quinta-feira, 22 de abril de 2010

O processo de reencarnação: a gravidez e a ligação do espírito à nova vida material


Antes quero lhe fazer um convite: toda vez que formos debater um tema polêmico dê uma lida no texto que os explica: clique aqui

O tema era para ser o aborto, ou seja, a interrupção voluntária ou involuntária de uma gravidez. Mas, quando comecei a pensar em escrever este assunto imediatamente me veio uma pergunta: quando o espírito desencarnado se liga à matéria? Quando este espírito se liga à mãe e ao embrião? No momento da concepção, no feto ou no nascimento?

Diante destes questionamentos decidi escrever primeiro sobre o processo de reencarnação: a gravidez e a ligação do espírito à nova vida material.

Logicamente que deste tema teremos como base a compreensão que a Umbanda é uma religião espiritualista e assim acredita na vida após a morte, na sobrevivência do espírito após a morte carnal, e na existência do ciclo das reencarnações, ou seja, acreditamos na existência de múltiplos nascimentos e desencarnes.

Para a Umbanda a encarnação, e assim a reencarnação, é a oportunidade sagrada e abençoada de um espírito esquecer seu passado delituoso, seus inimigos, suas desavenças, e de encontrar situações semelhantes às vividas no passado com outra roupagem, uma segunda (terceira, quarta, etc.) chance. Enfim, um método divino de crescimento e iluminação espiritual.

A reencarnação, portanto, é a porta para a nossa remissão, é um dos momentos em que nosso trabalho espiritual se depara com situações semelhantes, que um dia falhamos, para que nossos espíritos aprendam a arte do amor, do perdão, do desapego e da solidariedade, ao mesmo tempo em que aprende a não ser egoísta, orgulhoso, etc.

Diante disto, fica claro que, para nós, a reencarnação é uma oportunidade muito importante para a nossa evolução espiritual, um dos grandes instrumentos para o burilamento espiritual e um caminho intensivo de libertação.

A porta de entrada desta oportunidade é a gravidez. Ou seja, quando em situações normais um homem e uma mulher realizam um ato sexual e o espermatozóide consegue fertilizar o óvulo. Ou, em situações laboratoriais, um cientista introduz um espermatozóide em um óvulo, e depois insere o embrião dentro do útero feminino.

Entendendo que é a gravidez, e assim o nascimento, a porta de entrada para a oportunidade da reencarnação, pergunta-se: quando este espírito reencarnante começa a se fixar no novo corpo?
Os espíritos responsáveis pelo mecanismo da reencarnação (a meu ver trabalhadores de Omolu/Obaluaê) se aproximam da mãe e do pai e apresentam em sonho o novo filho. Estes espíritos começam a viver juntos para que a energia de todos se harmonize a facilite a concepção. (Não se preocupem o momento da relação sexual é um momento privado os espíritos não ficam assistindo)

Após a relação sexual milhares, centenas de milhares de espermatozóides iniciam seu trajeto em busca do óvulo. Em geral apenas um consegue perfurar o óvulo e fecundá-lo.
Por que aquele espermatozóide, no meio de tantos milhares, foi o que fecundou o óvulo? Muitos dirão que ele foi o mais rápido, o mais forte, o que chegou primeiro ao óvulo. E estes vão descobrir que a ciência já demonstrou que não é o primeiro a chegar ao óvulo, nem mesmo o aparentemente mais forte é o que fecundará. O fato de ser este ou aquele espermatozóide que perfurará o óvulo é aleatório.

Mas será que é aleatório? Ou será que aqueles espíritos que estão trabalhando na reencarnação não dão uma “ajudinha” no espermatozóide que trará a herança genética mais apropriada para a nova vida que surgirá?

Será que a escolha deste espermatozóide não obedece a uma lógica que facilitará o aparecimento de doenças, de deficiências, de qualidades, de atributos que virão ao encontro dos propósitos deste novo reencarnante?

Eu acredito que sim, há uma escolha, uma facilitação para que o espermatozóide mais apto a trazer este conjunto de genes que propiciarão as tarefas e as missões que o espírito deverá passar aconteça.

Se você já começou a concordar comigo já percebeu que antes mesmo da fecundação, ou seja, da existência de um embrião, há a aproximação do espírito que irá reencarnar, pois a própria seleção do espermatozóide vencedor se dá para que a missão daquele espírito reencarnante aconteça nos moldes traçados pelos Orixás.

Para contribuir para o entendimento deste pensamento: por inúmeras razões kármicas a pessoa deveria nascer portadora de uma deficiência física, deveria ser portadora de algumas doenças genéticas, ser médium, ser alto, ser baixo, ter problemas em determinados órgãos, ser mais apto as ciências exatas, mais apto nos reflexos, ser esportista, não ter um órgão, ter um dom, ter um QI elevado ou reduzido, etc. Como é que isto é feito para garantir uma reencarnação adequada à evolução daquele espírito?

Começa, em minha opinião, na escolha do espermatozóide e do próprio óvulo, pois são eles que carregarão a herança genética e assim um conjunto de atributos e características físicas.
Mas, você não concorda comigo, afinal você não gosta de genética, não acredita na escolha do espermatozóide, ou simplesmente não ficou convencido. Vamos então seguir entendendo que o espermatozóide que perfurou o óvulo foi fruto de uma ação aleatória.

O espermatozóide ao adentrar no óvulo se funde ao mesmo criando o ovo, o embrião. Este ovo é uma célula que imediatamente começa a se dividir, se divide de forma frenética, de uma única célula em pouco tempo já são milhares de células.

Nesta divisão celular, em que já se tem o embrião, há a presença do futuro encarnado? Já se iniciou a ligação entre este espírito e seu futuro corpo? Se você como eu acredita na escolha do espermatozóide a resposta já está dada, mas se você não acredita tem que concordar que neste momento o espírito tem que estar presente.

Porque tem que estar presente? Porque nestas divisões celulares começa-se a criar o novo ser. E assim algumas células serão o sistema nervoso, outras os ossos, e assim por diante. Logicamente aqui também já se começa a propensão para os defeitos e para as aptidões. Se este novo ser tiver que ser portador da síndrome de Down, já no início das divisões celulares há a duplicação de um par de cromossomos. Se ele terá uma perna muito mais curta que a outra, se ele tiver um cérebro dotado para as artes plásticas, etc., tudo já começa na divisão e na especialização das células no embrião. Somente com a presença deste espírito é que as características de sua vida serão traçadas.

Imagine se fosse o contrário. Se a mãe gerasse um feto que não tivesse as mãos. No momento do nascimento os espíritos iriam buscar um espírito para encarnar com estas condições? Seria aquele que estivesse passando por perto? Seria alguém sem nenhuma ligação com a família? Não, certamente que não, pois esta deficiência terá uma razão de reparação kármica para o novo encarnado e para a sua família e não um ato caótico sem razão.

Neste argumento começamos a perceber que os novos encarnados têm uma relação com a família, seja ela de amizade, de amor, ou mesmo de inimizade, ocasião em que a reencarnação permite o resgate entre estes espíritos.

Além dessas razões vamos a outras: depois de nosso reencarne teremos a aparência muito semelhante a que possuímos atualmente. Para renascermos devemos abrir mão desta forma e adotarmos a forma de um bebê. Como isto se processa? De uma hora para outra? Um choque? Certamente que isto faz parte de um processo em que junto com o desenvolvimento do feto vamos nos adaptando a nova forma física, vamos nos religando a matéria, pouco a pouco, de forma gradual. Vamos criando uma ligação com a matéria e vamos entrando em uma espécie de sono, suspendendo nossa memória, esquecendo nosso passado, nossa última reencarnação, ou nossas últimas reencarnações, para que possamos iniciar tudo de novo e termos a oportunidade de aprender novamente.

Neste processo vamos recebendo o impacto da energia de nossas mães, de nossos pais e de nossos familiares. Já está provado pela ciência do homem encarnado que as alterações emocionais, psicológicas da mãe afetam o desenvolvimento físico e mental do filho. Psicólogos estão defendendo teses em que alguns traumas psicológicos são trazidos de momentos traumáticos e tensos durante a gravidez. E estas pessoas não são espiritualistas, ou seja, não acreditam nas reencarnações, mas acreditam que a personalidade pode começar a se formar no útero materno. Se a personalidade começa no útero (para nós é uma sequência de vidas) é certo que o espírito já estava ligado ao feto, uma vez que a personalidade não é material, e sim espiritual.

Com todas estas informações e estes argumentos quero demonstrar que tenho uma convicção que a ligação do espírito reencarnante na matéria começa muitas vezes antes da própria concepção, e sempre começará ou seguirá no momento imediato da fecundação do óvulo pelo espermatozóide.

Este tema permitirá que possamos debater o aborto e outras práticas provocadas durante a gravidez. Mas isto é assunto para outro artigo.

Fiquem a vontade para questionar, discordar, debater. O tema traz para nós muitas dúvidas, e como sempre os guias nos falam: as dúvidas devem servir para enraizar nossa fé. Portanto fico a disposição para discutirmos o tema.


Saravá



autor: Pai Caetano de Oxossi
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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Falando sobre cultura - Música 3ª parte - os primeiros sambistas


Seguindo nossos textos culturais, Umbanda também é cultura, trago hoje um pouco dos compositores do início do século passado, os fundadores, os criadores do nosso bom e velho samba.

Estes compositores homenagearam os Orixás, as giras, as entidades, e seus sacerdotes. Todos os citados neste texto são considerados os pais do samba.
O samba, que é um gênero musical nascido no Brasil, é também o nome que damos a música em nossos terreiros, ou seja o samba de terreiro. Em algumas casas, inclusive, o responsável pela música é chamado de samba, de Ogã de Samba, ou capitão de samba.

A maioria das músicas não foram remasterizadas, mas podem ser encontradas em alguns sites. Entre estas porém, encontramos algumas que já foram dezenas de vezes regravadas, como é o caso de Feitiço da Vila. Uma cantora que gravou estes compositores foi Clementina de Jesus (têm um CD dela cantando as músicas de João da Baiana).

Interessante nestas músicas é saber que muitos desses compositores freqüentavam as casas das Tias do Rio de Janeiro. Estas casas eram locais onde a gastronomia, a religião e a música estavam sempre conectadas com a África. João da Baiana e Donga, por exemplo, eram filhos ou parentes destas senhoras que foram grandes mulheres e que resistiram a força policial, e a repressão do Estado.

Na época destas composições a polícia literalmente considerava qualquer batuque arruaça, entrava, quebrava os instrumentos e prendia os sambistas.

João da Baiana conta que um dia conheceu um senador e falou para ele que estava cansado de perder seus instrumentos. Então o senador deu a ele um pandeiro. Toda vez que a polícia baixava, João dizia "este pandeiro é do senador quer quebrar??" E então sempre tinha seu pandeiro intacto. Parece que algumas coisas não mudam com o tempo, não é verdade?

Existe um samba chamado Delegado Chico Palha, cantado por diversos sambistas da atualidade que retrata a figura de um policial na época destas composições, e podem dar a noção do que se passva com o samba, a Umbanda e o Candomblé no início do século passado.

“Mas, apesar do preconceito, o sucesso era perfeito, quando o Samba ia para a cidade.” (diz um samba cantado por Zeca Pagodinho). Graças a estas casas das Tias, a estes sambistas, e tantos homens e mulheres que bravamente resisiram a tudo isto que temos hoje a nossa Umbanda e o nosso Samba.

Façam um bom proveito, pois estas modas de samba são muito inspiradoras.

Saravá a curimba, a Ngoma (engoma), saravá o samba de terreiro.

Aque os Orixás possam abençoar estes sambistas de outrora que deixaram um legado a todos nós.

Nome da música – (compositores)
  • Já andei (Pixinguina, Donga e João da Baiana)
  • A Bahia te espera (Herivelto Martins, Chianca de Garcia)
  • Canjiquinha Quente (Sinhô _ José Barbosa da Silva)
  • Carga de Burro (Sinhô)
  • Eu tenho um burro (Sinhô)
  • Feitiço Gorado (Sinhô)
  • Alodê (Príncipe Pretinho cantado por Ataulfo Alves)
  • Cosme e Damião (Heitor dos Prazeres)
  • Iemanjá (Heitor dos Prazeres)
  • Amalá de Xangô (João da Baiana)
  • Babalaô (João da Baiana)
  • Banho de Ervas (João da Baiana)
  • Cosme e Damião (João da Baiana)
  • Lamento de Inhaçã (João da Baiana)
  • Lamento de Oxum (João da Baiana)
  • Lamento de Xangô (João da Baiana)
  • Macumba de Mangueira (Almirante)
  • Caboclo do Mato (João da Baiana e Getúlio Marinho)
  • Homenagem a Oxalá (João da Baiana)
  • Feitiço da Vila (Noel Rosa e Vadico)

domingo, 4 de abril de 2010

Nova sede do TULAP

No dia 27 de março inauguramos a nossa nova sede. Após quase cinco anos no bairro Bigorrilho em Curitiba, mudamos para o Bairro Alto.
A mudança foi necessária uma vez que o espaço anterior já não comportava todos nós. Há mais de um ano as entidades vinham solicitando a mudança, que agora se concretizou com muita alegria e energia.

Esta fase que passamos de mudança foi extremamente importante para mim. Me emocionei muito, e tenho certeza que muitos dos dias que passamos na mudança ficarão impregnados em minha memória.

Ao fechar meus olhos e ver as pessoas suando a camisa para construirmos nossa nova sede, usando seu tempo livre, suas horas de folga para construirem algo em prol de uma coletividade, foi algo muito lindo.

Ver os filhos do terreiro unidos em um só propósito, martelando, pintando, movendo terra, etc., com certeza me trazem muita energia para continuar minha jornada na Terra.

Mas, não posso deixar de fora as pessoas da assistência que de forma desprendida estiveram em todos os momentos, e sem elas nossa tarefa seria muito, mas muito mais difícil. Parava olhava para estas pessoas e agradecia de coração. Mas logo era repreendido, falavam para mim que não tinha nada do que agradecer, se estavam ali é porque queriam, e o faziam por alegria e devoção.

Estas imagens, e é claro toda a energia e toda vibração do dia da inauguração me recarregaram para mais inúmeros anos de trabalhos na Umbanda.

Na inauguração falei a todos que me sentia como se acabasse de ter sido feito Pai-de-Santo, pois estava, e estou, cheio de energia e disposição para os trabalhos da nossa Umbanda.

E se isto tudo aconteceu foi porque todos perceberam que o terreiro é nosso, não é meu, não é da corrente, e sim de toda a nossa coletividade. Mais do que em palavras vocês mostraram isto na prática. Não tenho palavras para externar quanto isto é mágico e quanto isto representa um presente para mim.

Muito, mas muito obrigado!

E a todos que ainda não conhecem nossa nova casa vai um convite, vamos celebrar juntos a Umbanda, vamos juntos encontrar uma saída e uma cura para nossas chagas.

Como disse o Caboclo das Sete Encruzilhadas, que todos os espíritos sejam bem vindos, encarnados ou desencarnados, não importando sua condição social, seu sexo ou opção sexual, não importando sua religião ou sua etnia, seja você branco ou negro,. Sejam bem vindos e que os Orixás possam trazer a todos nós muita LUZ, AMOR e PAZ.

Saravá a Cabana do Pai Tobias de Guiné.
Saravá a casa do Sr. OXOSSI
Saravá a gira do Caboclo Mata Virgem
Saravá a proteção e bençãos do Sr. Exu Marabô.

Saravá a todos que tiveram a caridade e o amor de auxiliar na construção desta casa. A vocês com todo meu carinho e respeito eu bato a cabeça.

ENDEREÇO:
R. José Fernandes Maldonado, 255-A - Bairro Alto - Curitiba
clique aqui para acessar o mapa

Quais são os Orixás da Umbanda, e quantos são?


Quais Orixás são cultuados na Umbanda? Por que estes Orixás? Quantos são?

Estes questionamentos acompanham a todos nós umbandistas. Desde aqueles que estão chegando a conhecer a Umbanda hoje, como aqueles que têm mais tempo de Umbanda que nós de vida.

Muitos autores, pais e mães-de-santo responderam estes questionamentos. Mas, dificilmente encontraremos a mesma resposta nas várias correntes de Umbanda.

Uma coisa certa é que há cinco Orixás incontroversos, ou seja, estão presentes em todas as matizes e correntes de Umbanda, são eles:

Oxalá, Xangô, Yemanjá, Ogum e Oxossi.

A diferença então reina em quantos são e quais são os demais.
Na grande maioria das casas, e das correntes de pensamento, teremos o número sete como um número limitador destes Orixás. Assim teremos os cinco já mencionados e outros dois Orixás.

Entretanto todos os autores, de alguma forma, acabam tentando incluir nestas duas “cadeiras” vagas pelo menos mais quatro Orixás: Omolu/Obaluaê (Yorimá), Nanã, Iansã (Oyá) e Oxum, outros ainda trazem um quinto para a “disputa” pelas duas vagas, o Orixá Ibeji (Yori). O que fazer diante deste dilema?

Assim uns criaram os Orixás menores, outros os raios onde em cada raio poderia haver mais de um Orixá, outros 7 pares de Orixás, entre outras engenharias para ampliar o número de Orixás, ampliando o número de 7.

Por fim encontraremos casas e autores que não se limitam ao número 7, e que simplesmente resolvem o problema com um número maior de Orixás. Nestes casos é mais comum encontrarmos 9 Orixás.

Dado o problema, a polêmica, como resolvemos isto em nossa casa?

Para responder esta questão tenho que trazer aqui como em minha raiz esta questão está posta.

Por minha raiz entendam a tradição das casas que antecedem a minha e das quais saíram os pais e mães-de-santo. Cultuam-se como Orixás os cinco incontroversos (Oxalá, Ogum, Oxossi, Xangô e Yemanjá) e Iansã e Oxum. Nesta composição acredito que há um equilíbrio muito bonito e porque não, de certa forma, perfeito. Temos os Orixás masculinos Ogum, Oxossi e Xangô; e femininos Yemanjá, Iansã e Oxum. E por fim temos Oxalá unindo o lado maternal e o paternal de Deus.

Em nossa casa temos estes Orixás cultuados.

Mas e Omolu/Obaluaê e Nanã? São Orixás? O que são?

Esta foi uma questão que em minha preparação para assumir o Terreiro de Umbanda Luz, Amor e Paz, Cabana do Pai Tobias de Guiné, como uma das mais importantes.

Poderia eu abrir mão do número 7? Não seriam sete os momentos da criação e assim sete não seriam os Orixás? Não são sete as linhas da Umbanda?

Para incrementar o problema devo dizer que minha relação com o Sr. Omolu/Obaluaê é muito forte e estreita, acredito, como acreditava, que nenhum Orixá, dos mencionados, trazia em si as forças e os axés do Sr. Omolu. Nenhum dos 7 Orixás representava como seu ponto de força a terra, bem como nenhum dos Orixás apresentava características que tratavam da vida e da morte carnal como Omolu e como Nanã.

Assim, pedi para os Orixás, por meio das entidades, que trouxessem uma resposta a este meu anseio. E a resposta que me veio foi a que hoje apresento a todos.

Os Orixás que assumem a cabeça de um filho são sete, pois sete são os momentos da criação, sete é o princípio universal da união entre a matéria (quatro ou princípio quaternário) e o espírito (três, ou princípio ternário ou trino, ou ainda a trindade divina). Assim em minha casa assumem a cabeça de um filho Oxalá, Yemanjá, Oxum, Ogum, Xangô, Iansã e Oxóssi.

Mas, cultuamos como Orixás o Sr. Omolu/Obaluaê e Nanã Buruquê. São Orixás, ou seja, são manifestações, emanações e qualidades diretas de Deus.

Em nossa casa 9 são os Orixás cultuados, porém 7 são os Orixás que assumem a cabeça de um filho ou de uma filha. E isto em nada desmerece ou muda o culto a estes Orixás, são emanações de Deus, e como tal não existe um mais importante do que outro.

Saravá as 7 linhas da Umbanda, saravá os 9 Orixás da Umbanda.