Em muitas pesquisas sobre a Umbanda, quando queremos nos aprofundar nas bases de nossa religião vamos em busca das suas raízes, das filosofias, concepções de mundo e de Deus, do arcabouço magístico, religioso da qual a Umbanda se originou.
É como aquela entrevista que se faz para uma nova banda de música: “quais são as influências dessa banda?” Ou seja, quais são as teorias, as inspirações que deram origem a este novo agrupamento.
Na Umbanda uma influência, uma base que não pode ser desprezada e deve cada vez mais ser enaltecida é a força dos indígenas, dos nativos de nossa terra Brasil. A pajelança, a religião dos índios brasileiros, sejam eles pataxós, xetás, guaranis, kaigangs, suiá, txukarramãe, juruna, caiabi, xipáia (extintos), kamaiurá, kuikúru, kalapalo, waurá, iaualapiti, mawés, xoklengs, tembés, kaiapós, yanomamis, entre outros inúmeros povos que habitam o nosso Brasil, que fazem da Umbanda a religião que é.
Geralmente quando falamos de índios, ou de indígenas, pensamos imediatamente nos caboclos, afinal apesar do nome caboclo, estes espíritos, que são emissários dos Orixás, se apresentam como índios das mais diversas tribos. Logicamente a influência indígena na Umbanda fica extremamente aparente e é a mais visível de todas: a manifestação dos caboclos.
Para a nossa linha de Umbanda quando vamos realizar a feitura de um dirigente (Pai de Santo) ou de uma dirigente (Mãe de Santo) precisamos saber quem é o responsável pela coroa daquele médium, quem será a entidade que representa o Orixá ancestral (pai ou mãe de cabeça). E sempre, seja ele de qual Orixá for, será um caboclo ou uma cabocla, ou seja, será um indígena.
Sei que em algumas correntes de Umbanda pode ocorrer um Preto ou Preta ou mesmo uma criança, mas, na nossa forma, sempre será um indígena. Seja ele ou ela filho de Yemanjá, de Ogum, de Oxalá, de Oxum, terá como pai ou mãe de sua cabeça um representante deste Orixá na forma de apresentação de um caboclo.
Os Pretos-velhos são para nós administradores da Umbanda, senhores da religião, atuam de forma horizontal estendendo sua ação em todos os raios, assim o fato de não serem pai ou mãe de cabeça em nada desabonam sua atuação. Cada forma de apresentação tem suas funções/missões e são interdependentes, existindo harmonia em suas ações.
Só por isto podemos perceber a força dos indígenas em nossa religião. Mas, muitas são as outras influências, como as ervas que usamos para banhos, chás, defumações. Estas são, em sua maioria, nativas do Brasil . Para citar algumas: araçá, ipê, beldroega, jabuticaba, carqueja, pata-de-vaca, quebra-pedra, pitangueira. Quem revelou aos negros o uso medicinal e o seus poderes espirituais foram os indígenas.
Muitas curas na Umbanda se dão em cerimônias e em práticas que muito se parecem (se de fato não o são) com as rezas e manipulações das forças da natureza realizadas pelos pajés de nossos ancestrais brasileiros.
A forma como as entidades, em especial os caboclos, fazem uso de tabaco é baseado na experiência mais que milenar destes povos nativos das Américas, os índios. Espíritos que conhecem a terra, as ervas, os rios, os animais, os ventos, os ruídos e as energias de nosso Brasil vem se apresentar na forma de caboclos para nos ensinar esta magia, nos ensinar como utilizá-la para o bem e para o amor.
A relação que os índios, em sua maioria, têm com a natureza, entendendo que cada animal, que cada erva, cada árvore, cada leito de rio, cada espaço da natureza é zelado pelos ancestrais e por seres especializados nestes espaços é muito do que a Umbanda entende por seres elementares e energias elementares. O respeito e a devoção pelas forças da natureza, a crença que por detrás de cada uma dessas belezas e forças naturais existe a presença de uma divindade, de uma força divina é uma compreensão que também temos.
Enfim, aprofundar nosso conhecimento sobre os índios só nos ajudará a decifrar práticas ritualísticas e magísitcas, algumas que já realizamos, nos ajudará a compreender melhor o que é a Umbanda, quem somos nós, e acima de tudo conhecermos mais a natureza de nosso país e de nossa região.
Saravá a todas as tribos indígenas, saravá aos nossos queridos mentores e emissários dos Orixás, os Caboclos da Umbanda, que continuem a zelar por nossos espíritos e a nos ensinar tanto. Obrigado ao caboclo Mata Virgem, representante de Oxóssi em minha coroa, meu mestre, meu pai, meu cacique, meu pajé,...
PS. Para que cada um dos que estão lendo este texto faço uma pergunta: das poucas tribos que enumerei no início do texto quantas você conhecia? O que sabe delas? Quais são a de sua região, de seu Estado? Nossas escolas nos ensinam muito pouco sobre os índios do Brasil, pouco sabemos de sua cultura, de sua língua, de seus costumes e crenças, vamos buscar modificar isto com a ajuda dos Orixás. Tentarei buscar sempre informações, mitos e histórias dos índios e postar para que possamos dividir a sabedoria destes povos.
PS2. No Paraná existem hoje aproximadamente 10.300 índios divididos entre kaigangs, e guaranis (M'byá e Nhandéwa) e pouquíssimos xetás.
PS3. Postei um texto introdutório sobre os indígenas retirado do site da FUNAI, para quem quiser aprofundar o tema "Um pouco sobre os indígenas brasileiros – texto do site www.funai.gov.br"
É como aquela entrevista que se faz para uma nova banda de música: “quais são as influências dessa banda?” Ou seja, quais são as teorias, as inspirações que deram origem a este novo agrupamento.
Na Umbanda uma influência, uma base que não pode ser desprezada e deve cada vez mais ser enaltecida é a força dos indígenas, dos nativos de nossa terra Brasil. A pajelança, a religião dos índios brasileiros, sejam eles pataxós, xetás, guaranis, kaigangs, suiá, txukarramãe, juruna, caiabi, xipáia (extintos), kamaiurá, kuikúru, kalapalo, waurá, iaualapiti, mawés, xoklengs, tembés, kaiapós, yanomamis, entre outros inúmeros povos que habitam o nosso Brasil, que fazem da Umbanda a religião que é.
Geralmente quando falamos de índios, ou de indígenas, pensamos imediatamente nos caboclos, afinal apesar do nome caboclo, estes espíritos, que são emissários dos Orixás, se apresentam como índios das mais diversas tribos. Logicamente a influência indígena na Umbanda fica extremamente aparente e é a mais visível de todas: a manifestação dos caboclos.
Para a nossa linha de Umbanda quando vamos realizar a feitura de um dirigente (Pai de Santo) ou de uma dirigente (Mãe de Santo) precisamos saber quem é o responsável pela coroa daquele médium, quem será a entidade que representa o Orixá ancestral (pai ou mãe de cabeça). E sempre, seja ele de qual Orixá for, será um caboclo ou uma cabocla, ou seja, será um indígena.
Sei que em algumas correntes de Umbanda pode ocorrer um Preto ou Preta ou mesmo uma criança, mas, na nossa forma, sempre será um indígena. Seja ele ou ela filho de Yemanjá, de Ogum, de Oxalá, de Oxum, terá como pai ou mãe de sua cabeça um representante deste Orixá na forma de apresentação de um caboclo.
Os Pretos-velhos são para nós administradores da Umbanda, senhores da religião, atuam de forma horizontal estendendo sua ação em todos os raios, assim o fato de não serem pai ou mãe de cabeça em nada desabonam sua atuação. Cada forma de apresentação tem suas funções/missões e são interdependentes, existindo harmonia em suas ações.
Só por isto podemos perceber a força dos indígenas em nossa religião. Mas, muitas são as outras influências, como as ervas que usamos para banhos, chás, defumações. Estas são, em sua maioria, nativas do Brasil . Para citar algumas: araçá, ipê, beldroega, jabuticaba, carqueja, pata-de-vaca, quebra-pedra, pitangueira. Quem revelou aos negros o uso medicinal e o seus poderes espirituais foram os indígenas.
Muitas curas na Umbanda se dão em cerimônias e em práticas que muito se parecem (se de fato não o são) com as rezas e manipulações das forças da natureza realizadas pelos pajés de nossos ancestrais brasileiros.
A forma como as entidades, em especial os caboclos, fazem uso de tabaco é baseado na experiência mais que milenar destes povos nativos das Américas, os índios. Espíritos que conhecem a terra, as ervas, os rios, os animais, os ventos, os ruídos e as energias de nosso Brasil vem se apresentar na forma de caboclos para nos ensinar esta magia, nos ensinar como utilizá-la para o bem e para o amor.
A relação que os índios, em sua maioria, têm com a natureza, entendendo que cada animal, que cada erva, cada árvore, cada leito de rio, cada espaço da natureza é zelado pelos ancestrais e por seres especializados nestes espaços é muito do que a Umbanda entende por seres elementares e energias elementares. O respeito e a devoção pelas forças da natureza, a crença que por detrás de cada uma dessas belezas e forças naturais existe a presença de uma divindade, de uma força divina é uma compreensão que também temos.
Enfim, aprofundar nosso conhecimento sobre os índios só nos ajudará a decifrar práticas ritualísticas e magísitcas, algumas que já realizamos, nos ajudará a compreender melhor o que é a Umbanda, quem somos nós, e acima de tudo conhecermos mais a natureza de nosso país e de nossa região.
Saravá a todas as tribos indígenas, saravá aos nossos queridos mentores e emissários dos Orixás, os Caboclos da Umbanda, que continuem a zelar por nossos espíritos e a nos ensinar tanto. Obrigado ao caboclo Mata Virgem, representante de Oxóssi em minha coroa, meu mestre, meu pai, meu cacique, meu pajé,...
PS. Para que cada um dos que estão lendo este texto faço uma pergunta: das poucas tribos que enumerei no início do texto quantas você conhecia? O que sabe delas? Quais são a de sua região, de seu Estado? Nossas escolas nos ensinam muito pouco sobre os índios do Brasil, pouco sabemos de sua cultura, de sua língua, de seus costumes e crenças, vamos buscar modificar isto com a ajuda dos Orixás. Tentarei buscar sempre informações, mitos e histórias dos índios e postar para que possamos dividir a sabedoria destes povos.
PS2. No Paraná existem hoje aproximadamente 10.300 índios divididos entre kaigangs, e guaranis (M'byá e Nhandéwa) e pouquíssimos xetás.
PS3. Postei um texto introdutório sobre os indígenas retirado do site da FUNAI, para quem quiser aprofundar o tema "Um pouco sobre os indígenas brasileiros – texto do site www.funai.gov.br"