Como já abordamos algumas vezes em nosso site, a mediunidade é um tema que sempre nos traz dúvidas e curiosidades. Entre seus diversos apontamentos e nuances um dos pontos que mais suscita este caloroso debate é o desenvolvimento mediúnico.
Primeiro é preciso ressaltar o que diversas vezes falamos sobre qualidade mediúnica. O melhor médium é aquele mais moralizado, aquele que vigia mais suas emoções, que consegue exercer um amor incondicional a todas as criaturas. Ou seja, para nos tornarmos melhores médiuns, é imprescindível uma reforma moral em nossas vidas.
Independente da afirmação anterior, existem algumas formas e procedimentos que facilitam o médium em suas incorporações e em seus trabalhos.
Para isso precisamos entender que a mediunidade sempre envolve nossa alma, nossa mente, sendo que o nosso corpo só se envolve após os dois primeiros momentos. Assim precisamos elevar nossos pensamentos, nossa vibração para facilitar o intercâmbio mediúnico.
Não é a toa que os médiuns de Umbanda, 24 horas antes de seus trabalhos, abstêm-se de uma série de alimentos e atividades. O objetivo é zelarmos para que o nosso corpo esteja o mais puro possível.
Seguindo a nossa preparação, momentos antes de nossas giras, devemos zelar para que nossos pensamentos, nossa mente, estejam mais calmos possíveis. Diante disto, é importante deixarmos nossos problemas para o momento das consultas ou dos passes, o restante do tempo devemos nos doar, “sacrificando” o nosso eu, em prol de todos os presentes.
Iniciando a gira é preciso que o médium se envolva com o ritual. Acompanhe os pontos, cante com emoção, para que a mente entre neste ritmo. Ou seja, o ritual disciplina a nossa mente facilitando que nossas mentes deixem nossas questões individuais, nossos problemas pessoais de lado, e canaliza as nossas energias para um ponto em comum fortalecendo o congá e a magia da casa, ao mesmo tempo que facilita o trabalho mediúnico.
Acreditar que o início da gira não é importante, deixar os pensamentos voando, ou ficar chegando sempre atrasado não ajudam este processo tão caro e importante para os médiuns.
Disciplinado com o ritual, com nossa preparação em dia, iniciam-se os pontos que permitem as incorporações. “O que fazer agora?” Fico parado esperando alguém me tomar?” “Como vou saber se estou incorporando, se a entidade está se aproximando?” “Sinto a presença, sinto a energia o que faço?”
Primeiro vamos lembrar do início do texto, a incorporação passa pela nossa mente e pela nossa alma. Isto é, precisamos auxiliar nossa mente neste processo. Entoam-se pontos para Oxossi, cantando deixemos nossa mente caminhar pelas matas, florestas e bosques, vamos em busca da mata astral, trazendo esta energia para o conga, e ao mesmo tempo elevarmos nossa mente, nosso padrão vibratório, aproximando nossa alma de nossos guias, facilitando a incorporação. O mesmo devemos fazer com Xangô, montanhas, serras, cachoeiras cheias de pedras, grandes pedreiras. Yemanjá, o mar, praias, oceano, encosta marítima. Oxum, rios, cachoeiras cheias de flores. Etc.
Se a pessoa tem muita dificuldade em levar a mente até os sítios da natureza e assim aos sítios dos Orixás, pode proceder de uma outra forma: cantando, entoando os pontos cantados, deixar a mente rezando, orando para todos os presentes, pedindo para que os Orixás abençoem todos os espíritos ali presentes. Esta prática também eleva a mente facilitando as incorporações.
Por outro lado, permitir que a mente fique julgando o irmão de corrente, analisando roupas, acessórios, cabelo, ou qualquer outra coisa, deixar a mente divagando em seus problemas irá desfavorecer as incorporações além de dificultar o trabalho da casa.
Este é o primeiro texto a este respeito, vamos trazer outros textos para que possamos ajudar a nossa mente, facilitando nossa caminhada neste seara, a seara mediúnica.
Muito AXÉ, Muita Luz para todos. Muita responsabilidade e compromisso, mediunidade e Umbanda são coisas sérias, muito sérias, mas isso não quer dizer tristes. Fazer nosso trabalho com alegria, isso é imprescindível, mas nunca confundir esta alegria com irresponsabilidade. Saravá!
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