terça-feira, 6 de outubro de 2009

Falando sobre cultura – 1ª parte – Músicas Zeca Pagodinho



Umbanda é uma religião, isto é ponto pacífico. A Umbanda é um modo de vida, uma filosofia, isto acredito de corpo, mente e alma. A Umbanda é um movimento cultural, um outro ponto de vista que resolvi abordar.


Quando digo um movimento cultural digo que influencia a forma das pessoas se vestirem, se portarem, pensarem, comerem, se entreterem, etc. O mais óbvio e de fácil percepção é a música, afinal são muitas as músicas que falam dos Orixás, falam das entidades, falam dos rituais da Umbanda. Mas, muitos são os filmes, os livros de literatura, as artes plásticas, a gastronomia entre outras manifestações populares e culturais que estão diretamente ecoando a nossa Umbanda.


Comecemos pela música, em especial o samba. Este gênero musical tem influência da Umbanda desde a sua harmonia, sua tocada até as suas letras. A origem do samba está intimamente ligada as macumbas cariocas, as casas das Tias (onde a roda de samba de choro e de macumba, candomblé ou cabula aconteciam, foram o berço do Samba, e de muitos terreiros).


Para falarmos de música, escolhi um cantor e compositor que me abriu a porta do samba, e deste universo: Zeca Pagodinho. Tanto em músicas de sua autoria como de diversos outros compositores Zeca Pagodinho em praticamente todos seus discos traz alguma referência sobre a nossa Umbanda. A mais recente é uma música em homenagem ao seu Orixá de cabeça, Ogum. Antes já havia homenageado São Jorge (“Pra São Jorge”), e nesta música apresentava ícones e símbolos umbandistas, bem como já havia composto e gravado “Lua de Ogum” junto com Ratinho, e “Minha fé” (Murilão e Direto), todas falando de Ogum.


O mesmo Zeca Pagodinho gravou músicas como:


-“Hoje é dia de Festa”;
- “Chico não vai na Curimba”;
- ” Cabocla Jurema” (Efson e Nei Lopes);
- “Bamba no feitiço” (Zeca Pagodinho e Wilson Moreira);
- “É D’Oxum” (Gerônimo / Vevé Calazans);
- “Falange do Erê” (Arlindo Cruz e Sombrinha);
- “Patota de Cosme” (Nilson Bastos \ Carlos Sena);
- “Yaô cade a Samba” (Campolino e Tio Hélio),etc.


Existem, também, algumas músicas que tratam de assuntos diversos como amor, trabalho, devoção, e trazem em suas letras ritos da nossa amada Umbanda, como a música “Água da Minha Sede” (Zeca Pagodinho) que em uma das estrofes finais traz: – “Sua renda me rodou / Foi a gira / Foi canjira que me enfeitiçou / Apaixonado / Preciso do seu amor”.


Entretanto existem outras músicas tratam de práticas mágicas populares, muitas vezes as que tanto combatemos em nossos terreiros. Estas músicas abordam feitiços, amarrações, pragas empregadas por muitos, e que não fazem parte da Umbanda, e sim são práticas, repito, que a Umbanda combate. Entre estas músicas uma de Aldir Blanc e João Bosco, já gravada por Zeca Pagodinho, a música é “Boca de sapo” fala assim: “Costurou na boca do sapo / um resto de angu / A sobra do prato que o pato deixou. / Depois deu de rir feito Exu Caveira: /marido infiel vai levar rasteira. Bis”. “Vou botar teu nome na macumba”, segue a mesma linha.


Enfim muitas são as músicas, muitos compositores, e vou começar a postar alguns artigos sobre filmes, músicas, literatura, etc. E fico aberto a sugestões e ficaria grato com indicações de filmes e músicas.

Saravá.

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