesmo Zeca Pagodinho gravou músicas como:
-“Hoje é dia de Festa”;
- “Chico não vai na Curimba”;
- ” Cabocla Jurema” (Efson e Nei Lopes);
- “Bamba no feitiço” (Zeca Pagodinho e Wilson Moreira);
- “É D’Oxum” (Gerônimo / Vevé Calazans);
- “Falange do Erê” (Arlindo Cruz e Sombrinha);
- “Patota de Cosme” (Nilson Bastos \ Carlos Sena);
- “Yaô cade a Samba” (Campolino e Tio Hélio),etc.
Existem, também, algumas músicas que tratam de assuntos diversos como amor, trabalho, devoção, e trazem em suas letras ritos da nossa amada Umbanda, como a música “Água da Minha Sede” (Zeca Pagodinho) que em uma das estrofes finais traz: – “Sua renda me rodou / Foi a gira / Foi canjira que me enfeitiçou / Apaixonado / Preciso do seu amor”.
Entretanto existem outras músicas tratam de práticas mágicas populares, muitas vezes as que tanto combatemos em nossos terreiros. Estas músicas abordam feitiços, amarrações, pragas empregadas por muitos, e que não fazem parte da Umbanda, e sim são práticas, repito, que a Umbanda combate. Entre estas músicas uma de Aldir Blanc e João Bosco, já gravada por Zeca Pagodinho, a música é “Boca de sapo” fala assim: “Costurou na boca do sapo / um resto de angu / A sobra do prato que o pato deixou. / Depois deu de rir feito Exu Caveira: /marido infiel vai levar rasteira. Bis”. “Vou botar teu nome na macumba”, segue a mesma linha.
Enfim muitas são as músicas, muitos compositores, e vou começar a postar alguns artigos sobre filmes, músicas, literatura, etc. E fico aberto a sugestões e ficaria grato com indicações de filmes e músicas.
Saravá.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Mais uma palavra sobre o preconceito
Recentemente escrevi sobre o Preconceito em nosso espaço (Preconceito, orgulho e superioridade).
Mas, em recente consulta com o Sr. Exu Marabô uma pessoa relatava um problema vivido por ele e seu companheiro. Afirmava que pela opção sexual dos dois o seu parceiro encontrava-se muito deprimido. Relatou que ele, o parceiro, não conseguia viver de forma livre com a sua opção sexual, que isto além de o deprimir, fazia com que sua vida estivesse sempre amarrada. Afirmou que o mesmo já tinha tentado, sem sucesso, se matar. Após o relato o Sr. Exu Marabô se volta para a cambone e pergunta:
- “Veja por que sempre falamos que o preconceito é tão nocivo? Se os homens e mulheres deixassem de julgar e de criar a discriminação, o preconceito, este espírito não estaria gastando sua vida tentando agradar os outros, se adequar as normas preconceituosas, e muito menos ficaria pensando em se matar. Estaria ele preocupado em como fazer de sua vida na Terra um momento de ascensão, de luz, de superar suas dificuldades, de encontrar sua fé. Mas, oprimido pelo preconceito ele fica perdido.”
Ao percebermos que são nossas ações julgadoras e excludentes que podem fazer pessoas se afastarem do que realmente importa nas nossas vidas encarnadas: buscar a felicidade abrindo mão do orgulho, do egoísmo, amando e praticando a caridade. Jesus nos deixou uma frase muito sábia, “Ama a teu próximo como a ti mesmo”.
Se concebemos que o amor ao próximo, o amor incondicional é o caminho para a nossa felicidade, para a nossa libertação, como vamos fazê-lo sem minimamente nos aceitarmos, nos conhecemos, nos amarmos? Ajudar as pessoas a se amarem e a se conhecerem, e assim tornar o fardo de nossas encarnações mais leve, é um dever da Umbanda.
O preconceito e a discriminação caminham longe desta trilha. Quando alguém perto de você ou você for emitir um comentário maldoso e preconceituoso, quando for fazer uma piada, pense em como suas palavras e suas energias podem prejudicar e afastar as pessoas atingidas do caminho da luz.
Dominar nossos julgamentos, percebermos que o Espírito é a eternidade e não a forma, e não a aparência, fará com que deixemos de achar que homem e mulher são diferentes, deixar de julgar as opções sexuais, a cor da pele, etc.
Seu Marabô, para finalizar afirmou:
- “Vocês vêem a forma, esta encarnação, nós vemos o espírito, o filho de Deus e dos Orixás, qual é o sexo do espírito? Qual é a cor do espírito? Na essência da criação do espírito como você diferencia estas coisas ligadas a matéria? Se vocês conseguirem ver desta forma nunca mais praticarão a discriminação e o preconceito.”
Sarava a todos, indistintamente. Sarava a Umbanda uma religião libertadora e sem preconceitos!
Mas, em recente consulta com o Sr. Exu Marabô uma pessoa relatava um problema vivido por ele e seu companheiro. Afirmava que pela opção sexual dos dois o seu parceiro encontrava-se muito deprimido. Relatou que ele, o parceiro, não conseguia viver de forma livre com a sua opção sexual, que isto além de o deprimir, fazia com que sua vida estivesse sempre amarrada. Afirmou que o mesmo já tinha tentado, sem sucesso, se matar. Após o relato o Sr. Exu Marabô se volta para a cambone e pergunta:
- “Veja por que sempre falamos que o preconceito é tão nocivo? Se os homens e mulheres deixassem de julgar e de criar a discriminação, o preconceito, este espírito não estaria gastando sua vida tentando agradar os outros, se adequar as normas preconceituosas, e muito menos ficaria pensando em se matar. Estaria ele preocupado em como fazer de sua vida na Terra um momento de ascensão, de luz, de superar suas dificuldades, de encontrar sua fé. Mas, oprimido pelo preconceito ele fica perdido.”
Ao percebermos que são nossas ações julgadoras e excludentes que podem fazer pessoas se afastarem do que realmente importa nas nossas vidas encarnadas: buscar a felicidade abrindo mão do orgulho, do egoísmo, amando e praticando a caridade. Jesus nos deixou uma frase muito sábia, “Ama a teu próximo como a ti mesmo”.
Se concebemos que o amor ao próximo, o amor incondicional é o caminho para a nossa felicidade, para a nossa libertação, como vamos fazê-lo sem minimamente nos aceitarmos, nos conhecemos, nos amarmos? Ajudar as pessoas a se amarem e a se conhecerem, e assim tornar o fardo de nossas encarnações mais leve, é um dever da Umbanda.
O preconceito e a discriminação caminham longe desta trilha. Quando alguém perto de você ou você for emitir um comentário maldoso e preconceituoso, quando for fazer uma piada, pense em como suas palavras e suas energias podem prejudicar e afastar as pessoas atingidas do caminho da luz.
Dominar nossos julgamentos, percebermos que o Espírito é a eternidade e não a forma, e não a aparência, fará com que deixemos de achar que homem e mulher são diferentes, deixar de julgar as opções sexuais, a cor da pele, etc.
Seu Marabô, para finalizar afirmou:
- “Vocês vêem a forma, esta encarnação, nós vemos o espírito, o filho de Deus e dos Orixás, qual é o sexo do espírito? Qual é a cor do espírito? Na essência da criação do espírito como você diferencia estas coisas ligadas a matéria? Se vocês conseguirem ver desta forma nunca mais praticarão a discriminação e o preconceito.”
Sarava a todos, indistintamente. Sarava a Umbanda uma religião libertadora e sem preconceitos!
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Divulgação pela Internet
A Internet nos ajuda a divulgar a Umbanda, a estudar a Umbanda, e a debatermos sobre a Umbanda.
Assim, seguindo orientações de pessoas mais sábias nestas questões de Internet, resolvi entra no Twitter, no Facebook, e os filhos de nossa casa estão mantendo uma comunidade no Orkut.
O objetivo é espalharmos nossas opiniões sobre a Umbanda, desmistificando, e lutando pelo reconhecimento e respeito pela nossa amada Religião.
Assim quem gosta da internet e desses canais de divulgação, comunicação, fique a vontade:
www.twitter.com/caetanodeoxossi
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Um grande abraço!
Saravá
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Frases que nos inspiram - mais uma
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Indicação de Livros – uma abordagem geral
Recebo muitas solicitações para a indicação de livros, assim resolvi publicar aqui alguns tópicos a respeito deste tema. Para começar vou tratar de forma geral o que eu acho das publicações nas estantes de nossas livrarias. Na continuidade tentarei ser mais específico sobre cada livro ou coleção. Fico aberto, desde já, a sugestões e críticas.
A Umbanda hoje se divide em algumas correntes de pensamento. Os livros de Umbanda estarão de uma certa forma vinculados a essas correntes. Assim você encontrará livros da Umbanda esotérica (ou exotérica?) e dentro desta corrente a mais recente denominação de proto-síntese-cósmica (ou escola da síntese). Os dois escritores mais lidos desta corrente são W.W. Matta e Silva e Rivas Netto. Dentro dos livros destes autores encontra-se o primeiro livro que tive e que li sobre Umbanda (em meados de 1987). O título do livro é “Lições de Umbanda (e Quimbanda) nas palavras de um Preto-Velho”, escrito por W.W. Matta e Silva. Este livro foi recentemente reeditado pela Editora Ícone (esta editora em sua grande maioria publica livros da Umbanda esotérica ou da escola da síntese).
Outro autor que tem publicado inúmeros livros sobre Umbanda é Rubens Saraceni que afirma tratar-se da Umbanda Sagrada. A editora Madras é a grande detentora das obras desta corrente doutrinária da Umbanda.
Omolubá também escreveu alguns livros. Este autor está mais inserido em uma Umbanda Tradicional ou de Raiz, mas insere algumas considerações pessoais na doutrina. Entre eles um livro básico é o “Almas e Orixás na Umbanda” e o outro é “Fundamentos de Umbanda”, ambos da editora Cristalis.
Os livros da editora ECO estão sendo reeditados com o mesmo teor de suas publicações originais que datam das décadas de 60 e 70. Na sua imensa maioria trazem uma mistura de Umbanda e Candomblé, e acabam mais por criar mais mistificações do que por elucidar os mistérios da Umbanda.
Livros didáticos ou para-didáticos como das séries “primeiros passos”, “o que é” e “princípios”, entre outros livros afins, em geral são publicações que pecam pela superficialidade e pela obtenção de informação em fontes muito duvidosas.
Um outro autor que publicou alguns livros sobre a Umbanda foi Norberto Peixoto. Livros estes inspirados pelo espírito Ramatis. Entre os seus livros recomendo a leitura de dois "Evolução no Planeta Azul" e "Jardim dos Orixás" ambos da Editora do Conhecimento. São livros de perguntas e respostas. A Editora do Conhecimento publicou recentemente outros livros que tratam da Umbanda, alguns deles resgatando os primeiros livros escritos de nossa fé, como “O Espiritismo, a Magia e as Sete linhas de Umbanda” de Leal de Souza que data de 1933.
Outro autor que psicografa é Robson Pinheiro. Ele já escreveu muitos livros sobre o espiritismo e sobre a Umbanda. Dentre eles um que você não pode deixar de ler é "Tambores de Angola". Este livro foi o primeiro de Robson sobre Umbanda e traz uma visão muito linda sobre a nossa fé. Na sequência deste livro ele publicou o livro Aruanda. Os livros deste autor são publicações da editora Casa dos Espíritos. O livro Tambores de Angola você encontrará na internet grátis o autor o disponibilizou, abrindo mão dos direitos autorais.
Além dos livros de Umbanda existem muitas publicações que elucidam e nos ensinam muito. Por exemplo, se você quiser saber um pouco mais sobre a cultura africana, e as raízes de nossos Orixás não pode deixar de ler livros de Roger Batisde. Deste autor um livro que eu gosto muito, em especial do capítulo que trata de Exu, é “Candomblés da Bahia”. Neste capítulo o autor mostra a origem do preconceito e como Exu deveria receber mais respeito do que vemos por ai.
“Águas de Oxalá”, Mitologia dos Orixás, também são títulos de livros mais voltados para a nação e o Candomblé, mas que possuem conteúdos muito bons, e que vão enriquecer muito o conhecimento sobre Umbanda.
Outros livros de outras religiões:
A coleção de livros psicografados por Chico Xavier de autoria do espírito André Luiz, são um primor. Destaco o livro inicial desta coleção “Nosso Lar”, que se você ler observe bem o momento em que o espírito de André Luiz é resgatado do Umbral, e outro no final do livro.
Outro livro desta coleção que eu gosto de destacar é Libertação, um bom caminho para se entender alguns tipos de obsessão.
Alguns livros do Budismo nos ensinam muito sobre a compaixão, como controlar a mente, e como combater em nós o orgulho, o preconceito e o apego. Por isto quem puder ler são livros de muito conteúdo moral e que nos auxiliam na busca de nossa libertação e iluminação.
Independente da relação de livros aqui expostas, leia de tudo, busque sempre informação, mas sempre tome o cuidado de não aceitar tudo o que lê como verdade, reflita, critique, busque outras fontes e construa a teoria na sua mente, não são poucos os livros que mais mentem, e enganam do que ensinam. Por isso eu sempre falo para meus filhos que devem ler tudo, independente da corrente ou da religião, mas devem fazê-los com um olhar bastante crítico (tem um texto a este respeito no nosso site Livro sobre entidades ). Não é porque está escrito e porque aquele autor se diz Pai ou mãe de santo a 200 anos, que é inspirado pelo espírito X ou direto de Deus, que você vai sair acreditando. Use o seu bom senso e tenha a certeza que é mais válido recusar uma verdade que aceitar dez mentiras.
Mas nunca deixe de pesquisar e aumentar o arcabouço de seus conhecimentos.
Se alguém quiser comentar um livro, indicar ou debater sobre alguma publicação, vamos juntos nesta seara. Fico a disposição.
Saravá e Boa Leitura!
A Umbanda hoje se divide em algumas correntes de pensamento. Os livros de Umbanda estarão de uma certa forma vinculados a essas correntes. Assim você encontrará livros da Umbanda esotérica (ou exotérica?) e dentro desta corrente a mais recente denominação de proto-síntese-cósmica (ou escola da síntese). Os dois escritores mais lidos desta corrente são W.W. Matta e Silva e Rivas Netto. Dentro dos livros destes autores encontra-se o primeiro livro que tive e que li sobre Umbanda (em meados de 1987). O título do livro é “Lições de Umbanda (e Quimbanda) nas palavras de um Preto-Velho”, escrito por W.W. Matta e Silva. Este livro foi recentemente reeditado pela Editora Ícone (esta editora em sua grande maioria publica livros da Umbanda esotérica ou da escola da síntese).
Outro autor que tem publicado inúmeros livros sobre Umbanda é Rubens Saraceni que afirma tratar-se da Umbanda Sagrada. A editora Madras é a grande detentora das obras desta corrente doutrinária da Umbanda.
Omolubá também escreveu alguns livros. Este autor está mais inserido em uma Umbanda Tradicional ou de Raiz, mas insere algumas considerações pessoais na doutrina. Entre eles um livro básico é o “Almas e Orixás na Umbanda” e o outro é “Fundamentos de Umbanda”, ambos da editora Cristalis.
Os livros da editora ECO estão sendo reeditados com o mesmo teor de suas publicações originais que datam das décadas de 60 e 70. Na sua imensa maioria trazem uma mistura de Umbanda e Candomblé, e acabam mais por criar mais mistificações do que por elucidar os mistérios da Umbanda.
Livros didáticos ou para-didáticos como das séries “primeiros passos”, “o que é” e “princípios”, entre outros livros afins, em geral são publicações que pecam pela superficialidade e pela obtenção de informação em fontes muito duvidosas.
Um outro autor que publicou alguns livros sobre a Umbanda foi Norberto Peixoto. Livros estes inspirados pelo espírito Ramatis. Entre os seus livros recomendo a leitura de dois "Evolução no Planeta Azul" e "Jardim dos Orixás" ambos da Editora do Conhecimento. São livros de perguntas e respostas. A Editora do Conhecimento publicou recentemente outros livros que tratam da Umbanda, alguns deles resgatando os primeiros livros escritos de nossa fé, como “O Espiritismo, a Magia e as Sete linhas de Umbanda” de Leal de Souza que data de 1933.
Outro autor que psicografa é Robson Pinheiro. Ele já escreveu muitos livros sobre o espiritismo e sobre a Umbanda. Dentre eles um que você não pode deixar de ler é "Tambores de Angola". Este livro foi o primeiro de Robson sobre Umbanda e traz uma visão muito linda sobre a nossa fé. Na sequência deste livro ele publicou o livro Aruanda. Os livros deste autor são publicações da editora Casa dos Espíritos. O livro Tambores de Angola você encontrará na internet grátis o autor o disponibilizou, abrindo mão dos direitos autorais.
Além dos livros de Umbanda existem muitas publicações que elucidam e nos ensinam muito. Por exemplo, se você quiser saber um pouco mais sobre a cultura africana, e as raízes de nossos Orixás não pode deixar de ler livros de Roger Batisde. Deste autor um livro que eu gosto muito, em especial do capítulo que trata de Exu, é “Candomblés da Bahia”. Neste capítulo o autor mostra a origem do preconceito e como Exu deveria receber mais respeito do que vemos por ai.
“Águas de Oxalá”, Mitologia dos Orixás, também são títulos de livros mais voltados para a nação e o Candomblé, mas que possuem conteúdos muito bons, e que vão enriquecer muito o conhecimento sobre Umbanda.
Outros livros de outras religiões:
A coleção de livros psicografados por Chico Xavier de autoria do espírito André Luiz, são um primor. Destaco o livro inicial desta coleção “Nosso Lar”, que se você ler observe bem o momento em que o espírito de André Luiz é resgatado do Umbral, e outro no final do livro.
Outro livro desta coleção que eu gosto de destacar é Libertação, um bom caminho para se entender alguns tipos de obsessão.
Alguns livros do Budismo nos ensinam muito sobre a compaixão, como controlar a mente, e como combater em nós o orgulho, o preconceito e o apego. Por isto quem puder ler são livros de muito conteúdo moral e que nos auxiliam na busca de nossa libertação e iluminação.
Independente da relação de livros aqui expostas, leia de tudo, busque sempre informação, mas sempre tome o cuidado de não aceitar tudo o que lê como verdade, reflita, critique, busque outras fontes e construa a teoria na sua mente, não são poucos os livros que mais mentem, e enganam do que ensinam. Por isso eu sempre falo para meus filhos que devem ler tudo, independente da corrente ou da religião, mas devem fazê-los com um olhar bastante crítico (tem um texto a este respeito no nosso site Livro sobre entidades ). Não é porque está escrito e porque aquele autor se diz Pai ou mãe de santo a 200 anos, que é inspirado pelo espírito X ou direto de Deus, que você vai sair acreditando. Use o seu bom senso e tenha a certeza que é mais válido recusar uma verdade que aceitar dez mentiras.
Mas nunca deixe de pesquisar e aumentar o arcabouço de seus conhecimentos.
Se alguém quiser comentar um livro, indicar ou debater sobre alguma publicação, vamos juntos nesta seara. Fico a disposição.
Saravá e Boa Leitura!
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quinta-feira, 27 de agosto de 2009
As festas e homenagens aos Orixás nos Terreiros - Por que fazer?
Algumas vezes por ano em muitos terreiros, e em nossa cabana, encontramos as festas ou homenagens aos Orixás e aos guias. Assim, por exemplo, na gira mais próxima ao dia 20 de janeiro os terreiros vão celebrar o Orixá Oxossi.
A gira acontecerá normalmente, haverá o passe, depois as consultas aos nossos irmãos da assistência. Mas, em um determinado momento uma das entidades chefes da casa pede pontos para o Orixá. Então a entidade chefe risca um ponto coloca alguns dos elementos entregues pelos médiuns (que são dispostos aos pés do peji - do altar), acende as velas, firma o ponto e então todos batem a cabeça para o homenageado.
Na continuidade chamam-se os representantes daquele Orixá, os médiuns incorporam e toda a oferenda é abençoada pelos guias e mensageiros dos Orixás. Depois desta benção todas as frutas e flores e alimentos que não foram utilizados no ponto, que são a maioria das entregas, são ofertadas a todos os presentes. Então todos podem comer um pedaço, levar uma flor para casa, etc.
No dia-a-dia dos terreiros muitos consulentes sequer percebem claramente a diferença entre um povo e outro, entre um Orixá e outro. É naquele momento da homenagem ou da festa, que todos compreenderão um pouco mais.
Os elementos entregues serão manipulados para aumentar a nossa força enquanto comunidade, enquanto terreiro e enquanto médiuns. Todos estaremos ao mesmo tempo imbuídos de saudar e de sentir aquele Orixá homenageado.
Continuando neste círculo virtuoso todos iremos dividir a comida do Orixá, vamos compartilhar as frutas, as flores com nossos irmãos de corrente e com nossos irmão da assistência . O simples ato da partilha nos torna uno, fortalece nossa relação de irmãos e irmãs, e além disto estamos recebendo as bênçãos naquele alimento uma vez que ele foi abençoado pelos nossos guias enchendo-os da força da Umbanda.
Assim nestes dias pare e não esqueça de pedir ao Orixá, de sentir este Orixá e perceber que todos estamos interligados e naquele momento poderemos gozar de uma união e de uma benção especial. Todos os dias podemos e devemos nos sentir assim, mas em dias de festa e homenagem, aproveitemos para mentalizar a união do seu terreiro, que o homenageado fortaleça a corrente e a mediunidade de todos.
Saravá a Umbanda, saravá a todas as festas e homenagens que a Umbanda presta a Deus, aos Orixás, as Formas de apresentação (povos) e a toda a vida.
sábado, 6 de junho de 2009
Integração – uma Lição do Caboclo Mata Virgem
Quando nossa casa (TULAP – Cabana do Pai Tobias de Guiné) completou três anos o Caboclo Mata Virgem disse que a nossa missão para o ano seria entendermos e vivermos a integração com toda a natureza, incluindo a natureza física e astral, espiritual.
Nesta lição o chefe do nosso congá afirmou que todos os seres vivos, encarnados e desencarnados, além de toda a natureza estariam integrados muito mais do que podemos imaginar. Começou dizendo sobre a natureza, o meio ambiente:
A afirmação do aquecimento global, a mudanças climáticas que o mundo todo estava e está vivendo. Se alguém do outro lado do mundo poluir todos aqui, lá e acolá estarão sofrendo as consequências, da mesma forma iniciativas de preservação e recuperação da natureza refletirão de forma positiva em todo o globo.
“A ciência”, dizia o nosso Caboclo de Oxóssi, “está descobrindo e comprovando esta interligação umbilical entre todo o meio ambiente”. Mas esta integração vai muito além do clima, das marés e das correntes de vento. Esta integração é um conceito em que tudo que foi criado por Deus, por meio dos Orixás, são interdependentes, estão conectados e influenciam a vida e a evolução de todos.
Já dizia Buda: “Um homem só será plenamente feliz quando todos os homens forem felizes”. Esta frase demonstra o que o Caboclo Mata Virgem pregou aquele dia. Dizia que quanto mais um espírito evolui mais ele trabalha para o bem dos outros espíritos e pelas outras formas da criação.
Escrevendo este texto recebi a seguinte intuição de nosso Caboclo Mata Virgem:
“Quando vocês recebem dinheiro, ou um prêmio qualquer, não querem dividir ou ajudar suas famílias e amigos mais próximos? Então quando vocês por merecimento e por conquista de seus esforços alcançarem degraus mais elevados da espiritualidade não vão querer ajudar que outros espíritos façam a mesma jornada? Não vão querer que estes espíritos alcancem a luz?
A solidariedade entre vocês tende a crescer, o amor incondicional irá ocupar cada vez mais espaço em seus corações, se assim trabalharem, e então estarão lutando cada vez mais para a iluminação e libertação de seus irmãos.
Mas, esta integração extrapola os seres humanos e seus espíritos, ela deverá alcançar toda a forma de vida, deverá alcançar toda a natureza, as rochas, os rios, a água, os raios de sol, o fogo, o ar e seus ventos, e assim por diante. Se observarmos os grande sábios que já habitaram a Terra descobriremos como interagiram com a natureza.
Exemplos todos vocês já ouviram. Moisés e o Mar Vermelho, São Francisco de Assis e os animais, Jesus Cristo e todos os seus milagres, entre tantos outros.
Por isso a Umbanda vem resgatar esta integração, vem recuperar a sagrada natureza, vem demonstrar a todos que os rios, riachos, cachoeiras, por exemplo, não são recursos naturais para servirem ao homem ao seu bel prazer. São sim espaços sagrados onde Oxum, emanação de Deus-Uno, reina e abençoa. E por isso todos devem respeitar, preservar e jamais poluir. Pois a agressão não é somente ao rio, mas a toda a Terra e assim a toda a vida.
Vocês, brancos, quando dessacralizaram os recursos naturais afirmando que as religiões primitivas eram ignorantes ao as venerarem (os recursos naturais como rios, pedreiras, etc), arrumaram uma grande desculpa para utilizarem da natureza para o acúmulo de suas riquezas e luxos.
Ao não verem um rio como uma emanação de Deus, uma energia divina, permitiram aos seus semelhantes a profanação e o uso indiscriminado, poluindo e destruindo estes sítios sagrados.
Hoje todos voltam suas atenções para isto, todos querem ou deveriam querer, recuperar a sujeira e a destruição causada pelos seus ancestrais. Observem como ainda hoje muitas tribos, muitos povos vivem em harmonia com a natureza. Utilizam os recursos naturais, mas não para acumular riqueza ou ostentação, mas para a sua sobrevivência. Isto é o natural.
Mais e mais pessoas buscam o contato com a natureza para curarem doenças da mente e do corpo. Mais e mais aparecem grupos de pessoas gritando para que parem de poluir. Hoje começamos a entender que se não estivermos integrados a natureza não poderemos ser felizes, sequer poderemos habitar este planeta.
A Umbanda devolve a estes recursos naturais o seu estado de sagrado. Cada umbandista deve e deverá compreender isto e trabalhar por isto, pois sabe que as mirongas e as magias do congá, nada mais são que a manipulação consciente e responsável das energias da natureza.
Das ervas fazemos os banhos, chás e beberagens para curar o corpo astral, mental e físico, das águas sempre procuramos o descarrego e o reequilíbrio, do fogo e da terra almejamos as transmutações de estados deletérios para estados benfazejos. Buscamos nos bosques e nas matas a energia da vida, da virilidade, da esperança. Das rochas, rochedos e pedreiras a força da Terra, o equilíbrio que é tão importante. Pedimos aos ventos que tragam as boas novas, que a brisa traga nova vida e as tempestades destruam nossos erros e vícios. Enfim a todo instante estamos rogando aos Orixás para que permitam a nós, emissários e instrumentos de Deus que façamos uso das energias da natureza para nós, ou para aqueles que precisam da cura e do amor.
Quantas entidades vemos trazendo ao seu lado animais como lobos, águias, panteras, cobras, pássaros, e assim por diante. Demonstrando a ajuda e o auxílio de nossos irmãos animais não humanos dão a toda a Terra e a toda a vida. Não só no astral, mas por toda a Terra encarnada o homem só sobrevive pela ação dos animais e das plantas. Seja pela polinização da abelha e da borboleta, seja pela fotossíntese , seja pela ação da minhoca, dos besouros e moscas que limpam os restos mortais, seja pelo controle da população de outros animais que os predadores o fazem, seja como for somos dependentes da Terra e de toda a sua vida.
Quando adentramos nos sítios da natureza percebemos a energia, a dádiva de cada lugar sagrado. No mar, nas cachoeiras, nas matas, enfim. Sempre buscamos nosso equilíbrio e nossas forças nestes lugares. A integração não é novidade, mas é ensinamento muitas vezes esquecido e desprezado.
Sentir-se parte do todo nos dá a grandeza da Criação, nos faz refletir sobre o nosso papel e assim nos torna humildes servos de Deus e dos Orixás. Amar a todas as criaturas, amar a toda forma de vida por mais insignificante que seja, amar a rocha, a terra, o fogo, os minerais, fará de cada um de nós seres mais plenos e mais pertos dos Orixás e assim de Deus.
Qual a diferença entre um homem e uma formiga? Qual a diferença do homem e de um bambu? Não são feitos de átomos iguais? A matéria é a mesma e isto sempre esteve presente nas suas ciências, mas somente agora vocês começaram a entender quão iguais são.
A genética demonstra que a diferença entre um homem e uma galinha nada mais é do que uma pequena porcentagem do seu DNA. Será que isto já não é prova o bastante para compreendermos tudo como uma grande família?
Ama a Deus sobre todas as coisas, diz um texto sagrado. Se você ama o Criador pode destruir a sua criação?
Compreender esta integração, e mais do que isto sentir-se integrado a tudo dará a mente de cada um a verdadeira Umbanda e a missão de todos nós. Dará a mais clara e inequívoca certeza de que devemos amar ativamente tudo e todos, e só assim poderemos trilhar nosso caminho rumo a verdadeira e duradoura felicidade!
Interajam com a natureza, interajam com seus semelhantes e com outros animais, sintam a Terra, sintam a vida, pois são parte integrante dela. Isto dará a todos você equilíbrio e paz. Esta integração não se faz sem amor, sem respeito e sem humildade.
Que a Paz de Deus, de Cristo e dos Orixás cubram cada um de vocês, e que possamos nos sentir cada vez mais partes do Todo, nos interligarmos cada vez mais a tudo e a todos. Saravá”.
Caboclo Mata Virgem, 01 de junho de 2009. O relato intuído de nosso mestre Caboclo nos traz a grandeza da criação e de como nos afastamos da vida natural. A Umbanda sem dúvida nenhuma nos dá exemplos diários da importância desta integração. A começar por suas entidades, que são das diversas etnias, raças humanas.
Se percebermos nossa história de civilização foi uma sequência de ações para nos afastar da natureza, de só utilizar a natureza para uso de nossa espécie e para as nossas riquezas, independente dos danos a outras formas de vida.
Com isto nos distanciamos da simplicidade da vida natural que hoje todos almejamos. Para termos uma idéia desta distância é só lembrarmos dos acontecimentos não tão distantes como o Tsunami. Nesta onda gigantesca que matou inúmeras pessoas e devastou a costa do país asiático, um dia antes, os animais demonstraram inquietação nunca vista. Alguns animais do zoológico da região chegaram a quebrar paredes e a fugir, como os elefantes, outros se esconderam nas tocas e nas construções. Os animais soltos migraram para terras mais altas. Ou seja, sentiam a Terra, conversavam com a Mãe Natureza, e percebendo o fenômeno Tsunami buscaram salvar a si a aos seus. Por que os animais humanos não perceberam isto?
A mesma história se repete em outras situações como o recente terremoto da China. No santuário dos Ursos Panda, inúmeros animais ficaram agitados e querendo fugir dias antes do grande terremoto que infelizmente quase destruiu o santuário Panda.
Estes exemplos demonstram como temos que aprender a respeitar e a entender os animais, com amor e não com violência. E como que integrados a tudo aprenderemos a conhecer melhor a nós mesmos e assim quem sabe crescermos espiritualmente.
Bons exercícios de integração, e interligação a Terra, e acima de tudo bons exercícios de amor para a Terra e para toda a sua forma de vida, e para toda a forma inanimada do planeta.
Saravá a Umbanda, saravá os Orixás, saravá a Natureza e a Terra.
Dia 05 de junho de 2009, dia mundial do Meio Ambiente.
Nesta lição o chefe do nosso congá afirmou que todos os seres vivos, encarnados e desencarnados, além de toda a natureza estariam integrados muito mais do que podemos imaginar. Começou dizendo sobre a natureza, o meio ambiente:
A afirmação do aquecimento global, a mudanças climáticas que o mundo todo estava e está vivendo. Se alguém do outro lado do mundo poluir todos aqui, lá e acolá estarão sofrendo as consequências, da mesma forma iniciativas de preservação e recuperação da natureza refletirão de forma positiva em todo o globo.
“A ciência”, dizia o nosso Caboclo de Oxóssi, “está descobrindo e comprovando esta interligação umbilical entre todo o meio ambiente”. Mas esta integração vai muito além do clima, das marés e das correntes de vento. Esta integração é um conceito em que tudo que foi criado por Deus, por meio dos Orixás, são interdependentes, estão conectados e influenciam a vida e a evolução de todos.
Já dizia Buda: “Um homem só será plenamente feliz quando todos os homens forem felizes”. Esta frase demonstra o que o Caboclo Mata Virgem pregou aquele dia. Dizia que quanto mais um espírito evolui mais ele trabalha para o bem dos outros espíritos e pelas outras formas da criação.
Escrevendo este texto recebi a seguinte intuição de nosso Caboclo Mata Virgem:
“Quando vocês recebem dinheiro, ou um prêmio qualquer, não querem dividir ou ajudar suas famílias e amigos mais próximos? Então quando vocês por merecimento e por conquista de seus esforços alcançarem degraus mais elevados da espiritualidade não vão querer ajudar que outros espíritos façam a mesma jornada? Não vão querer que estes espíritos alcancem a luz?
A solidariedade entre vocês tende a crescer, o amor incondicional irá ocupar cada vez mais espaço em seus corações, se assim trabalharem, e então estarão lutando cada vez mais para a iluminação e libertação de seus irmãos.
Mas, esta integração extrapola os seres humanos e seus espíritos, ela deverá alcançar toda a forma de vida, deverá alcançar toda a natureza, as rochas, os rios, a água, os raios de sol, o fogo, o ar e seus ventos, e assim por diante. Se observarmos os grande sábios que já habitaram a Terra descobriremos como interagiram com a natureza.
Exemplos todos vocês já ouviram. Moisés e o Mar Vermelho, São Francisco de Assis e os animais, Jesus Cristo e todos os seus milagres, entre tantos outros.
Por isso a Umbanda vem resgatar esta integração, vem recuperar a sagrada natureza, vem demonstrar a todos que os rios, riachos, cachoeiras, por exemplo, não são recursos naturais para servirem ao homem ao seu bel prazer. São sim espaços sagrados onde Oxum, emanação de Deus-Uno, reina e abençoa. E por isso todos devem respeitar, preservar e jamais poluir. Pois a agressão não é somente ao rio, mas a toda a Terra e assim a toda a vida.
Vocês, brancos, quando dessacralizaram os recursos naturais afirmando que as religiões primitivas eram ignorantes ao as venerarem (os recursos naturais como rios, pedreiras, etc), arrumaram uma grande desculpa para utilizarem da natureza para o acúmulo de suas riquezas e luxos.
Ao não verem um rio como uma emanação de Deus, uma energia divina, permitiram aos seus semelhantes a profanação e o uso indiscriminado, poluindo e destruindo estes sítios sagrados.
Hoje todos voltam suas atenções para isto, todos querem ou deveriam querer, recuperar a sujeira e a destruição causada pelos seus ancestrais. Observem como ainda hoje muitas tribos, muitos povos vivem em harmonia com a natureza. Utilizam os recursos naturais, mas não para acumular riqueza ou ostentação, mas para a sua sobrevivência. Isto é o natural.
Mais e mais pessoas buscam o contato com a natureza para curarem doenças da mente e do corpo. Mais e mais aparecem grupos de pessoas gritando para que parem de poluir. Hoje começamos a entender que se não estivermos integrados a natureza não poderemos ser felizes, sequer poderemos habitar este planeta.
A Umbanda devolve a estes recursos naturais o seu estado de sagrado. Cada umbandista deve e deverá compreender isto e trabalhar por isto, pois sabe que as mirongas e as magias do congá, nada mais são que a manipulação consciente e responsável das energias da natureza.
Das ervas fazemos os banhos, chás e beberagens para curar o corpo astral, mental e físico, das águas sempre procuramos o descarrego e o reequilíbrio, do fogo e da terra almejamos as transmutações de estados deletérios para estados benfazejos. Buscamos nos bosques e nas matas a energia da vida, da virilidade, da esperança. Das rochas, rochedos e pedreiras a força da Terra, o equilíbrio que é tão importante. Pedimos aos ventos que tragam as boas novas, que a brisa traga nova vida e as tempestades destruam nossos erros e vícios. Enfim a todo instante estamos rogando aos Orixás para que permitam a nós, emissários e instrumentos de Deus que façamos uso das energias da natureza para nós, ou para aqueles que precisam da cura e do amor.
Quantas entidades vemos trazendo ao seu lado animais como lobos, águias, panteras, cobras, pássaros, e assim por diante. Demonstrando a ajuda e o auxílio de nossos irmãos animais não humanos dão a toda a Terra e a toda a vida. Não só no astral, mas por toda a Terra encarnada o homem só sobrevive pela ação dos animais e das plantas. Seja pela polinização da abelha e da borboleta, seja pela fotossíntese , seja pela ação da minhoca, dos besouros e moscas que limpam os restos mortais, seja pelo controle da população de outros animais que os predadores o fazem, seja como for somos dependentes da Terra e de toda a sua vida.
Quando adentramos nos sítios da natureza percebemos a energia, a dádiva de cada lugar sagrado. No mar, nas cachoeiras, nas matas, enfim. Sempre buscamos nosso equilíbrio e nossas forças nestes lugares. A integração não é novidade, mas é ensinamento muitas vezes esquecido e desprezado.
Sentir-se parte do todo nos dá a grandeza da Criação, nos faz refletir sobre o nosso papel e assim nos torna humildes servos de Deus e dos Orixás. Amar a todas as criaturas, amar a toda forma de vida por mais insignificante que seja, amar a rocha, a terra, o fogo, os minerais, fará de cada um de nós seres mais plenos e mais pertos dos Orixás e assim de Deus.
Qual a diferença entre um homem e uma formiga? Qual a diferença do homem e de um bambu? Não são feitos de átomos iguais? A matéria é a mesma e isto sempre esteve presente nas suas ciências, mas somente agora vocês começaram a entender quão iguais são.
A genética demonstra que a diferença entre um homem e uma galinha nada mais é do que uma pequena porcentagem do seu DNA. Será que isto já não é prova o bastante para compreendermos tudo como uma grande família?
Ama a Deus sobre todas as coisas, diz um texto sagrado. Se você ama o Criador pode destruir a sua criação?
Compreender esta integração, e mais do que isto sentir-se integrado a tudo dará a mente de cada um a verdadeira Umbanda e a missão de todos nós. Dará a mais clara e inequívoca certeza de que devemos amar ativamente tudo e todos, e só assim poderemos trilhar nosso caminho rumo a verdadeira e duradoura felicidade!
Interajam com a natureza, interajam com seus semelhantes e com outros animais, sintam a Terra, sintam a vida, pois são parte integrante dela. Isto dará a todos você equilíbrio e paz. Esta integração não se faz sem amor, sem respeito e sem humildade.
Que a Paz de Deus, de Cristo e dos Orixás cubram cada um de vocês, e que possamos nos sentir cada vez mais partes do Todo, nos interligarmos cada vez mais a tudo e a todos. Saravá”.
Caboclo Mata Virgem, 01 de junho de 2009. O relato intuído de nosso mestre Caboclo nos traz a grandeza da criação e de como nos afastamos da vida natural. A Umbanda sem dúvida nenhuma nos dá exemplos diários da importância desta integração. A começar por suas entidades, que são das diversas etnias, raças humanas.
Se percebermos nossa história de civilização foi uma sequência de ações para nos afastar da natureza, de só utilizar a natureza para uso de nossa espécie e para as nossas riquezas, independente dos danos a outras formas de vida.
Com isto nos distanciamos da simplicidade da vida natural que hoje todos almejamos. Para termos uma idéia desta distância é só lembrarmos dos acontecimentos não tão distantes como o Tsunami. Nesta onda gigantesca que matou inúmeras pessoas e devastou a costa do país asiático, um dia antes, os animais demonstraram inquietação nunca vista. Alguns animais do zoológico da região chegaram a quebrar paredes e a fugir, como os elefantes, outros se esconderam nas tocas e nas construções. Os animais soltos migraram para terras mais altas. Ou seja, sentiam a Terra, conversavam com a Mãe Natureza, e percebendo o fenômeno Tsunami buscaram salvar a si a aos seus. Por que os animais humanos não perceberam isto?
A mesma história se repete em outras situações como o recente terremoto da China. No santuário dos Ursos Panda, inúmeros animais ficaram agitados e querendo fugir dias antes do grande terremoto que infelizmente quase destruiu o santuário Panda.
Estes exemplos demonstram como temos que aprender a respeitar e a entender os animais, com amor e não com violência. E como que integrados a tudo aprenderemos a conhecer melhor a nós mesmos e assim quem sabe crescermos espiritualmente.
Bons exercícios de integração, e interligação a Terra, e acima de tudo bons exercícios de amor para a Terra e para toda a sua forma de vida, e para toda a forma inanimada do planeta.
Saravá a Umbanda, saravá os Orixás, saravá a Natureza e a Terra.
Dia 05 de junho de 2009, dia mundial do Meio Ambiente.
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segunda-feira, 1 de junho de 2009
Ciganos e o amor a vida- Reflexão sobre a encarnação
Entre as qualidades e especialidades de trabalho dos ciganos temos o valor que dão a vida, a vida encarnada e como eles nos ensinam a compreender esta nossa existência na carne e como tirarmos o melhor proveito disto. (já escrevi a este respeito “Ciganos da Umbanda”)
Neste sentido tem uma analogia que o Cigano Carlo, cigano chefe da tribo da Cabana do Pai Tobias de Guiné, uma vez mencionou, e que eu sempre reflito sobre ela e quando posso passo adiante, que apesar de não ser nova, ele (cigano Carlo) deu nova vida a esta estória.
Pensemos em uma divisão simples, não correta, mas ilustrativa sobre nós encarnados. Temos um corpo físico e temos nosso espírito. Guarde esta afirmação e esta divisão simplificada entre o corpo físico e a alma ou espírito.
Pense agora em uma mão vestida de uma luva. Se enxergássemos somente esta parte do corpo e ela estivesse inerte não poderíamos afirmar se a luva estava em uma mão ou não. Somente podemos afirmar isto quando ela está em movimento. Porque sabemos que quem move, quem atua é a mão e não a luva. Entretanto só vemos a luva.
Nós somos assim, apesar de apenas enxergarmos a luva, isto é o corpo físico, este sem o espírito seria um monte de matéria orgânica inanimada. O corpo só atua e só trabalha, se mexe, pensa, etc. porque o espírito, a alma, está no corpo.
Esta é a analogia que muitos de nós já ouvimos, e por si só demonstra como nosso espírito é o importante, e o nosso corpo apenas uma roupa, uma morada passageira. Esta analogia faz com que observemos a transitoriedade da vida, e como a morte carnal é apenas uma etapa da vida, e não um fim verdadeiro, mas a passagem de um ciclo, de uma etapa para a outra.
Certa vez uma pessoa questionou ao Cigano Carlo sobre a vida na Terra, dizia estar muito triste com esta vida e não queria mais estar encarnada e não via propósito nisto. Ele então falou sobre a analogia da luva e da mão. Quando a consulente ia concordar informando que por isto não via razão da encarnação ele perguntou:
“Se eu te der um cabo áspero, cheio de nós e de imperfeições, com farpas e peça para você segurar com toda a força, por mais que você tenha boa vontade e segure sua mão ficará muito machucada e segurará este cabo por muito pouco tempo, não realizando a tarefa que lhe pedi e ainda assim estaria gravemente ferida na palma da mão e por algum tempo não poderia trabalhar não é verdade?”
A consulente responde que sim, estaria machucada ainda mais porque suas mão eram finas e sensíveis. Em seguida o querido Cigano afirmou: “e se eu te desse uma luva grossa você não acha que apesar de ainda sofrer seguraria por muito mais tempo, e com certeza sua mão não estaria muito menos machucada?”
A resposta obviamente foi afirmativa. Para que serve a luva? Para que a mão possa passar por provas, por tarefas mais pesadas e que sem as luvas seria quase impossível, e seria muito mais doloroso e improdutivo.
Sem a encarnação, sem a oportunidade de estarmos em corpos físicos seria praticamente impossível enfrentarmos certas dívidas e certos credores. Seria difícil ou extremamente penoso nos deparamos com inimigos, com desafetos e com situações que erramos diversas vezes. A dádiva da encarnação faz com que nossos espíritos revivam provas sem o trauma da decepção e do fracasso. Faz com que nos deparemos com inimigos em forma de pais, de filhos ou de irmãos para que possamos aprender a perdoar e a amar.
Sem esta dádiva da luva, isto é do corpo físico, não poderíamos cumprir tantas tarefas.
Esta é a graça divina de emprestar para cada um de nós uma luva para que nossa mão trabalhe mais, com menos dor e de forma mais produtiva. Valorizemos a luva, como o trabalhador a valoriza, mas não esqueçamos que quem a move é a mão. Cuidem do corpo para que ele permita que a suas almas trabalhem mais livremente.
Valorizar a vida encarnada não é o mesmo que ter apego a ela, e sim dar graças e aproveitar ao máximo a possibilidade de trabalharmos com esta “proteção” que é o corpo físico.
Saravá a todos os ciganos que nos ensinam a amar a vida, a aroveitá-la e a dividirmos nossas vidas com todos os seres. Obrigado Cigano Carlo por esta maravilhosa lição, e que cada um de nós aproveite a encarnação com muito amor e caridade para com toda a natureza.
Salve os ciganos e as ciganas da Umbanda
Neste sentido tem uma analogia que o Cigano Carlo, cigano chefe da tribo da Cabana do Pai Tobias de Guiné, uma vez mencionou, e que eu sempre reflito sobre ela e quando posso passo adiante, que apesar de não ser nova, ele (cigano Carlo) deu nova vida a esta estória.
Pensemos em uma divisão simples, não correta, mas ilustrativa sobre nós encarnados. Temos um corpo físico e temos nosso espírito. Guarde esta afirmação e esta divisão simplificada entre o corpo físico e a alma ou espírito.
Pense agora em uma mão vestida de uma luva. Se enxergássemos somente esta parte do corpo e ela estivesse inerte não poderíamos afirmar se a luva estava em uma mão ou não. Somente podemos afirmar isto quando ela está em movimento. Porque sabemos que quem move, quem atua é a mão e não a luva. Entretanto só vemos a luva.
Nós somos assim, apesar de apenas enxergarmos a luva, isto é o corpo físico, este sem o espírito seria um monte de matéria orgânica inanimada. O corpo só atua e só trabalha, se mexe, pensa, etc. porque o espírito, a alma, está no corpo.
Esta é a analogia que muitos de nós já ouvimos, e por si só demonstra como nosso espírito é o importante, e o nosso corpo apenas uma roupa, uma morada passageira. Esta analogia faz com que observemos a transitoriedade da vida, e como a morte carnal é apenas uma etapa da vida, e não um fim verdadeiro, mas a passagem de um ciclo, de uma etapa para a outra.
Certa vez uma pessoa questionou ao Cigano Carlo sobre a vida na Terra, dizia estar muito triste com esta vida e não queria mais estar encarnada e não via propósito nisto. Ele então falou sobre a analogia da luva e da mão. Quando a consulente ia concordar informando que por isto não via razão da encarnação ele perguntou:
“Se eu te der um cabo áspero, cheio de nós e de imperfeições, com farpas e peça para você segurar com toda a força, por mais que você tenha boa vontade e segure sua mão ficará muito machucada e segurará este cabo por muito pouco tempo, não realizando a tarefa que lhe pedi e ainda assim estaria gravemente ferida na palma da mão e por algum tempo não poderia trabalhar não é verdade?”
A consulente responde que sim, estaria machucada ainda mais porque suas mão eram finas e sensíveis. Em seguida o querido Cigano afirmou: “e se eu te desse uma luva grossa você não acha que apesar de ainda sofrer seguraria por muito mais tempo, e com certeza sua mão não estaria muito menos machucada?”
A resposta obviamente foi afirmativa. Para que serve a luva? Para que a mão possa passar por provas, por tarefas mais pesadas e que sem as luvas seria quase impossível, e seria muito mais doloroso e improdutivo.
Sem a encarnação, sem a oportunidade de estarmos em corpos físicos seria praticamente impossível enfrentarmos certas dívidas e certos credores. Seria difícil ou extremamente penoso nos deparamos com inimigos, com desafetos e com situações que erramos diversas vezes. A dádiva da encarnação faz com que nossos espíritos revivam provas sem o trauma da decepção e do fracasso. Faz com que nos deparemos com inimigos em forma de pais, de filhos ou de irmãos para que possamos aprender a perdoar e a amar.
Sem esta dádiva da luva, isto é do corpo físico, não poderíamos cumprir tantas tarefas.
Esta é a graça divina de emprestar para cada um de nós uma luva para que nossa mão trabalhe mais, com menos dor e de forma mais produtiva. Valorizemos a luva, como o trabalhador a valoriza, mas não esqueçamos que quem a move é a mão. Cuidem do corpo para que ele permita que a suas almas trabalhem mais livremente.
Valorizar a vida encarnada não é o mesmo que ter apego a ela, e sim dar graças e aproveitar ao máximo a possibilidade de trabalharmos com esta “proteção” que é o corpo físico.
Saravá a todos os ciganos que nos ensinam a amar a vida, a aroveitá-la e a dividirmos nossas vidas com todos os seres. Obrigado Cigano Carlo por esta maravilhosa lição, e que cada um de nós aproveite a encarnação com muito amor e caridade para com toda a natureza.
Salve os ciganos e as ciganas da Umbanda
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Índio – a força do tronco tupi-guarani na Umbanda
Em muitas pesquisas sobre a Umbanda, quando queremos nos aprofundar nas bases de nossa religião vamos em busca das suas raízes, das filosofias, concepções de mundo e de Deus, do arcabouço magístico, religioso da qual a Umbanda se originou.
É como aquela entrevista que se faz para uma nova banda de música: “quais são as influências dessa banda?” Ou seja, quais são as teorias, as inspirações que deram origem a este novo agrupamento.
Na Umbanda uma influência, uma base que não pode ser desprezada e deve cada vez mais ser enaltecida é a força dos indígenas, dos nativos de nossa terra Brasil. A pajelança, a religião dos índios brasileiros, sejam eles pataxós, xetás, guaranis, kaigangs, suiá, txukarramãe, juruna, caiabi, xipáia (extintos), kamaiurá, kuikúru, kalapalo, waurá, iaualapiti, mawés, xoklengs, tembés, kaiapós, yanomamis, entre outros inúmeros povos que habitam o nosso Brasil, que fazem da Umbanda a religião que é.
Geralmente quando falamos de índios, ou de indígenas, pensamos imediatamente nos caboclos, afinal apesar do nome caboclo, estes espíritos, que são emissários dos Orixás, se apresentam como índios das mais diversas tribos. Logicamente a influência indígena na Umbanda fica extremamente aparente e é a mais visível de todas: a manifestação dos caboclos.
Para a nossa linha de Umbanda quando vamos realizar a feitura de um dirigente (Pai de Santo) ou de uma dirigente (Mãe de Santo) precisamos saber quem é o responsável pela coroa daquele médium, quem será a entidade que representa o Orixá ancestral (pai ou mãe de cabeça). E sempre, seja ele de qual Orixá for, será um caboclo ou uma cabocla, ou seja, será um indígena.
Sei que em algumas correntes de Umbanda pode ocorrer um Preto ou Preta ou mesmo uma criança, mas, na nossa forma, sempre será um indígena. Seja ele ou ela filho de Yemanjá, de Ogum, de Oxalá, de Oxum, terá como pai ou mãe de sua cabeça um representante deste Orixá na forma de apresentação de um caboclo.
Os Pretos-velhos são para nós administradores da Umbanda, senhores da religião, atuam de forma horizontal estendendo sua ação em todos os raios, assim o fato de não serem pai ou mãe de cabeça em nada desabonam sua atuação. Cada forma de apresentação tem suas funções/missões e são interdependentes, existindo harmonia em suas ações.
Só por isto podemos perceber a força dos indígenas em nossa religião. Mas, muitas são as outras influências, como as ervas que usamos para banhos, chás, defumações. Estas são, em sua maioria, nativas do Brasil . Para citar algumas: araçá, ipê, beldroega, jabuticaba, carqueja, pata-de-vaca, quebra-pedra, pitangueira. Quem revelou aos negros o uso medicinal e o seus poderes espirituais foram os indígenas.
Muitas curas na Umbanda se dão em cerimônias e em práticas que muito se parecem (se de fato não o são) com as rezas e manipulações das forças da natureza realizadas pelos pajés de nossos ancestrais brasileiros.
A forma como as entidades, em especial os caboclos, fazem uso de tabaco é baseado na experiência mais que milenar destes povos nativos das Américas, os índios. Espíritos que conhecem a terra, as ervas, os rios, os animais, os ventos, os ruídos e as energias de nosso Brasil vem se apresentar na forma de caboclos para nos ensinar esta magia, nos ensinar como utilizá-la para o bem e para o amor.
A relação que os índios, em sua maioria, têm com a natureza, entendendo que cada animal, que cada erva, cada árvore, cada leito de rio, cada espaço da natureza é zelado pelos ancestrais e por seres especializados nestes espaços é muito do que a Umbanda entende por seres elementares e energias elementares. O respeito e a devoção pelas forças da natureza, a crença que por detrás de cada uma dessas belezas e forças naturais existe a presença de uma divindade, de uma força divina é uma compreensão que também temos.
Enfim, aprofundar nosso conhecimento sobre os índios só nos ajudará a decifrar práticas ritualísticas e magísitcas, algumas que já realizamos, nos ajudará a compreender melhor o que é a Umbanda, quem somos nós, e acima de tudo conhecermos mais a natureza de nosso país e de nossa região.
Saravá a todas as tribos indígenas, saravá aos nossos queridos mentores e emissários dos Orixás, os Caboclos da Umbanda, que continuem a zelar por nossos espíritos e a nos ensinar tanto. Obrigado ao caboclo Mata Virgem, representante de Oxóssi em minha coroa, meu mestre, meu pai, meu cacique, meu pajé,...
PS. Para que cada um dos que estão lendo este texto faço uma pergunta: das poucas tribos que enumerei no início do texto quantas você conhecia? O que sabe delas? Quais são a de sua região, de seu Estado? Nossas escolas nos ensinam muito pouco sobre os índios do Brasil, pouco sabemos de sua cultura, de sua língua, de seus costumes e crenças, vamos buscar modificar isto com a ajuda dos Orixás. Tentarei buscar sempre informações, mitos e histórias dos índios e postar para que possamos dividir a sabedoria destes povos.
PS2. No Paraná existem hoje aproximadamente 10.300 índios divididos entre kaigangs, e guaranis (M'byá e Nhandéwa) e pouquíssimos xetás.
PS3. Postei um texto introdutório sobre os indígenas retirado do site da FUNAI, para quem quiser aprofundar o tema "Um pouco sobre os indígenas brasileiros – texto do site www.funai.gov.br"
É como aquela entrevista que se faz para uma nova banda de música: “quais são as influências dessa banda?” Ou seja, quais são as teorias, as inspirações que deram origem a este novo agrupamento.
Na Umbanda uma influência, uma base que não pode ser desprezada e deve cada vez mais ser enaltecida é a força dos indígenas, dos nativos de nossa terra Brasil. A pajelança, a religião dos índios brasileiros, sejam eles pataxós, xetás, guaranis, kaigangs, suiá, txukarramãe, juruna, caiabi, xipáia (extintos), kamaiurá, kuikúru, kalapalo, waurá, iaualapiti, mawés, xoklengs, tembés, kaiapós, yanomamis, entre outros inúmeros povos que habitam o nosso Brasil, que fazem da Umbanda a religião que é.
Geralmente quando falamos de índios, ou de indígenas, pensamos imediatamente nos caboclos, afinal apesar do nome caboclo, estes espíritos, que são emissários dos Orixás, se apresentam como índios das mais diversas tribos. Logicamente a influência indígena na Umbanda fica extremamente aparente e é a mais visível de todas: a manifestação dos caboclos.
Para a nossa linha de Umbanda quando vamos realizar a feitura de um dirigente (Pai de Santo) ou de uma dirigente (Mãe de Santo) precisamos saber quem é o responsável pela coroa daquele médium, quem será a entidade que representa o Orixá ancestral (pai ou mãe de cabeça). E sempre, seja ele de qual Orixá for, será um caboclo ou uma cabocla, ou seja, será um indígena.
Sei que em algumas correntes de Umbanda pode ocorrer um Preto ou Preta ou mesmo uma criança, mas, na nossa forma, sempre será um indígena. Seja ele ou ela filho de Yemanjá, de Ogum, de Oxalá, de Oxum, terá como pai ou mãe de sua cabeça um representante deste Orixá na forma de apresentação de um caboclo.
Os Pretos-velhos são para nós administradores da Umbanda, senhores da religião, atuam de forma horizontal estendendo sua ação em todos os raios, assim o fato de não serem pai ou mãe de cabeça em nada desabonam sua atuação. Cada forma de apresentação tem suas funções/missões e são interdependentes, existindo harmonia em suas ações.
Só por isto podemos perceber a força dos indígenas em nossa religião. Mas, muitas são as outras influências, como as ervas que usamos para banhos, chás, defumações. Estas são, em sua maioria, nativas do Brasil . Para citar algumas: araçá, ipê, beldroega, jabuticaba, carqueja, pata-de-vaca, quebra-pedra, pitangueira. Quem revelou aos negros o uso medicinal e o seus poderes espirituais foram os indígenas.
Muitas curas na Umbanda se dão em cerimônias e em práticas que muito se parecem (se de fato não o são) com as rezas e manipulações das forças da natureza realizadas pelos pajés de nossos ancestrais brasileiros.
A forma como as entidades, em especial os caboclos, fazem uso de tabaco é baseado na experiência mais que milenar destes povos nativos das Américas, os índios. Espíritos que conhecem a terra, as ervas, os rios, os animais, os ventos, os ruídos e as energias de nosso Brasil vem se apresentar na forma de caboclos para nos ensinar esta magia, nos ensinar como utilizá-la para o bem e para o amor.
A relação que os índios, em sua maioria, têm com a natureza, entendendo que cada animal, que cada erva, cada árvore, cada leito de rio, cada espaço da natureza é zelado pelos ancestrais e por seres especializados nestes espaços é muito do que a Umbanda entende por seres elementares e energias elementares. O respeito e a devoção pelas forças da natureza, a crença que por detrás de cada uma dessas belezas e forças naturais existe a presença de uma divindade, de uma força divina é uma compreensão que também temos.
Enfim, aprofundar nosso conhecimento sobre os índios só nos ajudará a decifrar práticas ritualísticas e magísitcas, algumas que já realizamos, nos ajudará a compreender melhor o que é a Umbanda, quem somos nós, e acima de tudo conhecermos mais a natureza de nosso país e de nossa região.
Saravá a todas as tribos indígenas, saravá aos nossos queridos mentores e emissários dos Orixás, os Caboclos da Umbanda, que continuem a zelar por nossos espíritos e a nos ensinar tanto. Obrigado ao caboclo Mata Virgem, representante de Oxóssi em minha coroa, meu mestre, meu pai, meu cacique, meu pajé,...
PS. Para que cada um dos que estão lendo este texto faço uma pergunta: das poucas tribos que enumerei no início do texto quantas você conhecia? O que sabe delas? Quais são a de sua região, de seu Estado? Nossas escolas nos ensinam muito pouco sobre os índios do Brasil, pouco sabemos de sua cultura, de sua língua, de seus costumes e crenças, vamos buscar modificar isto com a ajuda dos Orixás. Tentarei buscar sempre informações, mitos e histórias dos índios e postar para que possamos dividir a sabedoria destes povos.
PS2. No Paraná existem hoje aproximadamente 10.300 índios divididos entre kaigangs, e guaranis (M'byá e Nhandéwa) e pouquíssimos xetás.
PS3. Postei um texto introdutório sobre os indígenas retirado do site da FUNAI, para quem quiser aprofundar o tema "Um pouco sobre os indígenas brasileiros – texto do site www.funai.gov.br"
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Um pouco sobre os indígenas brasileiros – texto do site www.funai.gov.br
Coloquei este texto em nosso site para que possamos começar a conhecer e a entender uma das culturas que mais influenciam nossa fé e nossa religião. Conhecer um pouco mais sobre os indígenas é conhecer um pouco mais sobre os caboclos de nossa Umbanda.
O seguinte texto foi extraído do site da FUNAI – Fundação Nacional do Índio (www.funai.gov.br), e é uma introdução que todos devemos saber.
"FUNAI - Fundação Nacional do Índio
O ÍNDIO HOJE
Hoje, no Brasil, vivem cerca de 460 mil índios, distribuídos entre 225 sociedades indígenas, que perfazem cerca de 0,25% da população brasileira. Cabe esclarecer que este dado populacional considera tão-somente aqueles indígenas que vivem em aldeias, havendo estimativas de que, além destes, há entre 100 e 190 mil vivendo fora das terras indígenas, inclusive em áreas urbanas. Há também 63 referências de índios ainda não-contatados, além de existirem grupos que estão requerendo o reconhecimento de sua condição indígena junto ao órgão federal indigenista.
O que é ser índio
Os habitantes das Américas foram chamados de índios pelos europeus que aqui chegaram. Uma denominação genérica, provocada pela primeira impressão que eles tiveram de haverem chegado às Índias.
Mesmo depois de descobrir que não estavam na Ásia, e sim em um continente até então desconhecido, os europeus continuaram a chamá-los assim, ignorando propositalmente as diferenças lingüístico-culturais. Era mais fácil tornar os nativos todos iguais, tratá-los de forma homogênea, já que o objetivo era um só: o domínio político, econômico e religioso.
Se no Período Colonial era assim, ao longo dos tempos, definir quem era índio ou não constituiu sempre uma questão legal. Desde a independência em relação às metrópoles européias, vários países americanos estabeleceram diferentes legislações em relação aos índios e foram criadas instituições oficiais para cuidar dos assuntos a eles relacionados.
Nas últimas décadas, o critério da auto-identificação étnica vem sendo o mais amplamente aceito pelos estudiosos da temática indígena. Na década de 50, o antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro baseou-se na definição elaborada pelos participantes do II Congresso Indigenista Interamericano, no Peru, em 1949, para assim definir, no texto "Culturas e línguas indígenas do Brasil", o indígena como: "(...) aquela parcela da população brasileira que apresenta problemas de inadaptação à sociedade brasileira, motivados pela conservação de costumes, hábitos ou meras lealdades que a vinculam a uma tradição pré-colombiana. Ou, ainda mais amplamente: índio é todo o indivíduo reconhecido como membro por uma comunidade pré-colombiana que se identifica etnicamente diversa da nacional e é considerada indígena pela população brasileira com quem está em contato".
Uma definição muito semelhante foi adotada pelo Estatuto do Índio (Lei nº. 6.001, de 19.12.1973), que norteou as relações do Estado brasileiro com as populações indígenas até a promulgação da Constituição de 1988.
Em suma, um grupo de pessoas pode ser considerado indígena ou não se estas pessoas se considerarem indígenas, ou se assim forem consideradas pela população que as cerca. Mesmo sendo o critério mais utilizado, ele tem sido colocado em discussão, já que muitas vezes são interesses de ordem política que levam à adoção de tal definição, da mesma forma que acontecia há 500 anos.
Identidade e diversidade
As populações indígenas são vistas pela sociedade brasileira ora de forma preconceituosa, ora de forma idealizada. O preconceito parte, muito mais, daqueles que convivem diretamente com os índios: as populações rurais.
Dominadas política, ideológica e economicamente por elites municipais com fortes interesses nas terras dos índios e em seus recursos ambientais, tais como madeira e minérios, muitas vezes as populações rurais necessitam disputar as escassas oportunidades de sobrevivência em sua região com membros de sociedades indígenas que aí vivem. Por isso, utilizam estereótipos, chamando-os de "ladrões", "traiçoeiros", "preguiçosos" e "beberrões", enfim, de tudo que possa desqualificá-los. Procuram justificar, desta forma, todo tipo de ação contra os índios e a invasão de seus territórios.
Já a população urbana, que vive distanciada das áreas indígenas, tende a ter deles uma imagem favorável, embora os veja como algo muito remoto. Os índios são considerados a partir de um conjunto de imagens e crenças amplamente disseminadas pelo senso comum: eles são os donos da terra e seus primeiros habitantes, aqueles que sabem conviver com a natureza sem depredá-la. São também vistos como parte do passado e, portanto, como estando em processo de desaparecimento, muito embora, como provam os dados, nas três últimas décadas tenha se constatado o crescimento da população indígena.
Só recentemente os diferentes segmentos da sociedade brasileira estão se conscientizando de que os índios são seus contemporâneos. Eles vivem no mesmo país, participam da elaboração de leis, elegem candidatos e compartilham problemas semelhantes, como as conseqüências da poluição ambiental e das diretrizes e ações do governo nas áreas da política, economia, saúde, educação e administração pública em geral. Hoje, há um movimento de busca de informações atualizadas e confiáveis sobre os índios, um interesse em saber, afinal, quem são eles.
Qualquer grupo social humano elabora e constitui um universo completo de conhecimentos integrados, com fortes ligações com o meio em que vive e se desenvolve. Entendendo cultura como o conjunto de respostas que uma determinada sociedade humana dá às experiências por ela vividas e aos desafios que encontra ao longo do tempo, percebe-se o quanto as diferentes culturas são dinâmicas e estão em contínuo processo de transformação.
O Brasil possui uma imensa diversidade étnica e lingüística, estando entre as maiores do mundo. São 215 sociedades indígenas, mais cerca de 55 grupos de índios isolados, sobre os quais ainda não há informações objetivas. 180 línguas, pelo menos, são faladas pelos membros destas sociedades, as quais pertencem a mais de 30 famílias lingüísticas diferentes.
No entanto, é importante frisar que as variadas culturas das sociedades indígenas modificam-se constantemente e reelaboram-se com o passar do tempo, como a cultura de qualquer outra sociedade humana. E é preciso considerar que isto aconteceria mesmo que não houvesse ocorrido o contato com as sociedades de origem européia e africana.
No que diz respeito à identidade étnica, as mudanças ocorridas em várias sociedades indígenas, como o fato de falarem português, vestirem roupas iguais às dos outros membros da sociedade nacional com que estão em contato, utilizarem modernas tecnologias (como câmeras de vídeo, máquinas fotográficas e aparelhos de fax), não fazem com que percam sua identidade étnica e deixem de ser indígenas.
A diversidade cultural pode ser enfocada tanto sob o ponto de vista das diferenças existentes entre as sociedades indígenas e as não-indígenas, quanto sob o ponto de vista das diferenças entre as muitas sociedades indígenas que vivem no Brasil. Mas está sempre relacionada ao contato entre realidades socioculturais diferentes e à necessidade de convívio entre elas, especialmente num país pluriétnico, como é o caso do Brasil.
É necessário reconhecer e valorizar a identidade étnica específica de cada uma das sociedades indígenas em particular, compreender suas línguas e suas formas tradicionais de organização social, de ocupação da terra e de uso dos recursos naturais. Isto significa o respeito pelos direitos coletivos especiais de cada uma delas e a busca do convívio pacífico, por meio de um intercâmbio cultural, com as diferentes etnias.
As línguas indígenas
A língua é o meio básico de organização da experiência e do conhecimento humanos. Quando falamos em língua, falamos também da cultura e da história de um povo. Por meio da língua, podemos conhecer todo um universo cultural, ou seja, o conjunto de respostas que um povo dá às experiências por ele vividas e aos desafios que encontra ao longo do tempo.
Há várias maneiras de se classificar as línguas. Os lingüistas atuais consideram como mais apropriada a classificação do tipo genético. Eles só recorrem a outros tipos de classificação quando não há dados suficientes para realizar a classificação por meio do critério genético.
Na classificação genética, reúnem-se numa mesma classe as línguas que tenham tido origem comum numa outra língua mais antiga, já extinta. Desta forma, as línguas faladas pelos diversos povos da Terra são agrupadas em famílias lingüísticas, e estas famílias são reunidas em troncos lingüísticos, sempre buscando a origem comum numa língua anterior.
Embora o português seja a língua oficial no Brasil, deve haver por volta de outras 200 línguas faladas regularmente por segmentos da população. Um exemplo são os descendentes de imigrantes italianos, japoneses etc., que em determinados contextos falam a língua materna.
Ainda hoje, muitos índios falam unicamente sua língua, desconhecendo o português. Outros tantos falam o português como sua segunda língua. O lingüista brasileiro Aryon Dall'Igna Rodrigues estabeleceu uma classificação das línguas indígenas faladas no Brasil, sendo esta a mais utilizada pela comunidade científica que se dedica aos estudos pertinentes às populações indígenas.
As línguas são agrupadas em famílias, classificadas como pertencentes aos troncos Tupi, Macro-Jê e Aruak. Há Famílias, entretanto, que não puderam ser identificadas como relacionadas a nenhum destes troncos. São elas: Karib, Pano, Maku, Yanoama, Mura, Tukano, Katukina, Txapakura, Nambikwara e Guaikuru.
Além disso, outras línguas não puderam ser classificadas pelos lingüistas dentro de nenhuma família, permanecendo não-classificadas ou isoladas, como a língua falada pelos Tükúna, a língua dos Trumái, a dos Irântxe etc.
Ainda existem as línguas que se subdividem em diferentes dialetos, como, por exemplo, os falados pelos Krikatí, Ramkokamekrá (Canela), Apinayé, Krahó, Gavião (do Pará), Pükobyê e Apaniekrá (Canela), que são, todos, dialetos diferentes da língua Timbira.
Há sociedades indígenas que, por viverem em contato com a sociedade brasileira há muito tempo, acabaram por perder sua língua original e por falar somente o português. De algumas dessas línguas não mais faladas ficaram registros de grupos de vocábulos e informações esparsas, que nem sempre permitem aos lingüistas suficiente conhecimento para classificá-las em alguma família. De algumas outras línguas, não ficaram nem resquícios.
Estima-se que cerca de 1.300 línguas indígenas diferentes eram faladas no Brasil há 500 anos. Hoje são 180, número que exclui aquelas faladas pelos índios isolados, uma vez que eles não estão em contato com a sociedade brasileira e suas línguas ainda não puderam ser estudadas e conhecidas.
Ressalte-se que o fato de duas sociedades indígenas falarem línguas pertencentes a uma mesma família não faz com que seus membros consigam entender-se mutuamente. Um exemplo disso se dá entre o português e o francês: ambas são línguas românicas ou neolatinas, mas os falantes das duas línguas não se entendem, apesar das muitas semelhanças lingüísticas existentes entre ambas.
É importante lembrar que o desaparecimento de tantas línguas representa uma enorme perda para a humanidade, pois cada uma delas expressa todo um universo cultural, uma vasta gama de conhecimentos, uma forma única de se encarar a vida e o mundo.
Índios isolados
Alguns povos indígenas, desde a época do Descobrimento, mantiveram-se afastados de todas as transformações ocorridas no País. Eles mantêm as tradições culturais de seus antepassados e sobrevivem da caça, pesca, coleta e agricultura incipiente, isolados do convívio com a sociedade nacional e com outros grupos indígenas.
Os índios isolados defendem bravamente seu território e, quando não podem mais sustentar o enfrentamento com os invasores de seus domínios, recuam para regiões mais distantes, na esperança de lograrem sobreviver escondendo-se para sempre.O seguinte texto foi extraído do site da FUNAI – Fundação Nacional do Índio (www.funai.gov.br), e é uma introdução que todos devemos saber.
"FUNAI - Fundação Nacional do Índio
O ÍNDIO HOJE
Hoje, no Brasil, vivem cerca de 460 mil índios, distribuídos entre 225 sociedades indígenas, que perfazem cerca de 0,25% da população brasileira. Cabe esclarecer que este dado populacional considera tão-somente aqueles indígenas que vivem em aldeias, havendo estimativas de que, além destes, há entre 100 e 190 mil vivendo fora das terras indígenas, inclusive em áreas urbanas. Há também 63 referências de índios ainda não-contatados, além de existirem grupos que estão requerendo o reconhecimento de sua condição indígena junto ao órgão federal indigenista.
O que é ser índio
Os habitantes das Américas foram chamados de índios pelos europeus que aqui chegaram. Uma denominação genérica, provocada pela primeira impressão que eles tiveram de haverem chegado às Índias.
Mesmo depois de descobrir que não estavam na Ásia, e sim em um continente até então desconhecido, os europeus continuaram a chamá-los assim, ignorando propositalmente as diferenças lingüístico-culturais. Era mais fácil tornar os nativos todos iguais, tratá-los de forma homogênea, já que o objetivo era um só: o domínio político, econômico e religioso.
Se no Período Colonial era assim, ao longo dos tempos, definir quem era índio ou não constituiu sempre uma questão legal. Desde a independência em relação às metrópoles européias, vários países americanos estabeleceram diferentes legislações em relação aos índios e foram criadas instituições oficiais para cuidar dos assuntos a eles relacionados.
Nas últimas décadas, o critério da auto-identificação étnica vem sendo o mais amplamente aceito pelos estudiosos da temática indígena. Na década de 50, o antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro baseou-se na definição elaborada pelos participantes do II Congresso Indigenista Interamericano, no Peru, em 1949, para assim definir, no texto "Culturas e línguas indígenas do Brasil", o indígena como: "(...) aquela parcela da população brasileira que apresenta problemas de inadaptação à sociedade brasileira, motivados pela conservação de costumes, hábitos ou meras lealdades que a vinculam a uma tradição pré-colombiana. Ou, ainda mais amplamente: índio é todo o indivíduo reconhecido como membro por uma comunidade pré-colombiana que se identifica etnicamente diversa da nacional e é considerada indígena pela população brasileira com quem está em contato".
Uma definição muito semelhante foi adotada pelo Estatuto do Índio (Lei nº. 6.001, de 19.12.1973), que norteou as relações do Estado brasileiro com as populações indígenas até a promulgação da Constituição de 1988.
Em suma, um grupo de pessoas pode ser considerado indígena ou não se estas pessoas se considerarem indígenas, ou se assim forem consideradas pela população que as cerca. Mesmo sendo o critério mais utilizado, ele tem sido colocado em discussão, já que muitas vezes são interesses de ordem política que levam à adoção de tal definição, da mesma forma que acontecia há 500 anos.
Identidade e diversidade
As populações indígenas são vistas pela sociedade brasileira ora de forma preconceituosa, ora de forma idealizada. O preconceito parte, muito mais, daqueles que convivem diretamente com os índios: as populações rurais.
Dominadas política, ideológica e economicamente por elites municipais com fortes interesses nas terras dos índios e em seus recursos ambientais, tais como madeira e minérios, muitas vezes as populações rurais necessitam disputar as escassas oportunidades de sobrevivência em sua região com membros de sociedades indígenas que aí vivem. Por isso, utilizam estereótipos, chamando-os de "ladrões", "traiçoeiros", "preguiçosos" e "beberrões", enfim, de tudo que possa desqualificá-los. Procuram justificar, desta forma, todo tipo de ação contra os índios e a invasão de seus territórios.
Já a população urbana, que vive distanciada das áreas indígenas, tende a ter deles uma imagem favorável, embora os veja como algo muito remoto. Os índios são considerados a partir de um conjunto de imagens e crenças amplamente disseminadas pelo senso comum: eles são os donos da terra e seus primeiros habitantes, aqueles que sabem conviver com a natureza sem depredá-la. São também vistos como parte do passado e, portanto, como estando em processo de desaparecimento, muito embora, como provam os dados, nas três últimas décadas tenha se constatado o crescimento da população indígena.
Só recentemente os diferentes segmentos da sociedade brasileira estão se conscientizando de que os índios são seus contemporâneos. Eles vivem no mesmo país, participam da elaboração de leis, elegem candidatos e compartilham problemas semelhantes, como as conseqüências da poluição ambiental e das diretrizes e ações do governo nas áreas da política, economia, saúde, educação e administração pública em geral. Hoje, há um movimento de busca de informações atualizadas e confiáveis sobre os índios, um interesse em saber, afinal, quem são eles.
Qualquer grupo social humano elabora e constitui um universo completo de conhecimentos integrados, com fortes ligações com o meio em que vive e se desenvolve. Entendendo cultura como o conjunto de respostas que uma determinada sociedade humana dá às experiências por ela vividas e aos desafios que encontra ao longo do tempo, percebe-se o quanto as diferentes culturas são dinâmicas e estão em contínuo processo de transformação.
O Brasil possui uma imensa diversidade étnica e lingüística, estando entre as maiores do mundo. São 215 sociedades indígenas, mais cerca de 55 grupos de índios isolados, sobre os quais ainda não há informações objetivas. 180 línguas, pelo menos, são faladas pelos membros destas sociedades, as quais pertencem a mais de 30 famílias lingüísticas diferentes.
No entanto, é importante frisar que as variadas culturas das sociedades indígenas modificam-se constantemente e reelaboram-se com o passar do tempo, como a cultura de qualquer outra sociedade humana. E é preciso considerar que isto aconteceria mesmo que não houvesse ocorrido o contato com as sociedades de origem européia e africana.
No que diz respeito à identidade étnica, as mudanças ocorridas em várias sociedades indígenas, como o fato de falarem português, vestirem roupas iguais às dos outros membros da sociedade nacional com que estão em contato, utilizarem modernas tecnologias (como câmeras de vídeo, máquinas fotográficas e aparelhos de fax), não fazem com que percam sua identidade étnica e deixem de ser indígenas.
A diversidade cultural pode ser enfocada tanto sob o ponto de vista das diferenças existentes entre as sociedades indígenas e as não-indígenas, quanto sob o ponto de vista das diferenças entre as muitas sociedades indígenas que vivem no Brasil. Mas está sempre relacionada ao contato entre realidades socioculturais diferentes e à necessidade de convívio entre elas, especialmente num país pluriétnico, como é o caso do Brasil.
É necessário reconhecer e valorizar a identidade étnica específica de cada uma das sociedades indígenas em particular, compreender suas línguas e suas formas tradicionais de organização social, de ocupação da terra e de uso dos recursos naturais. Isto significa o respeito pelos direitos coletivos especiais de cada uma delas e a busca do convívio pacífico, por meio de um intercâmbio cultural, com as diferentes etnias.
As línguas indígenas
A língua é o meio básico de organização da experiência e do conhecimento humanos. Quando falamos em língua, falamos também da cultura e da história de um povo. Por meio da língua, podemos conhecer todo um universo cultural, ou seja, o conjunto de respostas que um povo dá às experiências por ele vividas e aos desafios que encontra ao longo do tempo.
Há várias maneiras de se classificar as línguas. Os lingüistas atuais consideram como mais apropriada a classificação do tipo genético. Eles só recorrem a outros tipos de classificação quando não há dados suficientes para realizar a classificação por meio do critério genético.
Na classificação genética, reúnem-se numa mesma classe as línguas que tenham tido origem comum numa outra língua mais antiga, já extinta. Desta forma, as línguas faladas pelos diversos povos da Terra são agrupadas em famílias lingüísticas, e estas famílias são reunidas em troncos lingüísticos, sempre buscando a origem comum numa língua anterior.
Embora o português seja a língua oficial no Brasil, deve haver por volta de outras 200 línguas faladas regularmente por segmentos da população. Um exemplo são os descendentes de imigrantes italianos, japoneses etc., que em determinados contextos falam a língua materna.
Ainda hoje, muitos índios falam unicamente sua língua, desconhecendo o português. Outros tantos falam o português como sua segunda língua. O lingüista brasileiro Aryon Dall'Igna Rodrigues estabeleceu uma classificação das línguas indígenas faladas no Brasil, sendo esta a mais utilizada pela comunidade científica que se dedica aos estudos pertinentes às populações indígenas.
As línguas são agrupadas em famílias, classificadas como pertencentes aos troncos Tupi, Macro-Jê e Aruak. Há Famílias, entretanto, que não puderam ser identificadas como relacionadas a nenhum destes troncos. São elas: Karib, Pano, Maku, Yanoama, Mura, Tukano, Katukina, Txapakura, Nambikwara e Guaikuru.
Além disso, outras línguas não puderam ser classificadas pelos lingüistas dentro de nenhuma família, permanecendo não-classificadas ou isoladas, como a língua falada pelos Tükúna, a língua dos Trumái, a dos Irântxe etc.
Ainda existem as línguas que se subdividem em diferentes dialetos, como, por exemplo, os falados pelos Krikatí, Ramkokamekrá (Canela), Apinayé, Krahó, Gavião (do Pará), Pükobyê e Apaniekrá (Canela), que são, todos, dialetos diferentes da língua Timbira.
Há sociedades indígenas que, por viverem em contato com a sociedade brasileira há muito tempo, acabaram por perder sua língua original e por falar somente o português. De algumas dessas línguas não mais faladas ficaram registros de grupos de vocábulos e informações esparsas, que nem sempre permitem aos lingüistas suficiente conhecimento para classificá-las em alguma família. De algumas outras línguas, não ficaram nem resquícios.
Estima-se que cerca de 1.300 línguas indígenas diferentes eram faladas no Brasil há 500 anos. Hoje são 180, número que exclui aquelas faladas pelos índios isolados, uma vez que eles não estão em contato com a sociedade brasileira e suas línguas ainda não puderam ser estudadas e conhecidas.
Ressalte-se que o fato de duas sociedades indígenas falarem línguas pertencentes a uma mesma família não faz com que seus membros consigam entender-se mutuamente. Um exemplo disso se dá entre o português e o francês: ambas são línguas românicas ou neolatinas, mas os falantes das duas línguas não se entendem, apesar das muitas semelhanças lingüísticas existentes entre ambas.
É importante lembrar que o desaparecimento de tantas línguas representa uma enorme perda para a humanidade, pois cada uma delas expressa todo um universo cultural, uma vasta gama de conhecimentos, uma forma única de se encarar a vida e o mundo.
Índios isolados
Alguns povos indígenas, desde a época do Descobrimento, mantiveram-se afastados de todas as transformações ocorridas no País. Eles mantêm as tradições culturais de seus antepassados e sobrevivem da caça, pesca, coleta e agricultura incipiente, isolados do convívio com a sociedade nacional e com outros grupos indígenas.
Pouca ou nenhuma informação se tem sobre eles e, por isso, sua língua é desconhecida. Entretanto, sabe-se que alguns fatores são fundamentais para possibilitar a existência futura desses grupos. Entre eles, a demarcação das terras onde vivem e a proteção ao meio ambiente, de forma a garantir sua sobrevivência física e cultural.
No processo de ocupação dos espaços amazônicos, o conhecimento e o dimensionamento das regiões habitadas por índios isolados são fundamentais para que se possa evitar o confronto e a destruição desses grupos.
Há na FUNAI, desde 1987, uma unidade destinada a tratar da localização e proteção dos índios isolados, cuja atuação se dá por meio de sete equipes, denominadas Frentes de Contato, atuando nos estados do Amazonas, Pará, Acre, Mato Grosso, Rondônia e Goiás. "
Saravá aos caboclos de toda a nossa Umbanda.!!
No processo de ocupação dos espaços amazônicos, o conhecimento e o dimensionamento das regiões habitadas por índios isolados são fundamentais para que se possa evitar o confronto e a destruição desses grupos.
Há na FUNAI, desde 1987, uma unidade destinada a tratar da localização e proteção dos índios isolados, cuja atuação se dá por meio de sete equipes, denominadas Frentes de Contato, atuando nos estados do Amazonas, Pará, Acre, Mato Grosso, Rondônia e Goiás. "
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